Lisboa em Si

Lisboa em Si tem como objectivo explorar as possibilidades musicais de uma cidade à beira rio. O desenho e toponímia de Lisboa servem como anfiteatro natural para uma paleta de sons e texturas que a caracterizam de forma única e sedutora.

De Lisboa para Lisboa… dos sons que esta produz na sua quotidianidade para uma viagem musical irrepetível.

O resultado será uma composição musical de sete minutos, recorrendo aos apitos de embarcações, viaturas de bombeiros, comboios, sinos de igrejas e campainhas de eléctricos. Cerca de cem músicos irão interpretar uma peça original em directo, coordenados entre eles via rádio e espalhados pela zona ribeirinha da cidade.

LOCAL
O evento irá decorrer em toda a zona ribeirinha da cidade de Lisboa, delineado a este pela igreja de St. Estêvão, a oeste pela igreja de St. Catarina e a norte pelo Miradouro de S. Pedro de Alcântara.

Na concepção da obra foram identificados 7 pontos de escuta, que serviram de referências espaciais para um melhor entendimento da dinâmica dos sons neste palco improvisado – Miradouro de ST. Catarina, Praça Camões, Miradouro de S. Pedro de Alcântara, Miradouro da Graça, Castelo de S. Jorge, Miradouro de St. Luzia e Praça do Comércio. A música foi, no entanto, composta para ser usufruída em qualquer lugar, dentro da área já referida, com as variações inerentes às fontes sonoras vizinhas.

web

10.04.2013 | por herminiobovino | Castelo de S. Jorge, lisboa, música, Rio Tejo

BATIDA representa Portugal em Milão e Nairobi

Batida continua a dar cartas internacionalmente. Depois das actuações em Paris, Londres e Berlim, Pedro Coquenão foi convidado a apresentar uma das máscaras que construiu para o seu espectáculo, na exposição AFROFUTURE, integrada na Milan Design Week, que decorre esta semana em Itália. A exposição será feita em conjunto com Paulo Moreira e complementada com um Dj Set no mesmo espaço.

Dois dias depois viaja até Nairobi para representar Portugal  no projecto TEN CITIES, organizado pelo Goethe-Institut: Uma experiência multicultural única que juntará músicos e produtores de música electrónica de 5 cidades Europeias e 5 Africanas. Neste caso, juntam-se Lisboa e Nairobi. Batida irá interagir com bandas locais, com o objectivo de produzir temas em conjunto que serão reunidos posteriormente numa compilação e preparar uma actuação única dia 27 na capital do Quénia.

Deste projecto constam os produtores europeus e africanos: Diamond Version (Alva Noto e Byetone), Gebrüder Teichmann, Jahcoozi, Pinch, Rob Smith, Dirty Paraffin, Vakula, Dubmasta, Wura Damba, Oboyega Oyedele, Djeff, DJ Satellite, Just A Band, Camp Mulla, Marco Messina, Lucio Aquilina e os também portugueses Octa Push em representação de Lisboa.

Relembramos que Batida encontra-se a preparar a edição de um novo disco.

 

Mais informação:

http://www.afrofuture.it/afrofuture/performance/en/28/thursday/afrikea-il-diavolo-party-in-the-afrofuture-by-paulo-moreira-pedro-coquenao-feat-batida-dj-set/

http://www.ten-cities.com/TENCITIES-Brochure.pdf

https://www.facebook.com/batida

 

 

09.04.2013 | por martalanca | batida, fazuma

No, Africans don’t remember Margaret Thatcher fondly

09.04.2013 | por franciscabagulho | Margaret Thatcher

De como Micheline Torres e Rita Natálio se juntaram num dia de março...

“Museu Encantador” é um projeto de natureza coletiva e colaborativa que reflete sobre memória cultural, histórias de arte e afeto a partir do vínculo Portugal-Brasil. Este projeto foi iniciado por Rita Natálio em 2012 e que se estende até 2014.

“De como Micheline Torres e Rita Natálio se juntaram num dia de março para entender o que é encantamento” é a primeira residência de pesquisa do projeto, partindo do encontro de Rita e Micheline para refletir sobre encantamento, fascínio, espanto, deslumbramento, afeto, estranhamento. Cultura e memória guiam este diálogo inacabado e simbólico das duas artistas que atravessam uma enciclopédia do infinito em uma casa provisória, conversando com obras de autores brasileiros como Arthur Omar, Bispo do Rosário, Qorpo Santo, Eduardo Viveiros de Castro e autores portugueses como Herberto Helder, João César Monteiro, Miguel Gomes, José Gil.” – Micheline Torres e Rita Natálio.

Residência em colaboração
: Micheline Torres e Rita Natálio.
Notas e textos presentes: Micheline Torres e Rita Natálio + Citações de Arthur Omar, Eduardo Lourenço, Eduardo Viveiros de Castro, Euclides da Cunha, José Gil, Luiz António Simas, Muniz Sodré, Oswaldo Andrade, Qorpo Santo.

Sonoplastia:
 Rita Natálio a partir de fontes diversas da história do cinema e média portuguesas e brasileiras.
Fotos: Micheline Torres e Rita Natálio a partir de fontes históricas diversas.
Video: Rita Natálio.
Agradecimentos: Joana Levi, Paula Delecave.

26 27 e 28 abril | Teatro Sérgio Porto
Residência em colaboração: Micheline Torres e Rita Natálio

05.04.2013 | por herminiobovino | cinema, recital, residências artísticas, textos

Música de Intervenção Rápida

Das montanhas da Namaacha, em Moçambique, vem um dos mais relevantes e incisivos MCs da África Austral. Azagaia é revolucionário, polémico e um crítico voraz do governo moçambicano. Ele é censurado, boicotado, foi até preso sob falsa acusação de posse de drogas. Mas o facto é que ele é a voz da nova geração e é respeitado em todo o país. A edição brasileira da Rolling Stone chamou-o de “herói do povo” e, de certo modo, ele é a única voz da oposição.

MIR . Música de Intervenção Rápida” é o novo single, escrito logo após a última manifestação dos ex-combatentes de guerra que foi brutalmente interrompida pela polícia moçambicana. A Ministra da Justiça respondeu dizendo que em algumas situações os Direitos Humanos podem ser soprepostos por “interesses mais altos”.

ouvir na Kongoloti Records

 

05.04.2013 | por franciscabagulho | hip hop, Moçambique

AMADOU & MARIAM no Coliseu, LISBOA

É hora de Folila! Os malianos Amadou & Mariam presenteiam Lisboa com a liberdade que junta retro e moderno, índie, rock, blues à mais vibrante raíz da música africana. Dois companheiros de longa data, parceiros na música e na vida, convidam a um encontro colectivo numa noite que atravessará Nova Iorque, Paris e Bamako. Celebremo-la, como bem pede o nome do último álbum do casal: em bambara é folila, em português música, a mais fiel morada para esse encontro.

Nos últimos anos, tocaram com Stevie Wonder, fizeram digressões com Colplay, U2, David Gilmour e Johnny Marr, actuaram em honra de Barack Obama e na abertura de dois mundiais da FIFA. Manu Chao e Damon Albarn já produziram os seus discos. Passaram dos palcos da música do mundo para os mais inovadores nomes do rock, envolveram-se em projectos interculturais como ‘L’Afrik C’est Chic’. Levaram, no ano passado, uma plateia portuguesa a mergulharnum Eclipse memorialístico das suas biografias, emocionante contacto com a sua música, convite a uma maior proximidade com os músicos, desde cedo invisuais.

Acompanhados com a sua banda, apresentam neste concerto o álbum Folila, da Nonesuch Records que, na linha habitual de projectos colaborativos, contou com a participação de músicos como Santigold, Theophilus London, Jake Shears das Scissor Sisters, Ebony Bones, TV on the Radio e Nick Zinner dos Yeah Yeah Yeahs. Amadou e Mariam alegram-se na partilha de canções e ideias com outros músicos, contágio gratificante mas sem grandes sensacionalismos e na condição de nunca perderem de vista aquilo que querem e sabem fazer: rock e blues, a partir de elementos da música africana. Se Folila em bambara quer literalmente dizer ‘música’, é o exemplo acabado de como tradição e modernidade podem convergir num universo musical comum, proveniente de vários tempos e lugares, uma simultaneidade possível onde eles se situam.

Folila é primeiro álbum em estúdio de Amadou e Mariam desde Welcome to Mali (2008).Tratava-se inicialmente de dois álbuns: o primeiro gravado em Nova Iorque com músicos indie e rock, e um outro ao encontro de uma certa origem musical, dir-se-ia mais tradicional, remetendo para a música maliana, gravado na cidade natal Bamako, com convidados africanos e percussão acústica. Porém, quando ouviram o resultado das duas sessões decidiram combiná-las num só disco que mesclasse este colorido de vozes e estilos numa celebração à música.

É hora de FOLILA

COLISEU DE LISBOA
25 DE ABRIL, ÀS 21H30  bilhetes 16 eur cooperativa Ao Sul do Mundo 

05.04.2013 | por martalanca | Amadou & Mariam, mali

Congresso Internacional SENHORES E ESCRAVOS NAS SOCIEDADES IBERO-ATLÂNTICAS

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa
9 a 13 de Abril de 2013 

Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa (CHC)
Núcleo de Investigação em Ciências Políticas e Relações Internacionais da Universidade de Évora (NICPRI.UÉ)
Sociedade Portuguesa de Estudos do século XVIII (SPESXVIII)

Temas:

Tráficos e políticas económicas
Vivências sociais e estatutos jurídicos Abolicionismos e permanências
Igreja e sociedades coloniais
Mestiçagens
História e ficção
Leituras iconográficas e referências artísticas Problemáticas culturais
História da Escravatura

Oradores Confirmados:

Adriana Dantas (Univ. Estadual de Feira de Santana)
Título da Comunicação: “Libertos e pessoas de cor na Bahia século XVIII, algumas trajectórias”.

Alberto de Carvalho (Faculdade de Letras, Univ. Lisboa)
Título da Comunicação: “A narrativa (romântica) do negro em O Escravo de José Evaristo de Almeida”.

Amândio Jorge Morais Barros (CITCEM, Univ Porto/Instituto Politécnico do Porto)
Título da Comunicação: “Os mercadores do Porto e o tráfico atlântico de escravos”.

Ana Hatherly (CHC, Univ. Nova de Lisboa). Título da Comunicação: A indicar

Ana Maria Ramalhete (IELT, Univ. Nova de Lisboa)
Título da Comunicação: “Do exilado político e do escravo: confluências em Mário de Silva Gaio”.

Ana Paula Tavares (escritora)
Título da Comunicação: A indicar

António de Almeida Mendes (Univ.Nantes – CRHIA, CIRESC - EHESS)
Título da Comunicação: “Escravidão e ‘raça’ em Portugal: perspectivas de trabalho”.

Antonio Fuentes Barragán (Univ. de Sevilha)
Título da Comunicação: Entre la opulencia y el prestigio: grandes propietarios de esclavos en el buenos aires del siglo XVIII.

António Manuel de Andrade Moniz (CHC, Univ. Nova de Lisboa)
Título da Comunicação: Dois Olhares sobre a Escravatura no Século XVI.

António Martins Gomes (CHC, Univ. Nova de Lisboa)
Título da Comunicação: “ Bárbara e Jau: A escravatura em Camões

Arlindo Caldeira (CHAM, Univ. Nova de Lisboa)
Título da Comunicação: “A guerra do mato. Resistência à escravatura e repressão dos fugitivos na ilha de São Tomé Séculos XVI-XVIII”.

Augusto José Moutinho Borges (Instituto Politécnico da Guarda)
Título da Comunicação: “Negros na azulejaria: figurações duma minoria através da arte (Séculos XVII-XIX)”. 

Carlos Almeida (Instituto de Investigação Científica Tropical)
Título da Comunicação: “Dos escravos que se compram e vendem no Reino do Congo e como podem os cristãos ser vendidos depois de baptizados; Discursos missionários sobre a escravidão e o tráfico na região centro-africana”.

Carlos Engemenn (Univ. Salgado de Oliveira, Niterói, Rio de Janeiro)
Título da Comunicação: “Do mercantil ao religioso: algumas reflexões sobre a escravidão do clero na América e sua catequese”.

Célia Maia Borges (Univ. Federal de Juiz de Fora)

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05.04.2013 | por martalanca | escravatura

Welcome to the City Lab Lisbon

Lisbon, treasure room of old grandeur as a former capital of globalization avant la lettre, always scoring high in the charts with most popular city trip destinations in Europe. But also a backdrop for plague and hunger, of earthquakes and tsunamis, nowadays one of the epicenters of the economic shockwaves that rock the continent. A pigg capital, a laboratory for new socio-economic realities. An ethnic melting pot in Southwest Europe -or was it North Africa, or maybe Northeast Latin America? - where racial and ethnic tensions seem less present (at least less visible) than in other western urban agglomerations. Where community perhaps still means something. A city of emigrants, immigrants and nomads, circumscribed by very volatile and porous borders: between nature and culture, between water and land, between modernity and tradition. A city of poets and surrealists, where the revolution bears the name of a flower, the cemetery is called ‘Pleasures’, where the walls speak -more eloquently than anywhere else perhaps - of agony and dreams of then and now.

Welcome to the City Lab Lisbon

É este o preâmbulo que assinala a chegada do City Lab a Lisboa. É um projecto em rede, mobilizado peloFestivals in Transition que conta com a participação de várias estruturas e artistas de cidades europeias, e que dá conta da crescente importância do ambiente urbano e das cidades como espaço de manifestações do mundo contemporâneo.

Em cada City Lab, os artistas convidados propõem trabalhos baseados nas experiências vividas em cada cidade. Depois de Utrecht, Riga, Maribor, Munique e Derry-Londonderry; chega a vez de Experimentar em Lisboa com acolhimento do Alkantara.

Monday April 8 | The Insatiable Tourist. 07.30am 

Meeting point at Metro Baixa-Chiado Breakfast, Lunch & Dinner together Sunrise and breakfast on the Castelo. Traveling via the highlights of touristic Lisbon through space and time. A relay race of guides, up to a point of touristic overdose, a sort of flip book of postcards. The full Lisbon in 12 hours, from the birth of a nation till the world expo 1998. Sunset on a boat crossing the river to have diner on the south bank.

Tuesday April 9 | Backyard silence. 11am

Meeting point at Metro Baixa-Chiado Lunch together in Bairro de Santa Filomena Night off. A walk through the hills on the backside of the city, starting with lunch in Santa Filomena, descending through the ‘non-lieus’ of suburban Lisbon to Amadora. The anti-tourist (or was it a slum tourist?), in a slow, strolling rhythm and no landmark in sight. We end the day in the late afternoon with a meeting with the company BERLIN. They already made a series of portraits of cities and are now working on a project about Lisbon.

Wednesday April 10 | City of Nomads. 10 am

Meeting point at the Parliament Off from 12pm to 6pm 6pm – Meeting point at Metro Baixa-Chiado Morning session in the fabulous Mãe d’Água water reserve with Urândia Aragão, a young artist working on the notation of movement, conceptual maps and scores, aiming to develop a ‘cartography of an experience’. Afternoon off, followed by dinner in a community house in the Curraleira neighborhood, and a meeting with representatives of the gipsy community. Fado.

Continuar a ler "Welcome to the City Lab Lisbon"

05.04.2013 | por martalanca | city lab lisbon

Cinema no telhado, 9 de Abril de 2013

Sessão de cinema no terraço da Universidade Lusíada, Luanda.

“Do outro lado” (Auf der Anderen Seite, 2007), de Fatih Akin.

04.04.2013 | por herminiobovino | cinema, Goethe Institute Luanda, Luanda, sessão de cinema

Apresentação da Obra Completa de Padre António Vieira

04.04.2013 | por martalanca | padre antónio vieira

MOÇAMBIQUE EM ABRIL – Histórias e Culturas do Índico | 5 a 26 de Abril

18:30 – Abertura da iniciativa e inauguração das exposições:

Coletiva  (Coleção Particular)
{Obras de: Mukavele, Jorge Dias, Celestino Mudaulane, Moira Forjaz, José Cabral, Sérgio Santimano e Luís Basto}

Escultura e Pintura de Malenga

Noite Temática
20:00 – Jantar tradicional
Sujeito a inscrição prévia por e-mail ou telefone
Contribuição: 13 moz (entrada, prato principal e sobremesa. Não inclui bebidas)

22:00 – Poesia e Música com Malenga e convidados
Entrada: 3 moz


04.04.2013 | por martalanca | arte moçambicana, Moçambique

Finhani - O Vagabundo Apaixonado (2012)

Lançamento do livro (Romance) “Finhani – O Vagabundo Apaixonado” de Emílio Lima, pela Corubal e a Chiado Editora, no Centro Cultural Franco Bissau Guineense.
Sexta-feira, 12 de Abril de 2013 | 17h00

(…) Imagine como pode terminar uma aventura transcontinental, por um corpoprofundamente agoniado, corroído pela ganância e brutalidade dos homens e,consumado pelas balas de canhões?

Foi assim que nasceu a ilusão do Finhani Pansau Kam-mecé, em emigrar paraEuropa, só com a roupa de corpo, após ter visto a casa e a família que construiucom muito amor e suor transformarem em escombros e fragmentos de sonhos (…)

Inspirado no poema “Vagabundo Apaixonado”, este romance transpira histórias verídicas. Traz à luz do dia a problemática da delinquência juvenil nos subúrbios… da escravatura moderna, perpetrada pelos grupos de mafiosos e traficantes que operam entre a Europa, América do Sul e África.

Para quaisquer dúvidas, esclarecimentos adicionais, não hesite em contactar:
Lisboa: 969432876 | miolindo@hotmail.com – Emílio Tavares Lima
Bissau: 00245 5917716 | corubalgb@gmail.com - Miguel de Barros

03.04.2013 | por herminiobovino | Guiné Bissau, literatura, literatura africana, literatura guineense

Monoswezi - The Village (2013)

Village, Monoswezi’s debut album, is a collection of rearranged Zimbabwean traditional songs blended with a cool Nordic edge. With members hailing from Mozambique, Zimbabwe, Norway and Sweden the boundary-crossing band’s sound is entirely unique. Articulated mbira rings out atop colourful woodwind and the gentle rhythm section.

Tracklist:
01 Hondo (music trad, words Hope Masike)
02 Ndinewe (Hope Masike)
03 Kuenda Mbire (trad, arr Hope Masike/Monoswezi)
04 Mapfunde (trad/Hope Masike)
05 Kalahari (Hallvard Godal)
06 Heya! (Hope Masike)
07 Nhemamsasa (trad, arr Hope Masike/Monoswezi)
08 Xitimela (João Cabaço, arr Monoswezi)
09 Matue Tue (trad/Calu Tsemane, arr Calu Tsemane)
10 Metal Drum (Calu Tsemane, arr Monoswezi)
Personnel:
Hope Masike - vocals, mbira;
Calu Tsemane - vocals, percussion;
Hallvard Godal - saxophone, clarinet;
Putte Johander - bass;
Erik Nylander - drums, percussion.

03.04.2013 | por raul f. curvelo | Ethnic Jazz., Monoswezi, World Fusion, world music, zimbabwe

Octa Push em Nairobi

Num projecto comissionado pelo The Goethe Institute, “10 Cities” serão palco, até 2014, de uma experiência multicultural única que juntará músicos e produtores de música electrónica e cultura club (5 cidades europeias e 5 africanas).

Depois de Angola, Lagos e Joanesburgo, Nairobi será a próxima cidade onde a música electrónica europeia, e a cultura club em geral, representada pelos portugueses Octa Push e Batida, vai interagir com bandas locais, de 14 de Abril a 1 de Maio, com o objectivo de produzirem temas em conjunto, que serão reunidos posteriormente numa compilação.

Durante estas duas semanas de intensa cooperação e produção musical, decorrerão ainda DJ sets, live-acts e concertos pela capital queniana.

Deste projecto constam os produtores europeus e africanos: Diamond Version (Alva Noto e Byetone), Gebrüder Teichmann, Jahcoozi, Pinch, Rob Smith, Dirty Paraffin, Vakula, Dubmasta, Wura Damba, Oboyega Oyedele, Djeff, DJ Satellite, Just A Band, Camp Mulla, Marco Messina, Lucio Aquilina e claro, Octa Push e Batida.

Tudo isto acontece pouco antes do álbum de estreia dos Octa Push ser editado, em Junho, pela inglesa Senseless, cujo primeiro single, “Françoise Hardy” (clicar para ouvir), conta com a participação do vocalista dos Youthless, Alex Klimovitsky.

www.ten-cities.com  ::  www.facebook.com/octapush 

 

03.04.2013 | por franciscabagulho | afro-beat, musica electrónica

Nik Bärtsch’s RONIN: A banda de jazz zen-funk apresenta novo álbum, “LIVE” (ECM), na África Austral

Música ritual japonesa, sons clássicos, espaço arquitectónico, improvisação, funk – elementos que se entrelaçam metodicamente, porém de forma artística e harmoniosa, pelo quarteto suíço Nik Bärtsch’s Ronin.

A banda Ronin, constituída em 2001 e liderada pelo compositor e pianista Nik Bärtsch, natural de Zurique, é dotada de um som idiossincrático forte. Com o baterista Kaspar Rast, Sha nos clarinetes baixo/contrabaixo e sax alto e Thomy Jordi no baixo. Cada membro do grupo dispõe de enorme controlo e visão não só em relação aos sons que ele próprio produz mas também às sonoridades que surgem da combinação com os restantes instrumentos. É aqui que os instrumentos se fundem como componentes de uma orquestra sinfónica, ao mesmo tempo que acompanham a visão estética da música ritual groove.

Com uma presença irresistível no palco, e distinguida pelo Wall Street Journal como um dos seis melhores espectáculos ao vivo em 2011, a Ronin conta agora com o apoio da Pro Helvetia, a Fundação Suíça para a Cultura, para fazer chegar ao Cape Town Jazz Festival, Joanesburgo, Durban, Suazilândia e Moçambique a energia hipnotizante que caracteriza as suas actuações ao vivo. A banda oferecerá ainda vários workshops que se realizarão em locais seleccionados.

“Isso demonstra bem a versatilidade e a franqueza da chamada música moderna que não se 
impõe limites mas visa talvez romper as fronteiras existentes.” Hans-Jurgen von Osterhausen, Jazzpodium (Alemanha).

CIDADE DO CABO
Sexta, 5 de Abril de 2013 | 19h00
Cape Town International Jazz Festival
Cape Town International Convention Centre
Moses Molelekwa Stage
Ingresso de um dia R440
www.capetownjazzfest.com

Workshop:
6 de Abril | 16h00
Sala VOC, 3º Andar, Cape Sun
Por inscrição

JOANESBURGO
Segunda, 8 de Abril | 19h30
The Music Room, 8º andar do Edifício University Corner, Universidade Wits, Jorrisen Street, Braamfontein.
R50 Bilhetes à venda no local; entrada livre para estudantes.
Estacionamento subterrâneo disponível no Edifício University Corner. Entrada localizada na Jorrisen Street

DURBAN
Quarta, 10 de Abril de 2013 | 18h00
The Centre for Jazz and Popular Music
Campus Howard College da UKZN
Estudantes R10 | Pensionistas R20 | Adultos R35

MALKERNS
Suazilândia Quinta, 11 de Abril | 20h00
House on Fire, Malandela’s Complex Malkerns
E 70 Bilhetes à venda no local
www.house-on-fire.com

MAPUTO
Moçambique Sábado, 13 de Abril | 20h30
Centro Cultural Franco Moçambicano – Auditório CCFM
Avenida Samora Machel, 468 Maputo
Público em geral 250 Mt, Membros do CCFM 150Mt
www.ccfmoz.com

03.04.2013 | por herminiobovino | África do Sul, jazz, Moçambique, música, Zen-Funk

Zanele Muholi was honoured at the Index on Censorship Freedom of Expression awards in London.

Muholi won the Index Arts award, for which she had been nominated alongside Russian punk group Pussy Riot, Saudi Arabian filmmaker Haifaa al Mansour, and Indian cartoonist Aseem Trivedi.

The Index Awards are, according to the organizers, ‘an extraordinary celebration of the courageous and determined individuals around the world who have stood up for free expression, often at great personal risk’. Dedicating the award to two friends who were victims of hate crimes and later succumbed to HIV complications, Muholi said: ‘To all the activists, gender activists, visual activists, queer artists; writers, poets, performers, art activists, organic intellectuals who use all art forms of expressions in South Africa. The war is not over till we reach an end to ‘curative rapes’ and brutal killing of black lesbians, gays and transpersons in South Africa.’

According to The Guardian, CEO Kirsty Hughes said: ‘Zanele has shown tremendous bravery in the face of criticism and harassment for ground-breaking images which include intimate portraits of gay women in South Africa, where homosexuality is still taboo and lesbians are the target of horrific hate crimes. She has won the award both for her courage and the powerful statements made by her work.’

Born in Umlazi, Durban, in 1972, Muholi describes herself as a ‘visual activist’, presenting positive imagery of black lesbians and transgendered persons through her work. Her series of black and white portraits, Faces and Phases, was exhibited at Documenta 13 in 2012, as was her documentary, Difficult Love, which has been shown to acclaim at festivals around the world.

Works from Muholi’s Faces and Phases series are currently on exhibition at Yancey Richardson Gallery in New York, through 6 April.

 

GALERIA DE ZANELE MUHOLI NO BUALA 

Ler aqui artigo sobre o trabalho da artista 


02.04.2013 | por martalanca | Zanele Muholi

ÁFRICA NO FESTIN [3 > 10 ABR 2013]

FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa está de volta ao Cinema São Jorge, em Lisboa, para a sua quarta edição.

Entre 3 e 10 de abril serão exibidos 77 filmes, entre 24 longas e 53 curtas-metragens (ficção, documentário e animação), provenientes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Entre as novidades desta edição, destaque para uma homenagem ao cinema de Angola e para uma maratona de documentários, no dia 8 de Abril, onde serão exibidos oito filmes, entre longas e curtas-metragens.

alguns lembretes:

QUARTA, 3 DE ABRIL

O GRANDE KILAPY
Angola/ Portugal/Brasil, 2012, 100 minutos, Ficção
Realização: Zezé Gamboa
Com: Lázaro Ramos, Pedro Hossi, João Lagarto, Patrícia Bull, Adriana Rabelo, Sílvia Rizzo, Hermila Guedes, São José Correia

Horário: 3 de abril | 21h30 | Sala Manoel de Oliveira

Sinopse: Joãozinho é um vigarista com uma profunda ética de amizade, bon vivant a todo o custo, é uma pessoa simples e que vive indiferente às contingências de vida numa colónia portuguesa. Por forças das circunstâncias Joãozinho acaba por se tornar uma personagem incómoda e subversiva para o regime colonial português.

NOS TRILHOS CULTURAIS DA ANGOLA CONTEMPORÂNEA
Angola, 2010, 58 minutos, Documentário
Realização: Dias Júnior
Com: Orlando Sergio

Horário: 4 de abril | 22h00 | Sala 3

Sinopse: Produzido no âmbito da série DOCTV-CPLP, que apresentou ao público nove documentários inéditos produzidos nos países da CPLP e em Macau, este documentário traça os trilhos da linha entre o passado, o presente e o futuro de uma linha férrea de importância extrema que atravessa Angola de leste a oeste. Em 50 minutos, o documentário, que levou 16 dias de rodagem e seis meses de produção, centra a sua ação no troço Lobito/Cubal (ambos municípios de Benguela), num percurso de aproximadamente 153 quilómetros.

CULTURAS VIVAS
Angola, 2012, 45 minutos, documentário
Realização: Chico Júnior
Com: Povos hereros

Horário: 5 de abril | 20h00 | Sala 3

Sinopse: Este documentário retrata e valoriza algumas etnias do sul de Angola com destaque para os subgrupos do grupo Hereros, que mesmo com os quinhentos anos de colonização e de imposição religiosa, mantiveram-se firmes na conservação da sua cultura ancestral, a mesma que faz parte do acervo de culturas desta imensa Angola. A sua interação com outros grupos bantus, o confronto permanente durante a transumância e a sobrevivência do gado são também problemas abordados nesta obra.

MANIFESTO DAS IMAGENS EM MOVIMENTO
Moçambique, 2012, 5 minutos, Documentário
Realização: Diana Manhiça
Horário: 6 de abril | 18h00 | Sala 3

Sinopse: Originalmente editado como um manifesto do KUGOMA para a introdução da seção de Arquivos de Imagens em Movimento do festival, em 2012, as imagens filmadas por Diana Manhiça e Ilda Abdala durante a remoção de caixas e películas irrecuperáveis do acervo do INAC (Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema), em Maputo, foram cruzadas com registos do Simpósio do Festival Dockanema de 2010, e excertos de entrevistas do Projecto “Fora de Campo” de Catarina Simão. O contexto é definido por elemento textuais, da Declaração sobre a Conservação e Preservação do património Audiovisual da UNESCO, de 1980.

SEGUNDA-FEIRA, 8 DE ABRIL

BAFATÁ FILME CLUBE
Portugal/Guiné-Bissau, 2011, 77 minutos, Documentário
Realização
: Silas Tiny.

Horário: 8 de abril | 15h30 | Sala 3

Sinopse: Em Bafatá, na Guiné-Bissau, Canjajá Mané, antigo operador de cinema e guarda do clube da cidade, repete os mesmos gestos há cinquenta anos. Mas atualmente o cinema está fechado e não existem espectadores. Dos seus tempos como trabalhador do clube até aos nossos dias, restam apenas recordações. Na cidade, somente as pedras, árvores e o rio resistiram à erosão do tempo. E com eles, algumas pessoas, que ficaram para perpetuar na memória do mundo e dos homens, que ali já viveu gente. São essas pessoas por quem Canjajá procura e espera pacientemente até hoje.

Continuar a ler "ÁFRICA NO FESTIN [3 > 10 ABR 2013]"

02.04.2013 | por martalanca | cinema, cinema africano, festin

O começo e o final de uma semana a p&b em Viena; notas de Maria Vlachou

Chego a Viena numa sexta à noite. A cara do taxista diz-me que o seu país de origem poderá ser algures no Médio Oriente. Não fala inglês, por isso, não podemos falar. Alguns minutos mais tarde atende uma chamada. Oiço-o falar turco. “So, you´re from Turkey?”, pergunto quando desliga. Olha para mim através do retrovisor surpreendido e pergunta-me (provavelmente): “Percebe turco?”. Digo-lhe “Yunanistan” (“Grécia” em turco). Olha para mim ainda mais surpreendido e exclama: “You?! Yunanistan?!”. E continua em inglês: “Me, you, no problem, no problem.” Sorrio: “No problem”, digo-lhe. Quando chegamos ao hotel, agradeço-lhe em turco. Parece estar contente. 

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Estou em Viena para um workshop sobre racismo e consciência cultural, financiado pelo Grundtvig, o programa da União Europeia de aprendizagem ao longo da vida – começa na segunda. A formadora principal é uma mulher preta que parece ser dinâmica e muito autoconfiante. Os participantes vêm da Bulgária, Roménia, República Checa, Polónia, Alemanha, Irlanda, Holanda, Reino Unido, Espanha e Turquia. Pessoas pretas e brancas – ou uma espécie de pretas e uma espécie de brancas – muitas originárias de países diferentes daqueles onde hoje residem, pessoas de várias idades e áreas, reunidas em Viena para debaterem o racismo.
É-nos pedido para falarmos das nossas expectativas face ao workshop. Digo-lhes que espero que as minhas ideias sobre o racismo sejam desafiadas, que o meu pensamento se desenvolva, porque sei que nenhum de nós se considera racista, mesmo assim, poderíamos ficar surpreendidos.
Um pouco mais tarde, é-nos dada pela formadora uma definição do racismo: “Racismo é discriminação com poder numa sociedade dominada pelos brancos.” Esta definição não me deixa confortável.
- “Vê o racismo hoje em dia como algo que apenas os brancos fazem contra os pretos?”, pergunto. - “Não sou eu que o estou a dizer”, responde a formadora, “é assim que tem sido definido.”
E nesse momento, com aquele género de resposta, sei que a semana que temos pela frente será mais complicada e menos interessante do que tinha antecipado. Mas desafiante, mesmo assim.
São várias as razões porque esta experiência me deixou profundamente preocupada e desiludida, para além de me fazer sentir desconfortável.
Em primeiro lugar, ao longo da semana, fomos bombardeados com afirmações (algumas delas sendo sérias imprecisões históricas), raramente, ou melhor nunca, fazendo referência a qualquer fonte bibliográfica e sem espaço para serem discutidas: assim, foi-nos dito que deveríamos esquecer os filósofos Gregos antigos e o seu contributo para a cultura europeia e mundial, porque tinham sido vistos no Egipto (só isso, “tinham sido vistos”); que Heródoto tinha feito a descrição de Cleópatra como tendo traços africanos (como, se viveu cinco séculos antes dela?); que Alexandre o Grande incendiou a biblioteca de Timbuctú (bem, acho que não se aventurou por esses lados); que os médicos hoje fazem um juramento escrito por um médico egípcio (mmm… será de Hipócrates que estamos a falar?).
Em segundo lugar, havia uma determinação em fazer calar qualquer pessoa, preta ou branca, que estaria a tentar colocar o racismo numa perspectiva mais contemporânea, mais ampla. Era-nos dito que este não era o tema do workshop ou os nossos comentários e questões provocavam risos irónicos ou respostas agressivas, uma vez que o nosso desejo para haver debate era visto como uma tentativa de minimizar a seriedade do racismo dos brancos contra os pretos a fim de lidarmos com a nossa “culpa de brancos”. Os argumentos para apoiar esta tese continuavam a chegar. Num passeio pela cidade (chamado “Black Vienna” no programa do workshop), uma jovem mulher preta – que vive na Áustria desde os 2 anos e que tem hoje nacionalidade austríaca – partilhou a história da sua participação numa peça de Tennessee Williams, fazendo de empregada (um papel típico reservado a actores pretos, disse-nos). Sentiu-se desconfortável com o uso da palavra “nigger” (preto) no texto de Williams. Queria que fosse substituída (vamos ver: teria ficado satisfeita se tivesse mudado um texto escrito nos anos 50 que apresentava uma história no sul dos EUA, onde um personagem branco (provavelmente racista) que queria rebaixar um preto usasse talvez o termo “african american” em vez de “nigger”? E talvez a criada devesse ser interpretada por uma actriz branca? A sério, é assim que se vai combater o racismo?). Depois disto, continuando o nosso passeio, fomos levados ao parque da cidade e foi-nos mostrado o local onde um jovem preto tinha sido atacado pela polícia com enorme gravidade (presumivelmente por ser preto), onde a ambulância demorou séculos para chegar, resultando o incidente na morte do jovem (umas semanas antes tinha ocorrido em Salónica, na Grécia, um incidente bastante parecido, quando a polícia não gostou do aspecto “anarquista” de um jovem – branco…).

A aparente incapacidade da comunidade preta de Viena em se organizar para lutar pelos seus direitos e para partilhar de forma mais ampla as suas preocupações com a sociedade vienense deixou-me também apreensiva e algo surpreendida. Foi-nos contada a história de Angelo Soliman, um homem preto que chegou a Viena no século XVIII e era muito respeitado pela sociedade local e um companheiro do imperador pela sua inteligência e vastos conhecimentos e até se casou com uma mulher branca… para depois da sua morte ser embalsamado e exposto no Museu de História Natural. Uma exposição do Museu de Viena sobre Soliman uns anos atrás foi severamente criticada pela nossa guia, pela forma como representava as pessoas de África, mas, aparentemente, não houve nenhuma reacção oficial da comunidade preta (mais sobre a exposição aqui). Mais tarde, quando perguntámos que tipo de associações tinham para serem representados na sociedade austríaca e nas suas relações com o Estado austríaco, foi-nos dito que este género de associação não era possível, uma vez que a maior comunidade africana era da Nigéria e as pessoas pertencem a tribos diferentes e no passado rivais… Como pode ser que sejam todos “um” (“pretos” ou “africanos”) quando atacados ou discriminados, mas que as tribos se metam no caminho quando é suposto organizarem-se?
Por último, uma outra razão de preocupação: a óbvia raiva e igualmente óbvia incapacidade (ou falta de vontade) de colocar as coisas numa perspectiva diferente. Quando foi mencionado o caso de Zimbabwe, e concretamente a forma como os brancos tinham sido tratados pelo governo de Mugabe, foi-nos dito que tinha sido feita justiça. Os pretos viviam lá desde sempre, os brancos chegaram depois, por isso, mesmo que nasçam e cresçam naquele pedaço de terra há décadas, não lhes é permitido chamá-lo “seu”… Por outro lado, jovens que hoje em dia são oficialmente Austríacos (pretos) – depois de terem vivido durante alguns anos no país – reclamam furiosos contra o racismo e a discriminação austríacos. Estão convencidos (ou preferem pensar, para poderem continuar a alimentar a sua raiva) que qualquer coisa que aconteça a um preto é porque é preto.
Não estou a negar este género de racismo – ao contrário, se o estivesse a fazer, não teria ido a Viena -, mas nas suas repetidas tentativas de nos fazer ver uma vítima preta, alguns de nós víamos simplesmente uma vítima: um pobre, uma mulher, um homossexual, um cigano… Fiquei muito impressionada quando um participante do Senegal, que vive hoje em Barcelona, nos disse que, quando um rapaz do Senegal foi assassinado por ciganos (que estavam a gritar “mata o preto”…), a comunidade recusou-se a ver este incidente como um crime racial e concentrou-se no crime, no homicídio que deveria ser punido. Tinha sido uma opção consciente para evitar virar uma comunidade contra a outra. O homicídio tinha sido visto como um homicídio.
E sinto que este poderá ser o caminho. Considerando que existe apenas uma raça, a raça humana, o racismo hoje em dia para mim só pode ter um significado metafórico. É discriminação com poder (independentemente da cor do discriminado e de que detém o poder). Numa entrevista com Mike Wallace, Morgan Freeman considerou o Black History Month “ridículo”, recusando-se a ver a sua história reduzida a um mês. Quando o jornalista lhe perguntou “Então, como vamos ver-nos livres do racismo”, simplesmente respondeu: “Parem de falar sobre isso Vou parar de te chamar branco e vais parar de me chamar preto. Sou Morgan Freeman para ti, e és Mike Wallace para mim.”
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No final da semana, esperando pelos nossos voos no aeroporto – quatro de nós, pretas e brancas de diferentes origens – estamos a falar de viagens e depois das companhias low cost e dos seus serviços. Uma de nós, preta, conta-nos a história da sua tia que vinha para a Europa com a Easyjet e foi-lhe dito para esperar algures para fazer o check-in, tendo sido “esquecida” propositadamente e obrigada a comprar um bilhete novo. “Estão a ver, é o que fazem aos Africanos”.

Maria Vlachou

 

02.04.2013 | por candela | consciência cultural, Maria Vlachou, racismo, Viena

MOSCA 8 - 8th Cambuquira Short Film Festival

10 to 14th of July, 2013

THE FESTIVAL

MOSCA – The Cambuquira Short Film Festival - is focused on the diffusion of Brazilian and foreign audio-visual productions, as well as promoting a critical film-going public. The festival program includes Brazilian films screening, special programs of foreign movies, debates, workshops, exhibitions, children’s activities, a bar-restaurant and a travelling outreach festival. Since 2005, MOSCA has been contributing to the revival of film-going rituals in this small town, while also providing and expanding cultural and artistic opportunities for the local population.

DATES AND VENUE

MOSCA 8 will unfold from 10 – 14 July, 2013, in the Brazilian town of Cambuquira, located in the south of Minas Gerais, and otherwise renowned for its naturally mineral springs. The festival is warmly held at Cine Elite - an old city cinema that had been closed for about 20 years, but which in 2001 was lovingly restored by the cultural institution “Espaço Cultural Sinhá Prado”.

The venue and the town share a charming and idiosyncratic architecture, with calm and serene walking streets. This video, made for MOSCA 7, gives a glimpse of Cambuquira’s beauty and attraction:http://vimeo.com/44820975#at=0

After the primary festival in July, MOSCA continues its work with a travelling outreach festival, spreading the film-going spirit to other communities.

Service: 8th CambuquiraShort Film Festival  – MOSCA 8

Place: Espaço Cultural Sinhá Prado – Av. Virgílio de Melo Franco, 481 – Cambuquira-MG / Brazil 

Date: 10 to 14th of July, 2013 

Realização: Associação Comercial Educacional e Cultural Sinhá Prado Guimarães and Ministério da Cultura. 

Audience: the program is for all ages

Free admission

01.04.2013 | por martalanca | Brasil, cinema, festival

“Namíbia, Não!” encerra temporada em Salvador e se prepara para 3 apresentações em Portugal

Próximo fim de semana traz a última oportunidade para baianos conferirem a peça que há 2 anos faz sucesso em todo o Brasil.

Está chegando ao fim a temporada de Namíbia, Não! em Salvador. A montagem faz seu último fim de semana no Teatro Sesc Casa do Comércio (Caminho das Árvores), sábado e  domingo, dias 30 e 31 de março, às 21h e 20h, respectivamente. No mês de maio, a convite da Funarte, segue para 3 apresentações na Cidade do Porto, pelas comemorações do “Ano do Brasil em Portugal”.

“Temos viajado pelo país com a peça, mas realizar a temporada de comemoração dos dois anos de em Salvador, cidade onde esse esptáculo nasceu, tem um sabor especial. O público baiano pôde rever a história, e aqueles que ainda não tinham prestigiado essa comédia reflexiva, têm uma nova oportunidade. A temporada ainda contou com a novidade de trazer o ator Sérgio Menezes,  amigo e parceiro de outros espetáculos, que entrou no projeto Namíbia, Não! com toda garra e talento. Que venha o terceiro ano, com as novidades que o tempo nos dará!”, declara Aldri Anunciação, ator e autor do texto do espetáculo.

Jamile Amine/Comunika PressJamile Amine/Comunika PressO argumento parte da seguinte situação hipotética: o ano é 2016 e o governo brasileiro decreta que todos os cidadãos de melanina acentuada sejam deportados para um país da África. Com humor e inteligência, a partir do confinamento de 2 primos em um apartamento por causa desta absurda Medida Provisória, o espetáculo provoca uma discussão sobre a situação do negro no Brasil atual.

Namíbia,Não! é dirigida por Lázaro Ramos, estreou em março de 2011 no Teatro Castro Alves, em Salvador, e já se apresentou em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Brasília. Desde o seu lançamento contabiliza mais de 35 mil espectadores.

Desde sua estreia Namíbia,Não! tem acumulado importantes consagrações, validando sua qualidade artística. Contemplada com os Prêmios Braskem de Teatro 2011 e Myryam Muniz 2010, ambos na categoria Melhor Texto (autoria de Aldri Anunciação), recebeu recentemente o Prêmio Portal R7 de Melhor Texto de Teatro em 2012, escolha que deu-se através de votação popular, tendo mobilizado mais de 100 mil votantes.

O texto Namíbia, Não!, de Aldri Anunciação, foi  tema de palestra em Colóquio Internacional Sobre Literatura Brasileira Contemporânea realizado em parceria pela Freie Universität de Berlin, Université Paris-Sorbonne (França) e Universidade de Brasília, em Berlim, dias 11 e 12 de março, na Alemanha. Neste evento, a dramaturgia negra brasileira foi objeto de estudo e teve destaque no exterior. Em breve, Namíbia, Não! poderá ser traduzida e publicada em alemão.

28.03.2013 | por martalanca | Brasil, Lázaro Ramos, racismo, teatro