A etnopoesia de Hubert Fichte, entrevista a Diedrich Diederichsen

A etnopoesia de Hubert Fichte, entrevista a Diedrich Diederichsen ichte desenvolveu as premissas que são hoje discutidas nos Estudos Queer ou Pós-coloniais, mas isso 30 ou 40 anos antes. Ao lado da história da sexualidade e das Diásporas Africanas, interessava-lhe a economia política da pobreza e da exploração. No Brasil, ele pesquisou, por exemplo, a respeito da participação de grandes grupos empresariais alemães na ditadura militar.

Cara a cara

28.11.2017 | por Eleonore von Bothmer

Diretoras Negras do Cinema Brasileiro

Diretoras Negras do Cinema Brasileiro “Falar das trajetórias das mulheres negras no cinema brasileiro é remontar uma história de invisibilidade e apagamentos. Até por isso, o que é impactante na produção atual é a sua coletividade e a pluralidade de projetos e obras. Uma série de iniciativas das próprias cineastas marcam esse cenário de transformação e afirmação, propondo novas formas de viabilizar e divulgar o cinema feito pelas mulheres negras.

Afroscreen

27.11.2017 | por vários

Portugal em falta - Atlas improvável

Portugal em falta - Atlas improvável Reduzido ao seu traje de cerimónia, Portugal vem embrulhado em publicidade eletrizada, postais deslumbrantes ou comovidas lembranças das glórias nacionais; visto mais de perto, temos um país com um tecido mais intricado e mais denso. Enfim: um padrão desenhado com mulheres e homens de verdade. Representados em momentos que vivenciaram, estas mulheres e estes homens são os protagonistas desta obra.

A ler

23.11.2017 | por vários

Exposição ao condicionamento da mente

Exposição ao condicionamento da mente Os Guilherme Valente deste mundo pensam que a sua indiferença em relação aos problemas dos outros bem como a sua falta de respeito pelo outro são valores centrais à cultura “ocidental”. Não percebem que essa cultura se renova constantemente através do sentido crítico e do compromisso com a realização do seu potencial ético. A popularidade da direita nacionalista hoje traz ao de cima a vulnerabilidade da Europa à esclerose normativa.

A ler

21.11.2017 | por Elísio Macamo

A escravatura nunca acabou

A escravatura nunca acabou Tudo isso junto é presente e futuro, é dignificação dos retirados da história, é tributo aos netos dos escravizados, é política aqui e agora, relevante para todos os que vivem juntos, de todas as cores e tons. Dará força a quem está vivo hoje, sobretudo aos que diariamente são alvo de indignidades, discriminação.

A ler

19.11.2017 | por Alexandra Lucas Coelho

Teat(r)o oficina: corpos livres em perigo

Teat(r)o oficina: corpos livres em perigo No país da história golpeada, estamos vivendo os nefastos desdobramentos da sua mais recente reedição, ocorrida em 2016, que reverbera em variadas esferas. Todas as conquistas e aspirações dos de baixo estão sendo questionadas: proteção social, educação pública de qualidade, saúde para todos, combate às desigualdades sociais e raciais, políticas culturais, o limitado voto... Nessa encruzilhada, estamos: sabe(re)mos resistir (o que significa, para a esquerda, re-existir)? É este o contexto da nova ofensiva contra o Teatro Oficina Uzyna Uzona, ativo há quase seis décadas na cidade de São Paulo, no bairro do Bixiga.

Cidade

18.11.2017 | por Jean Tible

A propósito do espectáculo "O Olhar de Milhões" de Raquel Castro

A propósito do espectáculo "O Olhar de Milhões" de Raquel Castro Ora se o consumo é ele próprio um trabalho que é ele próprio uma guerra, não é de admirar que a situação adquira permanentemente tons de excepcionalidade e proliferem fronteiras entre os sujeitos, os territórios, as classes. “Viver ao máximo”, “atrever-se ao impossível”, “arriscar”, “ser único”, “pensar fora da caixa”, “destacar-se dos demais”... compõem um conjunto de situações para as quais não pode nem deve haver paralelo, sendo impossíveis de partilhar, porque absolutamente únicas uma vez que desenhadas on demand para o utilizador individualizado – i.e. para o consumidor que é pensado nos seus desdobramentos ad infinitum.

Palcos

18.11.2017 | por Ana Bigotte Vieira

Perspetivas de mundo, conversa com Daniel Lima, curador de AGORA SOMOS TODXS NEGRXS

Perspetivas de mundo, conversa com Daniel Lima, curador de AGORA SOMOS TODXS NEGRXS A questão racial tem sido uma disputa permanente no debate público brasileiro, conquistando mais espaço e posicionamentos articulados. São várias as exposições de artistas negros pelo país que inscrevem na sua obra, entre outras coisas, uma antiga história de opressão e de resistência com continuidades no presente. A reflexão e produção negra há muito tempo que vem questionando as estruturas de poder, no entanto, considera-se haver agora uma espécie de boom no circuito da arte contemporânea.

Cara a cara

13.11.2017 | por Marta Lança

Do fogo que nos une: notas sobre antropofagia e micropolítica

Do fogo que nos une: notas sobre antropofagia e micropolítica A fronteira ela mesma entre eu e outro fica burlada na burla que é a antropofagia como jogo e possibilidade de afecção. A antropofagia é da ordem da aliança e do devir através da guerra. A guerra que empodera o inimigo ao predá-lo, porque mais que empoderar o eu, afirma simultaneamente o outro. A guerra antropofágica torna o estranho algo nomeável, produz corpos e pessoas, gente como a gente, permuta de perspectivas, afinidades.

A ler

08.11.2017 | por Leonardo Bertolossi

A coisa tá branca!

A coisa tá branca! A política das alianças brancas no mundo da arte tem implicado a manutenção de um sistema desigual de distribuição de recursos, que permite que pessoas brancas “esclarecidas” controlem as agendas do debate racial nesses campos, irrigando os imaginários coletivamente produzidos por meio do sistema de arte com base na sua ótica e ética estreitadas pela adesão sempre parcial, e algo oportunista, ao projeto de abolição do mundo como conhecemos.

Mukanda

07.11.2017 | por Jota Mombaça

A propósito de "O Olhar de Milhões", entrevista a Raquel Castro

A propósito de "O Olhar de Milhões", entrevista a Raquel Castro Interessava-me pensar sobre a forma como somos e estamos permanentemente entretidos, a velocidade a que vivemos, os estímulos permanentes a que estamos expostos, esta coisa de estarmos sempre ligados, sempre a receber informação, distraídos de nós próprios.

Cara a cara

01.11.2017 | por Ana Bigotte Vieira

Réquiem para os invisíveis

Réquiem para os invisíveis Se o Manifesto Antropófago era a resposta dos modernistas diante da invasão europeia, hoje já não sabemos quem somos. Em 2017, quem devora quem? Acostumados a reduzir à índio qualquer outro que não obedeça à ordem do lucro e da acumulação, somos napë, inimigos. Somos nós o outro, os canibais que vieram comer a terra dos Yanomami depois de terem devorado a sua própria.

Vou lá visitar

31.10.2017 | por Aline de Castro

Speaking Volumes e Terra Crioula

Speaking Volumes e Terra Crioula É necessário que o mundo literário abra as suas portas ao escritores negros, pois através da escrita se cria laços de compaixão. Especialmente neste momento em que as pessoas negras são violentamente assaltadas por um sistema racista em várias partes do mundo. Pude observar este fenómeno de compaixão em Birmigham quando li a minha história numa audiência que nada sabia da Guiné-Bissau

A ler

29.10.2017 | por Yovanka Paquete Perdigão

A inquietação de [não] ser julgado pela cor da pele

A inquietação de [não] ser julgado pela cor da pele Em "I’m not your negro", a força da realização de Raoul Peck impõe-se na montagem das palavras do escritor com as imagens, plenas de sentido, que aproximou destas. Documentário de reutilização de imagens, ilustra que a história é o presente e actualiza, pelo olhar, a luta contra a morte do coração, diagnosticada por James Baldwin.

Afroscreen

29.10.2017 | por Maria do Carmo Piçarra

A humanidade que pensamos ser

A humanidade que pensamos ser Assim como nós estamos hoje vivendo o desastre do nosso tempo ao qual algumas seletas pessoas chamam Antropoceno. Para a grande maioria está sendo chamado de caos social, desgoverno geral, perda de qualidade no quotidiano, nas relações, estamos todos jogados nesse abismo.

Mukanda

26.10.2017 | por Ailton Krenak

Libertação

Libertação Este trabalho contribui para uma re-escrita da nossa história colonial e ajudar à discussão de problemas actuais que advêm de questões coloniais não debatidas. Faz parte de um movimento atravessa a sociedade portuguesa pelas universidades, as artes, os jornais, associações e que olha para o passado porque quer alterar o presente e a forma como se conta esse passado.

Palcos

26.10.2017 | por André Amálio

Potência e Adversidade, arte da América Latina nas coleções em Portugal

Potência e Adversidade, arte da América Latina nas coleções em Portugal A frase de Hélio Oiticica “da adversidade vivemos”, refere-se à ideia de existência enquanto espaço de confronto e de disputa, que inscreve a experimentação, habitualmente associada à América Latina. O título denuncia também um tom de melancolia ou “fim de festa”, que sinaliza o presente desequilíbrio induzido pelo neoliberalismo consumista e pela retomada de poderes conservadores em vários países.

Vou lá visitar

24.10.2017 | por Marta Mestre

“Atlântico Vermelho”, de Rosana Paulino

“Atlântico Vermelho”, de Rosana Paulino A obra da artista brasileira mostra a vulnerabilidade a que sempre estiveram sujeitos os negros e, duplamente, as mulheres negras; e outros efeitos que o colonialismo, a escravatura e a expropriação dos recursos naturais na América Central, do Sul e em África, vieram provocar.

Cara a cara

24.10.2017 | por António Pinto Ribeiro

Abuso num bairro black, reflexão sobre a violência policial, o racismo e a segregação nas periferias de Lisboa

Abuso num bairro black, reflexão sobre a violência policial, o racismo e a segregação nas periferias de Lisboa Disciplinar aqueles que vivem nos bairros e controlar um exército de indesejáveis, muitas vezes produzindo a própria desordem, é uma das funções do poder soberano nas sociedades capitalistas. Nos bairros negros as leis podem ser transgredidas, como fica evidente na praxis da polícia na Cova da Moura, dada a lógica de exceção prevalecer nesses territórios.

Cidade

23.10.2017 | por Otávio Raposo e Pedro Varela

O olhar de milhões

O olhar de milhões Fomos crescendo cada vez com mais dilemas, com a falsa ideia de que podemos escolher e ser livres, mas estamos presos ao dinheiro, à precariedade, a uma sociedade que nos molda para sermos os melhores em tudo o que fazemos. Será que somos mais felizes do que os que vieram antes de nós? E os que vierem a seguir? Serão eles mais felizes do que nós fomos? Poderemos pelo menos dizer que fomos felizes a tentar?

Palcos

22.10.2017 | por vários