BUALA vai ter nova secção intitulada PÓLEN NO AR

O canal de vídeo PÓLEN surgiu em março de 2018, para dar voz e visibilidade à sociedade civil relativamente aos conflitos ambientais que atingem determinadas comunidades em Portugal. 

O conceito de conflito ambiental deriva da existência de processos de oposição, de resistência e mobilização coletiva suscitados por situações de efetivo ou potencial dano ambiental, social, ou à saúde (contaminação ambiental, perda de biodiversidade ou outros bens naturais, perda de qualidade de vida e autonomia local, entre outros).

PÓLEN está associado ao arquivo Portugal Ambiente em Movimento, onde estão mapeados diversos casos de conflitos ambientais desde 1974, segundo os eixos temáticos: agricultura, energia, gestão do território, indústria, resíduos, mineração e megaprojetos. 

Se a divulgação de notícias sobre temáticas ambientais tem ainda um lugar residual nos media generalistas, identificamos, em simultâneo, que na atenção da agenda mediática os movimentos sociais, muitas vezes sem uma liderança definida, não são justamente tratados. Pelo contrário, nalguns casos, a liberdade de expressão de alguns cidadãos tem sido cerceada quando põe em causa interesses económicos estabelecidos. Assim, começámos a documentar estes casos com o intuito de contribuir para o debate público e para apelar à participação dos cidadãos na implementação de políticas que ajudem a diminuir os conflitos existentes. 

Formamos um grupo de trabalho interdisciplinar que associa o documentário à investigação académica, através de uma parceria com dois institutos de investigação: A Oficina de Ecologia e Sociedade, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e o Grupo de Investigação Ambiente, Território e Sociedade, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. São estas parcerias que ampliam o compromisso de dar conta da “dimensão social das questões ecológicas”.

A lógica extractivista subjacente ao modelo capitalista, reafirma-se em novos projetos de exploração mineira ou de combustíveis fósseis, a promessa de rentabilização do Rio Tejo pelo setor do turismo, não anula o problema da poluição causada pelas indústrias do papel, ou os efeitos da agricultura intensiva sobre os caudais. Segundo os dados relativos à pegada ecológica dos portugueses, seriam precisos 2,3 planetas para dar resposta ao nosso atual ritmo de consumo.

Nesta secção, integrada no apoio pontual da DGARTES “Cultura contemporânea e frições descoloniais”, divulgamos o contributo de alguns investigadores para uma maior reflexão sobre estes temas, em artigos que exploram e ampliam o conteúdo dos vídeos, que vão desde a nova exploração de gás na Bajouca, em Leiria, à questão da crescente degradação dos solos na Lezíria do Tejo, ou à ameaça de destruição de todo um património cultural na Serra da Argemela, na Covilhã. 

Pretende-se deste modo traçar um panorama atual dos conflitos ambientais mais importantes que ameaçam a sustentabilidade e a resiliência de várias comunidades em Portugal. 

Aqui o canal do PÓLEN no youtube.

 

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Jogos Sem Fronteiras | 23 Janeiro 2020 | Pólen