Tratando-se de um colonialismo moderno, iniciado em 1948, num período em que começou também o processo que poria fim a colónias, a tática da desumanização foi reproduzida pelo novo Israel. O Outro, neste caso o povo autóctone palestiniano, é, tal como foram os povos africanos ou os povos indígenas nos vários continentes, caracterizado como “animal”, como “verme”, e por outros nomes que tentam quebrar a tal “igualdade” a que nos convida a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ainda hoje, o uso destas catalogações inumanas do Outro serve para justificar a forma como é tratado, a violência que é exercida sobre ele, a humilhação lenta, a tortura, o assassínio – como se acabar com um animal fosse mais fácil ou justificado.
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31.10.2023 | por Alix Didier Sarrouy