Jogos Sem Fronteiras: it's a knockout!
Jogos Sem Fronteiras (J-S-F) estará em Munique no Spielart Festival com um programa de 2 dias preparado especialmente para a ocasião e intitulado “it’s a knockout”, título que o programa de televisão Jogos Sem Fronteiras ganhou no reino Unido. Trata-se de entrever temas de ontem e de hoje como inter-relacionados e co-dependentes, entendendo a criação de espaços de resistência e solidariedade como inextricável do averiguar das formas de endurecimento e multiplicação de fronteiras e disparidades - e fazendo-o, se possível, sem fronteiras disciplinares.
Assim se, por um lado, no primeiro dia, se apresenta o filme Bab Septa, de Pedro Pinho e Frederico Lobo, cujo projecto havia sido publicado na primeira edição da revista dedicada a Schengen e à Fronteira Sul da Europa que assim se debaterão; no segundo dia terá lugar o lançamento do número #2 da revista Jogos Sem Fronteiras, dedicado a Espaços de Resistência e Práticas de Invenção, havendo uma mesa redonda com os editores Ana Bigotte Vieira, Sandra Lang e Nuno Leão, moderada por Jacopo Galimberti. Ainda nesse dia será apresentada a performance de Miguel Pereira “Solo Resistance”, criada inicialmente a convite da J-S-F.
Jogos Sem Fronteiras (J-S-F) é uma plataforma transdisciplinar situada na intersecção entre arte, política e teoria crítica. Tendo começado em 2007 com a edição da revista Jogos Sem Fronteiras #1 dedicada à fronteira sul da Europa – a cujos massacres de Ceuta e Melilla em 2005 tentava responder –, foi reactivada em 2011 em Nova Iorque, no quadro do ciclo Crisis of Everything Everywhere organizado pelo 16 Beaver Broup no rescaldo das experiências de OWS. Tem como parceiro estreito a plataforma media BUALA (de que constitui uma secção).
Sobre a revista JSF#2
O mundo rebenta pelas costuras, tomando a expressão em sentido literal: hipótese que não pretende ser sociológica nem crítica mas prática, imediata e evidente. A essas costuras, que rebentam permanentemente e à vista desarmada, JSF chama “fronteiras”. Não apenas aquelas que repudiam o estranho e o estrangeiro que esperamos manter afastado do nosso espaço exclusivo e territorial; mas ainda as que definem uma única crise, de tudo e por todo o lado.
Com o título Jeux Sans Frontiéres #2 e o subtítulo “Practices of resistance, Spaces of invention”, reúnem-se 13 textos de proveniências geograficamente diversas, escritos entre 2011 e 2014, mais umas poucas glosas acrescentadas pelos editores. Cada testemunho escrito corresponde a uma experiência localizada e singular que o nome de uma cidade tem como função marcar: Madrid, NYC, Rabat, Amesterdão, São Paulo, Lisboa, Kaunas, Milão, Atenas, Santiago do Chile.
A JSF#2 parte das ocupações das praças que desde 2011 se fizeram sentir um pouco por todo o lado – motivo inicial que orienta, mas não esgota, a leitura deste conjunto de textos. Dar conta das formas de resistência política desenvolvidas ao longo dos últimos anos, passa por situá-las na relação com os espaços que então se abriram ou fecharam. Passa igualmente por inventariar algumas das práticas que jogaram mais ou menos positivamente com o conjunto das limitações – materiais tanto quanto subjectivas – que em cada caso, e segundo as incidências do lugar, definiram um ou outro conflito mais ou menos declarado, mais ou menos próximo ou afastado da visibilidade e dos holofotes dos media.
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