Têm aversão à política porque, sem uma sociedade civil forte, vêem-na associada ao Partido no poder. O seu primeiro gesto, portanto, é artístico.
Palcos
04.03.2012 | por Ana Dias Cordeiro
O rapper MCK lançou em Janeiro "Proibido Ouvir Isto" e, em quatro horas, de norte a sul de Angola, voaram 10 mil cópias. Fala com eloquência do país que existe para além do Eldorado de petróleo e diamantes. MCK de volta: "Eu avisei que era proibido ouvir isto, mas vocês carregaram play. Estou di volta na caminho di luta, em busca de justiça, paz e liberdade".
Palcos
01.03.2012 | por Mário Lopes
Kalaf Angelo, um dos entusiastas do projeto Buraka Som Sistema, um dos responsáveis pela expansão além fronteiras do ritmo kuduro, lançou recentemente o seu primeiro livro, Estórias de Amor para Meninos de Cor. Com este ensaio, o músico angolano desafia a escrita em homenagem a Lisboa, cidade mulata que o fascinou desde que nela aterrou, depois de ter deixado Luanda nos anos 90. O autor prepara já o seu próximo título: um romance.
Cara a cara
29.02.2012 | por João Carlos
O projecto Paragens começou em Angola: uma sociedade de arquitectos apoia através de espaços artistas que contribuem também para a decoração dos seus edifícios levando artistas a lugares onde possue escritórios. As exposições são o resultado da liberdade de criação nessa residência artística. Lino Damião foi um dos escolhidos, juntamente com o Nelo Teixeira, o Hamílton, o Sabby, a Zizi. Pudemos ver a “Primeira paragem: Lisboa” até ao final de Janeiro, sendo a próxima paragem Maputo e com um desvio em direcção a Macau onde Lino se dirigiu a convite do festival de literatura.
Cara a cara
29.02.2012 | por Marta Lança
A entrada do samba-reggae no mercado fonográfico e a absorção da estética mestiça transformam o perfil dos grupos negros.
Palcos
21.02.2012 | por Goli Guerreiro
Constituem os textos que ora se publicam a segunda parte de um longo ensaio de José Luís Hopffer C. Almada intitulado Das tragédias históricas do povo caboverdiano e da saga da sua constituição e da sua consolidação como nação crioula soberana. Uma versão muito abreviada da primeira parte do mesmo ensaio e referente ao período colonial foi integrada como “Notas preliminares” na “Introdução” ao livro O Ano Mágico de 2006 - Olhares Retrospectivos sobre a História e a Cultura Caboverdianas.
Pretendem os presentes subsídios ser um modesto contributo para as, felizmente, cada vez mais frequentes e aprofundadas reflexões sobre a história política recente de Cabo Verde e, em especial, sobre as vicissitudes relativas à implantação do regime de partido único e da democracia plena no nosso país.
A ler
17.02.2012 | por José Luís Hopffer Almada
Reflexão a partir de duas pesquisas, ainda em curso, sobre as sociabilidades e estilos de vida juvenis na cidade da Praia, em Cabo Verde. Uma, teórica e empiricamente mais madura, iniciada em 2006, junto de grupos de jovens associados a comportamentos delinquentes, auto e hetero-denominados thugs e, outra, mais recente, no seio dos rappers.
Palcos
16.02.2012 | por Redy Wilson Lima
O projeto ROOTS aborda o tema da escravatura através de uma visão contemporânea, inspirando-se numa descoberta arqueológica efetuada em 2008 no «anel verde», em Lagos, em local conhecido antigamente como Vale da Gafaria. Nesse local, as escavações arqueológicas preventivas que antecederam a construção de um dos parques de estacionamento subterrâneo na cidade, possibilitaram a investigação metódica de toda a área afetada por esse empreendimento – um dos ex-libris da regeneração urbana que a administração municipal pôde levar a cabo na primeira década do século XXI.
Vou lá visitar
15.02.2012 | por Rui Parreira
Hernani Almeida, um dos jovens guitarristas cabo-verdianos mais conceituados, fala-nos da sua relação com a música e com São Vicente, sua ilha natal. Considerado o melhor instrumentista da actualidade, já produziu álbuns de artistas como Bau, Nácia Gomi, Boy Gé Mendes e Vadú entre outros, conta-nos da timidez em palco e da sua necessidade de fazer música.
Palcos
12.02.2012 | por Odair Varela
O debate sobre a abolição da escravatura que se instaura em Portugal, na segunda metade do século XVIII até o princípio do século XIX, teve no teatro um palco privilegiado para a propaganda oficial ao mesmo tempo que promoveu a personagem do Negro - até lá figura cómica herdada do teatro vicentino - a verdadeiro protagonista ou pelo menos objeto da acção teatral
Palcos
12.02.2012 | por Anne-Marie Pascal
Os que se viram implicados nas lutas pelas independências, mesmo os que não se integraram aos movimentos de luta armada, têm que lidar com as relações entre literatura e política, inevitavelmente, como também com uma idéia de nação, que podem querer formar ou questionar. Nesse sentido, a relação com as sociedades tradicionais e suas produções culturais se torna decisiva. As gerações que se viram, como no caso de Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, assoladas por guerras civis se vêem demandadas a lidar com seus escombros. Bem, posso dizer que, pelo que tenho lido, a denúncia da desigualdade social e da corrupção dos governos tem se tornado muito presente nessas literaturas africanas, desde os finais dos anos 1980.
A ler
09.02.2012 | por Cláudio Fortuna
Todos os seres humanos têm o direito a um lugar adequado para viver, uma habitação segura, confortável e saudável. A habitação como direito humano fundamental é internacionalmente reconhecida, tendo inclusivamente merecido a designação de uma relatoria especial na ONU, desde 2000. Mais do que um direito, para a sua efectivação ampla e duradoura, a moradia adequada deve ser uma noção política e cultural de cidadania. Estima-se que 1,1 bilhão de pessoas vive em condições inadequadas de moradia, apenas nas áreas urbanas espalhadas pelo mundo. A falta de habitação condigna pressiona o meio ambiente e aumentam os riscos à saúde pública. Apesar de fundamental, a habitação tem sido imensamente negligenciada enquanto direito humano.
Cidade
08.02.2012 | por Andréia Moassab
No norte do Níger, mais precisamente nas cidades mineiras de Arlit e Akokan, o urânio é explorado pelas sociedades SOMAIR e COMINAK, ambas filiais da multinacional AREVA, o 2º maior produtor de urânio a nível mundial,cuja produção maioritária vem do Níger onde o grupo está estabelecido há mais de 40 anos.
A ler
07.02.2012 | por Rita Damásio
História do guineense que chegou a Lisboa sem dinheiro e transformou o Bairro Alto no ponto de encontro da elite artística e intelectual dos anos 80.
Afroscreen
06.02.2012 | por Raquel Carrilho
Aos 27 anos, Alcides Nascimento gravou "Pensamento", o único CD da sua carreira, produzido por Paulino Vieira. O efeito foi imediato. Era a grande revelação da música tradicional de Cabo Verde, decorria o ano de 1997. Um CD histórico, escreveram outros. A voz era a de um verdadeiro crooner da morna: grave, doce, suave, tranquila, um autêntico diamante em bruto que se revelava neste jovem com cara de bebé.
Palcos
06.02.2012 | por Joaquim Arena
Aterramos em Dakar às 2h30 da manhã. Olhando do avião para a península de Cabo Verde, o mapa que tão bem tinha estudado nos últimos meses, ganha vida. Sei exactamente onde fica o nosso hotel. Saio do avião e olho à minha volta procurando identificar o primeiro elemento que provará que estou em África. Nada de especial, a não ser o nome do aeroporto: Léopold Sedar Senghor, primeiro presidente do Senegal, o presidente-poeta.
Vou lá visitar
26.01.2012 | por Maria Vlachou
Globalmente, Eneida Nelly colocava uma forte expressão sentimental na sua poética, tanto quanto à memória colectiva e à natureza ainda que agreste, como quanto ao tema do amor
A ler
26.01.2012 | por Eurídice Monteiro
Entrevista a Miguel Castro Caldas sobre o trabalho que no último ano ele e o Bruno Bravo têm vindo a desenvolver com refugiados do Conselho Português de Refugiados.
Jogos Sem Fronteiras
23.01.2012 | por Ana Bigotte Vieira e Miguel Castro Caldas
A difusão de Cabral enquanto ícone atrapalha um conhecimento da história ao transformá-lo numa imagem a adorar ou idolatrar, um semi-deus político com poderes extra-humanos. Tal situação contradiz com os dictos de Cabral, que sempre recusou qualquer culto de personalidade ou qualquer associação a qualidades extra-humanas, dizendo-se “um simples africano.”
Mukanda
23.01.2012 | por Abel Djassi Amado
Há 40 anos que faz música de Angola, tem quase 500 temas gravados e muitos quilómetros de estrada. Sente-se hoje compensado por todo esse esforço e colaboração. O novo disco de Bonga, Hora Kota apela à mais profunda identidade africana, valorizando ensinamentos e princípios ancestrais, na escuta das estórias dos mais-velhos, que podem contribuir com alguma clarividência num mundo confuso.
Palcos
20.01.2012 | por Marta Lança