O Projecto Crioulo - Cabo Verde, colonialismo e crioulidade (Parte II e III)

O Projecto Crioulo - Cabo Verde, colonialismo e crioulidade (Parte II e III) A crioulização tem claramente a sua base no estudo do complexo Afro-Americano e nas sociedades de plantação das Caraíbas, talvez apenas com ramificação para o Brasil como instância comparativa. Na sua review da antropologia da Afro-América Latina e Caraíbas, Yelvington (2001) diz que a actual preocupação antropológica com os processos de globalização, dispersão, migração e transnacionalidade, com o colonialismo, o hibridismo, etc., elide muitas vezes a produção fundacional que remete para os estudos da diáspora africana nas Américas.

A ler

06.05.2011 | por Miguel Vale de Almeida

O Projecto Crioulo - Cabo Verde, colonialismo e crioulidade (Parte I)

O Projecto Crioulo - Cabo Verde, colonialismo e crioulidade (Parte I) Escravatura ou liberdade, homogeneidade cultural europeia e diversidade africana, desequilíbrios de género, criação de grupos intermediários são, pois, determinantes. Para Mintz e Price, o conceito de “crioulização” surgiu como um útil substituto de “aculturação” e “assimilação”, pois descreve uma expressão sincrética que leva ao surgimento de novas formas culturais, tal como no passado aconteceu na Europa.

A ler

06.05.2011 | por Miguel Vale de Almeida

MAPUTO – LUANDA - LUBUMBASHI

MAPUTO – LUANDA - LUBUMBASHI ‘MAPUTO - LUANDA – LUBUMBASHI’ reúne três séries que resultam da negociação entre o fotógrafo e a privacidade dos sujeitos, dos espaços e dos elementos fotografados. A exposição traz-nos imagens de lugares que foram outrora palco de migrações massivas e brutais relacionadas com o comércio de escravos Africanos, imagens de lugares maltratados e desgastados pelo tempo mas também outras imagens melancólicas, quase intimistas, de interiores de habitações e espaços comerciais.

Cara a cara

06.05.2011 | por Jorge Dias

"Terceira Metade": Fotografia do pertencimento - Fotografia africana na coleção Gilberto Chateaubriand

"Terceira Metade": Fotografia do pertencimento - Fotografia africana na coleção Gilberto Chateaubriand As obras de Seydou Keïta, Jean Depara, J.D. 'Okhai Ojeikere, Malick Sidibé e Ambroise Ngaimoko, presentes na coleção Gilberto Chateaubriand, constituem um recorte intrigante da ‘era de ouro’ da fotografia africana. As obras expressam projetos estéticos de qualidade que consolidam um olhar sobre a mentalidade e cultura africanas. Entretanto, é preciso compreender que a coesão das obras resulta, sobretudo, de condições semelhantes de produção. Nesse sentido, o título indica a necessidade de posicionar-se emotiva e criticamente, pondo em questão o mito da unidade do continente africano a partir da ambiguidade que caracteriza a fotografia: arte e ciência.

Vou lá visitar

04.05.2011 | por Cezar Bartholomeu

Arriscar aquilo que abre caminhos, entrevista a António Pinto Ribeiro

Arriscar aquilo que abre caminhos, entrevista a António Pinto Ribeiro Uma determinada expressão cultural resulta de uma expectativa que um grupo tem em relação à cultura e ao mundo mas também na sua carga hereditária, naquilo que os anglo-saxões chamam e bem heritage. Naturalmente que, por tradição ou expectativa, muitas destas culturas e grupos entram em conflito. Pode ser produtivo, desde que se assuma isso como algo normal que faz parte da democracia. À medida que há negociação entre grupos e expressões culturais, onde a intervenção na cidade, a política e questões sociais não podem ser substituídos pela cultura, encontram-se numa situação democrática e rica. As produções culturais devem traduzir isto.

Cara a cara

02.05.2011 | por Marta Lança

"Terceira Metade": Conjugando (subvertendo?) o 'glocal' a partir do Benim: Hazoumé, Quenum, Zinkpé

"Terceira Metade": Conjugando (subvertendo?) o 'glocal' a partir do Benim: Hazoumé, Quenum, Zinkpé Extrapolando a crítica às demandas do mercado de arte e da indústria cultural com relação à África, esses artistas - Romuald Hazoumé, Dominique Zinkpé e Gérard Quenum - se mostram irrestritos ao ensimesmamento da arte contemporânea, embora não alheios à sua problemática. Assim, não deixam de questionar os processos nos quais as realizações de artistas da África, em geral, e do Benim, em particular, se inserem e são assimiladas nos sistemas de arte e cultural

Vou lá visitar

02.05.2011 | por Roberto Conduru

Os lugares da juventude no contexto urbano de Cabo Verde

Os lugares da juventude no contexto urbano de Cabo Verde Corpo, consumo, sexualidade, expressividade, festividade, colectividade, informalidade e ilegalidade serão assim analisados como os lugares centrais dos novos desafios, negociações, inovações e afirmações dos jovens contemporâneos de Cabo Verde, das suas formas de estar no mundo.

A ler

30.04.2011 | por Filipe Martins

O pensamento tradicional africano, entrevista a Ferran Iniesta

O pensamento tradicional africano, entrevista a Ferran Iniesta Para nós, ocidentais, a filosofia é o máximo. Para qualquer tradição, a filosofia é uma anedota, um detalhe muito simples. Sensorialmente nós percebemos a distância entre uma mesa e uma coluna. Este é um conhecimento útil. Inclusive a pequena tecnologia instrumental, desde um martelo a uma nave espacial, forma parte do espaço separativo no qual a mente opera mediante a separação entre sujeito e objecto. Todo aquele que tende a um conhecimento mais amplo, mais de conjunto, mais reticular, transborda isso. O que não quer dizer negá-lo. Simplesmente, transborda, integra-o e minimiza-o em termos de valor. A tradição quer manter esse enquadramento mais amplo, que a filosofia abandonou. Em África não há filosofia porque nunca abandonaram totalmente essa perspectiva ampla.

Cara a cara

30.04.2011 | por Albert Farré Ventura

Ruy Guerra

Ruy Guerra Foi assim parte de uma geração que, nos anos 60, queria mudar o mundo, por sua ideologia mas também – alguns deles e Ruy entre esses – por sua prática de vida. Para ele a estética é sempre política, pois traz necessariamente embutida uma visão de mundo, ancorando-se em valores que apresenta, defende ou condena. Se apresentado como cineasta político, orgulha-se de ser esta sua marca maior. Nunca foi ligado a partido, mas acredita que ser político é estar envolvido com as problemáticas de sua época: “Tenho um olhar político sobre a realidade, de um ponto de vista cultural”.

Cara a cara

30.04.2011 | por Vavy Pacheco Borges

"20 Navios” de Ruy Guerra, DA CRÓNICA E SUA MELANCOLIA

"20 Navios” de Ruy Guerra, DA CRÓNICA E SUA MELANCOLIA Da crónica e sua melancolia nos fala este "20 Navios", abrindo logo com “Esta Janela” (indiscreta?) onde interroga suas identitárias pertenças – o tal triângulo: “Daqui desta janela, quando a noite chega e Lisboa se pulveriza nas suas luzes anónimas de cidade grande ainda que possa me imaginar em Maputo, Havana, Rio, ou qualquer outro ventre, sei agora que não posso mais me enganar porque estou inexoravelmente só com a minha esquizofrénica latino-africanidade.

Afroscreen

30.04.2011 | por Luís Carlos Patraquim

UM LIVRO PIONEIRO SOBRE O CINEMA EM E DE MOÇAMBIQUE

UM LIVRO PIONEIRO SOBRE O CINEMA EM E DE MOÇAMBIQUE O cinema moçambicano é parte do acervo histórico nacional, e uma ferramenta poética para perceber o presente e perspectivar futuros; é património cultural, a par da nossa literatura, da pintura, da escultura, do teatro, do canto e da dança, podendo espelhá-las a todas, essas belas e malasartes, mais a imensa riqueza linguística e diversidade de que é feita a invenção real e utópica da nossa plural identidade.

Afroscreen

30.04.2011 | por Luís Carlos Patraquim

"Terceira Metade": Design pelos outros 90%

"Terceira Metade": Design pelos outros 90% As ruas do Brasil estão cheias de soluções de design surpreendentes, feitas por pessoas levadas apenas por pura necessidade humana. Adélia Borges escreve sobre um novo espaço de exibição que celebra uma cultura de design de diversidade.

Vou lá visitar

29.04.2011 | por Adélia Borges

"No problems in Africa", onda xenófoba na Africa do Sul

"No problems in Africa", onda xenófoba na Africa do Sul a Cidade do Cabo parece viver dentro do slogan para carros dos anos 60 que mostrava a ligeireza da vida de uns poucos sul-africanos: barbecues, rugby, sol, Chevrolet… Porém, fora da África funcional que cuidadosamente afastou a miséria lá para os confins, por detrás da luz que desce das montanhas com nome de mesa (Table Mountain), desalojando os pobres do centro, a realidade é outra. Percebemos o sentimento de Mandela quando, nos anos 40, descobriu o sofrimento da exploração na golden city Joanesburgo e entregou o peito à luta política. E agora, nesse mesmo país de Nadine Gordimer e de J. M. Coetzee, africanos ou, antes, os kwerekwere – termo ultrajante para «estrangeiro» são queimados e mortos.

Vou lá visitar

27.04.2011 | por Marta Lança

Estética das favelas

Estética das favelas Uma diferença fundamental com a cidade planejada diz respeito a relação entre espaços públicos e privados, na favela esses espaços também estão inextricavelmente ligados. Durante o dia as ruelas se tornam a continuação das casas, espaços semi-privados, enquanto a maioria das casas com suas portas abertas se tornam também espaços semi-públicos. A idéia da favela como uma grande casa coletiva é freqüente entre os moradores. As ruelas e becos são quase sempre extremamente estreitos e intrincados o que aumenta a sensação labiríntica e provoca uma grande proximidade física que provoca todo tipo de mistura. Subir o morro é uma experiência de percepção espacial singular, a partir das primeiras quebradas se descobre um ritmo de andar diferente, uma ginga sensual, que o próprio percurso impõe.

Cidade

27.04.2011 | por Paola Bernstein Jacques

Gempenstrasse

Gempenstrasse Gempenstrasse por estes dias é o refúgio e ponto de encontro de vários exilados políticos das pavorosas ditaduras latino-americanas, filha bastarda da Operação Condor engendrada por Henry Kissinger. Também há prófugos das tiranias africanas e fugitivos de déspotas asiáticos.

Mukanda

27.04.2011 | por Tchalé Figueira

"Terceira Metade": Pela sombra do silêncio

"Terceira Metade": Pela sombra do silêncio O que fazer com o seu segredo? Era o primeiro a despertar na Aldeia, e o único que sabia, agora, do segredo deste apagamento proibido. Estaria quebrado o ciclo? Seria perseguido pelos espíritos dos mais-velhos pelo seu descuido de natureza amorosa? E havia sido um descuido de natureza amorosa?

Mukanda

26.04.2011 | por Ondja ki

"Terceira Metade": Novos horizontes – Arte africana contemporânea e política pós-colonial

"Terceira Metade": Novos horizontes – Arte africana contemporânea e política pós-colonial A pós-independência na África é um espaço de ambivalência, em que as aspirações de seu povo vão, frequentemente, em oposição a seus líderes e às influências externas. Sua riqueza é aleijada pelo controle financeiro ocidental que visa uso próprio dos recursos do continente. Nos últimos anos, o rápido crescimento da influência econômica da China sobre a África se tornou mais um aviso do novo agente fomentado pela globalização e da resultante expansão política e econômica. Ainda não há indícios de uma mudança, onde os tentáculos dessas influências alcançam cada vez mais áreas afetadas por conflitos e governos fracos. Neste conflito terreno, nós devemos carregar conosco as palavras de Walter Benjamin “A tradição dos oprimidos nos ensina que o ‘estado de emergência’ em que nós vivemos não é uma exceção, mas sim uma regra.”

A ler

25.04.2011 | por Stina Edblom

Abençoados pelos mortos

Abençoados pelos mortos É no cemitério do Cairo, mais do que nas pirâmides, que se percebe o culto da morte. E é aí, mais do que no colorido bazar Khan el Khalili, que se vê a força dos vivos. Uma viagem à Cidade dos Mortos quando fazia falta a revolução.

Cidade

24.04.2011 | por Susana Moreira Marques

Kalashni-Cola

Kalashni-Cola No país que tem uma Kalashnikov na bandeira, percorríamos um longo caminho a pé, íamos ao encontro de um músico para gravar temas seus para a banda sonora de um documentário. Tobias Dzandiwandira, talento praticamente desconhecido, ou não vivesse ele com a sua extensa família a hora e meia de caminho da estrada mais próxima, no centro oeste de Moçambique, já perto do Zimbabué.

Vou lá visitar

21.04.2011 | por Nuno Milagre

A terra prometida

A terra  prometida inútil dizer: o deserto é rosto afogueado de mulher iminência de revelação constelada apocalipse imenso do braseiro; o deserto é ar e areia ar e areia quente e seco;

Ruy Duarte de Carvalho

19.04.2011 | por Breyten Breytenbach