Onde foi que nos perdemos de nós? Deitamos fora o tempo, não mais nos sabemos direito. Uns para um lado. E outros sem ele. Não insistimos no que nos pertence... e por aqui nos “vence” com estórias que são as nossas. Fazemos nada por ser parecido, quando se é igual. A vida passa ao lado. Nada nos amola. A festa não rola.
O que foi que nós fizemos? O que foi que permitimos que nos fizessem?
Cidade
09.02.2020 | por Isabel Baptista
Na linha da fronteira, a terra tem a mesma cor, os rios correm na mesma direção. Ainda que não pareça. Entre o México e os Estados Unidos, a frontera-border é um livro surpreendente de histórias. Mais que os mortos do Rio Bravo, as crianças migrantes enjauladas ou a cidade-pecado de Tijuana. Muito mais. Um anedotário mexicano que, com galhofa e bazófia, resiste ao avançar da sombra.
Jogos Sem Fronteiras
07.02.2020 | por Pedro Cardoso
Um ataque contra sua autonomia (inclusive a sua ciência). Bruxa, feiticeira, curandeira, mágica – esses xingamentos atravessaram os séculos e ainda são usados hoje. Seu objetivo? Controlar a desordem expressada pelos corpos rebeldes, seus saberes e suas alianças. Dominar as mulheres, a natureza e os lobos. Na caça às bruxas que marca o início desse período histórico, uma minoria de condenados era de homens. Qual era a acusação? Eram lobisomens!
A ler
06.02.2020 | por Jean Tible
cada vez mais fico com a sensação de que um dos desafios que a condição pós-colonial coloca a pessoas como eu é de sermos melhores europeus do que os próprios europeus, pois estes, por deixarem que sejam seus porta-vozes pessoas sem noção do importante legado intelectual e moral que a sua nacionalidade implica, abdicam dum projecto normativo que, apesar de tudo, tinha (e ainda tem) tudo para dar certo.
Mukanda
05.02.2020 | por Elísio Macamo
É este gesto de experimentação a partir do tempo presente, que complexifica o debate em torno das imagens das “atualidades” dos irmãos Botelho. Mais do que ao cinema de arquivo, este debate diz respeito à própria natureza da imagem, e aos seus usos políticos. “Que escolhas e implicações estão em jogo nesse gesto?” pergunta-nos a professora Andréa, enquanto o ar condicionado pinga no meio da sala.
Afroscreen
04.02.2020 | por Rita Brás
Uma conversa com Marco Aurélio - pedagogo e pesquisador sobre cinema e relações étnico raciais - sobre a sua trajetória artística, suas conquistas e planos futuros. Passando por assuntos como produção audiovisual, arte, estética e política, mas também falando sobre o companheirismo do fazer cinema no aquilombamento, açaí e viagens.
Cara a cara
31.01.2020 | por Marco Aurélio Correa
Desde 2014, centenas de angolanos estão em marcha desesperada pela selva, montanhas e desertos da América, em migração clandestina para os Estados Unidos ou Canadá. Fogem da insegurança e da crise económica no país, num caminho perigoso onde vários angolanos já perderam a vida.
Jogos Sem Fronteiras
29.01.2020 | por Pedro Cardoso
A dança foi Introduzida há vários séculos na costa de Moçambique por comerciantes arabes-swahili. Possui forte raízes religiosas. Na origem, era apenas praticada em rituais e momentos festivos associados à religião muçulmana, mas com o tempo a dança foi-se massificando.
Palcos
29.01.2020 | por Hélio Nguane
A memória fraturada irlandesa mostra outros contextos de memória dilacerada e conflituosa em que, do trânsito geracional, pode emergir um lugar de elaboração comunitário com as gerações testemunhais e além delas. E pode também emergir um outro modo que permita ultrapassar a escassa moralidade da memória e, assim, fundar, através de rituais renovados, uma ética coletiva das relações memoriais que mostre como o uso do passado fraturado deve ocorrer a partir de um sentido de responsabilidade público e não privado, presente e não passado.
A ler
28.01.2020 | por Roberto Vecchi
Num Moçambique cada vez mais aberto para o capital internacional neoliberal, entendedor da cultura como entretenimento e empreendedorismo, o direito dos músicos de se reconhecerem como trabalhadores, se fortalecerem a partir de um coletivo e se expressarem da forma como consideram adequados é um caminho de resistência política e transformação social.
Palcos
28.01.2020 | por Priscila Dorella e Matheus Pereira
O problema é que dentro de um sistema desse tipo, poucos e quase nada exercem um verdadeiro ofício crítico útil para a sociedade, vindo-se assim a esgotar qualquer função civil da cultura. Acaba assim por se construir na cena cultural uma contra-narrativa apenas superficial do populismo e do racismo reinante, que exerce uma função auto-reconfortante alimentada pela constante autopromoção do que se escreve, se filma, se pinta, se encena etc.
A ler
27.01.2020 | por Lívia Apa
A cidade surge, no livro, frequentemente perspectivada a partir das periferias, ou mostrada a partir de espaços intersticiais no que diz respeito à representação, hoje tão claramente tipificada, do centro histórico, (e ali praticamente ausente, tal como as Avenidas Novas). “O que é que pomos no nome Lisboa?”, questionou-se a dada altura na conversa, referindo-se também que a sua paisagem (e aqui inclui-se os ditos espaços verdes), surge em muitas das imagens na condição de espaço desabitado ou circunscrito ao olhar de um único indivíduo.
Cidade
24.01.2020 | por Ana Gandum
O conceito de conflito ambiental deriva da existência de processos de oposição, de resistência e mobilização coletiva suscitados por situações de efetivo ou potencial dano ambiental, social, ou à saúde (contaminação ambiental, perda de biodiversidade ou outros bens naturais, perda de qualidade de vida e autonomia local, entre outros).
Jogos Sem Fronteiras
23.01.2020 | por vários
Idris Elba como James Bond, Halle Berry no papel de uma Bond Girl, Ariel em modo pequena sereia negra ou Julia Roberts como Harriet Tubman: surrealismos unilaterais, aparentemente. Fazemos piadas com a coisa. Com as coisas que nos assolam. E a verdade é que nós, negros, temos um humor muito peculiar que pode, por vezes, chocar quem esteja de fora. O que é que ainda te ofende?
Cara a cara
23.01.2020 | por Gisela Casimiro
No seu momento, Nelisita apontava outros caminhos ou simplesmente recusava um olhar ainda comprometido com vícios da etnologia colonial. A pesquisa e o modo como descreveu os objetos dos seus interesses teve sempre em conta as relações de poder da produção de conhecimento, no ato de fazer filmes, romances ou teses, e os limites e dificuldades de contorná-las, mas foi delimitando a sua “determinada zona de compromisso”.
Ruy Duarte de Carvalho
20.01.2020 | por Marta Lança
A suprema fantasia seria pensar, ingenuamente, que o reconhecimento do sangue negro na base de nações-imperiais e pós-imperiais pudesse cumprir-se deixando no mesmo lugar as pedras que sustentam e adornam a ideia de nação.
A ler
18.01.2020 | por Bruno Sena Martins
A atualidade francesa tem sido regularmente marcada por casos que envolvem agentes da Polícia na morte de jovens de ascendência africana. Este tema da morte violenta ligada à colonialidade do poder inscreve-se numa longa história.
A ler
18.01.2020 | por Rachida Brahim
Num momento político em que a presença evangélica está tão demarcada e estabelecida em nosso país, precisamos aprender a lidar com esses corpos. Se pensarmos que também podemos usar a câmera para reagir a essa conjuntura que estamos passando, produzindo contra-narrativas discursivas e imagéticas, que nossos olhares sejam capazes de deslocar territórios já estabelecidos, (re)criando possibilidades outras de representação.
Afroscreen
13.01.2020 | por Lorenna Rocha
Como tomar posição, ou seja, não ficar no impasse, mas ao mesmo tempo não impor? E também, como não permitir que a franqueza vire uma exposição desmedida, como não desproteger-se completamente? A franqueza envolve exposição, mas não tem de ser um desnudamento, não é uma exibição. É muito possível sucumbir a essas corruptelas da coisa: a honestidade radical virar metralhadora opinativa ou desresponsabilização afectiva; a exposição virar exibição... Ou seja, tudo versões variadas da indiferença.
Cara a cara
10.01.2020 | por Marta Lança e Fernanda Eugénio
Do dia para a noite, o caudilho virou um desses heróis disputado por duas bandeiras. Hasteiam-no os que defendem a masculinidade como força vital, símbolo da tradição, moralidade e poder; e os que vêem nele um revolucionário que não saiu do armário. Cem anos depois de traição que o matou, Zapata vive.
Corpo
07.01.2020 | por Pedro Cardoso