Africa Habitat, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa

29.04.2019 | por martalanca | Africa Habitat

Electra 5 / Juventude

A Juventude – a eterna e a efémera – é o assunto central do quinto número da revista Electra. Diz-se na apresentação deste dossier que “à altíssima quota que a ideia de juventude detém no mercado de valores estético-sociais não corresponde a situação real dos jovens que, por um lado, são nalguns aspectos uma geração delapidada e, por outro, só eles estão aptos a acompanhar o tempo que acelerou vertiginosamente.”

No dossier escrevem o jornalista inglês Jon Savage, que traça a história da cultura da juventude, o filósofo italiano Remo Bodei (fractura geracional), o professor Vinícius Nicastro Honesko (sobre Pier Paolo Pasolini e os jovens estudantes das revoltas de 1968), José Bragança de Miranda (sobre as mitologias da juventude e da velhice), entre outros.

O portfolio deste número é do arquitecto Michael Morris e do atelier SEArch+, intitulado 5 Casas em Marte, que reúne os projectos de habitat espacial desenvolvidos em colaboração com a NASA.

A entrevistada é a historiadora e crítica de arte, Elisabeth Lebovici, autora de estudos importantes sobre artistas contemporâneos e do livro Ce que le sida m’a fait, que testemunha o efeito da sida no campo das artes.

O escritor Michel Erman fala-nos da relação de Marcel Poust com o dinheiro; eo arquitecto André Tavares aborda a reabilitação e destruição nos centros históricos de Lisboa e Porto. É ainda publicado um diário do encenador de teatro e ópera Rafael R. Villalobos

26.04.2019 | por martalanca | Electra

Call aberta i-PORTUNUS: esquema de mobilidade para artistas e profissionais da cultura

Prazo de submissão de candidatura: 15 de Maio 2019.  Já se encontra aberta a call a mobilidade de artistas e profissionais lançada no âmbito do projecto i-Portunus, um projecto-piloto que apoia a mobilidade de  artistas e profissionais, entre 15 e 85 dias, em países elegíveis ao Programa Europa Criativa, incluindo os países não pertencentes à UE.
A primeira edição da iniciativa conta com 500 vagas disponíveis. O prazo de submissão de candidaturas termina a 15 de Maio e devem ser feitas através do site oficial do projecto : MailScanner has detected a possible fraud attempt from “www.europacriativa.eu” claiming to be https://www.i-portunus.eu/.
A primeira fase do programa-piloto destina-se a duas categorias de expressões culturais e artísticas: artes do espectáculo (teatro, dança ou circo) e artes visuais (fotografia, vídeo, escultura ou pintura).


Enquadramento:
Em maio de 2018, a Comissão Europeia publicou a sua comunicação sobre “Uma Nova Agenda Europeia para a Cultura”. A Nova Agenda propõe uma acção mais directa em relação à mobilidade de artistas e profissionais da cultura, e mais especificamente para “estimular a mobilidade dos profissionais nos sectores cultural e criativo e remover os obstáculos à sua mobilidade”.
O projecto I-Portunus enquadra-se, pois, no conjunto de iniciativas lançadas pela Comissão Europeia com o objectivo de identificar novos modelos operacionais a implementar no futuro Programa Europa Criativa 2021-2017. 
A Call a projectos de mobilidade de artistas e profissionais foi ganha pelo consórcio  entre o Goethe-Institut, o Institut français, a Nida Art Colony da Academia de Artes de Vilnius e a Izolyatsia, o qual testará diferentes durações da mobilidade para diferentes fins profissionais, ao longo de seis meses.
Para mais informações: Eva.Blaute.extern@goethe.de

24.04.2019 | por martalanca | artistas, mobilidade

"memórias da plantação" de grada kilomba

memórias da plantação é uma compilação de episódios quotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo acutilante, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada/o como Outra/o. Publicado originalmente em inglês, em 2008, memórias da plantação tornou-se uma importante contribuição para o discurso académico internacional. Obra interdisciplinar, que combina teoria pós-colonial, estudos da branquitude, psicanálise, estudos de género, feminismo negro e narrativa poética, esta é uma reflexão essencial e inovadora para as práticas descoloniais.

grada kilomba é uma artista interdisciplinar, escritora e teórica, com raízes em Angola e São Tomé e Príncipe, nascida em Lisboa, onde estudou psicologia e psicanálise. Na esteira de Frantz Fanon e bell hooks, a autora reflecte sobre memória, raça, género, pós-colonialismo, e a sua obra estende-se à performance, encenação, instalação e vídeo. Kilomba cria intencionalmente um espaço híbrido entre as linguagens académica e artística, dando voz, corpo e imagem aos seus próprios textos. Os seus trabalhos foram apresentados na 32.ª Bienal de São Paulo, na 10.ª Bienal de Berlim, na Documenta 14 e no MAAT, entre outros. Vive em Berlim, onde se doutorou em filosofia na Freie Universität e foi professora no Departamento de Género da Humboldt Universität.

Kilomba cria um espaço de resistência e, em última análise, um espaço de esperança: uma nova geografia do futuro. Alfredo Jaar

 

24.04.2019 | por martalanca | Grada kilomba, memórias da plantação

'Understory' de Margarida Cardoso

Argumento: Margarida Cardoso Fotografia: Margarida Cardoso, Luís Correia, Miguel Costa Som: Nuno Carvalho Montagem: Pedro Marques, Francisco Costa Produção: Lx Filmes

Culturgest - Grande Auditório11/05/2019  -  21:30

A realizadora Margarida Cardoso (“A Costa dos Murmúrios”, “Yvone Kane”) organiza, nestes “Contos Botânicos”, um extraordinário ensaio pessoal sobre uma planta e todas as suas ramificações culturais e económicas: o cacau. Viajando por São Tomé e Príncipe, Inglaterra e pelo Brasil, a realizadora passeia-se entre passado e presente, desmontando os esquemas da opressão colonial europeia e investigando as possibilidades de uma exploração justa da planta. E nos vários cantos do mundo, são as mulheres que provocam as mudanças. Uma História alternativa, que é uma her-story e uma understory.

24.04.2019 | por martalanca | Cacau, Margarida Cardoso, São Tomé e Príncipe

25 de abril

Os 45 anos do 25 de Abril de 1974 assinalam-se com visitas, conversas, teatro, cinema e música. O Museu de Aljube está de portas abertas dia 25, para a recolha de testemunhos dos Dias da Memória da Resistência, mas tem muitas outras propostas para celebrar Abril. No Teatro São Luiz, na rua António Maria Cardoso, paredes meias com o edifício que foi sede da PIDE, há uma Ocupação e no Museu de Lisboa há conversas sobre liberdade e revolução. Abril festeja-se também na rua, com concertos, videomapping e leituras.

 

24.04.2019 | por martalanca | 25 de abril, EGEAC

“Um Ramadão em Lisboa”

Amaya Sumpsi, Carlos Lima, Catarina Alves Costa, Joana Lucas, Raquel Carvalheira, Teresa Costa IndieLisboa 2019 • 

Documentário, 2019, 66′ Cinema São Jorge 12/5 17h


É um filme colectivo construído a 12 mãos que revela uma Lisboa plural e heterogénea através de uma série de personagens que, durante o mês de Ramadão, vivem diferentes experiências. Um filme que visita os seus quotidianos, num contexto geográfico e social onde esta não é uma prática comum nem maioritária. Seguindo um processo criativo partilhado, este documentário procura colocar em pano de fundo uma Lisboa próxima e reconhecível, dissipando a alteridade e o exotismo, num movimento de aproximação humana do cinema.

19.04.2019 | por martalanca | “Um Ramadão em Lisboa”

Cachupa de Culturas - documentário

CONVITE | 22 Abril | Padrão dos Descobrimentos | 18H30
Preview do Documentário “Cachupa de Culturas” de Hugo Israel, Av. Brasília 1400-038 Lisboa ENTRADA LIVRE

IMAGINÁRIOS PÓS-COLONIAIS E DESOCIDENTALIZAÇÃO DA ARTE 

 

A ambiguidade cabo-verdiana foi criada e alimentada por Portugal com o claro intuito de confundir aquele povo quanto à sua autonomia e assim manter o status quo colonialista, ao defender a quimera de que Portugal e as suas colónias seriam um corpo só. Facto é que, distante geograficamente tanto de Portugal quanto do continente africano mas histórica e intrinsecamente ligados a ambos, Cabo Verde é fruto do processo de fusão desses dois polos presentes na consciência da cabo-verdianidade, o que deu origem a uma idiossincrasia própria: a miscigenação e uma língua nova e comum a todos os cabo-verdianos, o crioulo e, daí, o conceito de crioulidade para descrever a experiência de miscigenação e de construção identitária da nação. A identidade e a diferença são construções ativas no contexto das relações sociais e culturais, não são inatas ou naturais.

Linhas de orientação; 1) Identidade no pós-colonialismo: hibridização e ruralismo tropical; 2) Mestiços e/ou Crioulos? 3) A diferença em relação ao outro, reivindicações essencialistas sobre quem pertence e quem não pertence. 4) Identidade étnica Vs. nacional. Cultura cabo-verdiana, africanidade e a europeização? 5) Consolidação da identidade cabo-verdiana:(Ir)responsabilidade Portuguesa 6) Identidade cabo-verdiana é também construída e vivida pela diáspora 7) Há uma relação entre a tentativa, Portuguesa, de dificultar a formação identitária das ex-colónias e o atual recenseamento étnico da sua população a partir de 2021?

 

18.04.2019 | por martalanca | cabo verde, Identidade

Mário Lúcio apresenta novo álbum no B.leza, dia 16

De Cabo Verde para o B.leza chega Mário Lúcio. O músico, que é uma figura cimeira da cultura cabo-verdiana, traz na bagagem o seu novo disco “Funanight”. O nono álbum da carreira busca as suas raízes rítmicas na África Continental, mas também lembra as músicas da diáspora africana no Caribe, do ska e do reggae às subtilezas da música cubana. Tudo isto aliado à criação de ambientes sonoros das ilhas, a vozes à capela com ascendência polifônica, numa prodigiosa “imitação” da gaita e do baixo. 

“Este disco é a minha memória do funaná, o meu percurso desde a minha infância no Tarrafal até aos bairros de Coqueiro, Castelão e Achada Mato, onde hoje moro, autênticos laboratórios das novas músicas. É a minha homenagem. Salvem todos os que me antecederam.”

Neste novo repertório, que apresenta amanhã, dia 16 de Abril, no B.leza, Mário Lúcio selecionou músicos da África do Sul, de Cuba e do Brasil, além dos  melhores de Cabo Verde para gravar com ele. Participam no álbum a moçambicana Wanda Baloyi, a sul-africana Judith Sephuma e o rei do funaná Zeca Nha Reinalda, para além de uma panóplia de brasileiros que incluem Leo Gandelman, Serginho Trombone, Dudú Farias, Enzo Filho, Rafael Meninão, entre outros. 

“Lembro-me da primeira vez que ouvi o som do acordeão, com seis anos, na minha aldeia natal, Monte Iria, em Tarrafal, norte da ilha de Santiago. O tocador era um senhor chamado Vér de Txota, que viria a ser meu professor desse instrumento. Parecia uma orquestra de arco-íris. O fascínio apoderou-se de mim. Apenas uns anos mais tarde, aconteceram duas revoluções, a independência de Cabo Verde, em 1975, e a adaptação do funaná aos instrumentos elétricos e eletrónicos, em 1978.”

Músico, artista plástico, dramaturgo, poeta e escritor cabo-verdiano, Mário Lúcio surpreende com uma inesperada versão de “Who the Cap Fit”, de Bob Marley, e nos riffs de guitarra com distorção na versão “rock metal” do tema tradicional “Nandinha”. A não perder.

B.leza Clube

Cais da Ribeira Nova, Armazém B. (Cais do Sodré) 1200-109 Lisboa geral.bleza@gmail.com| 210106837 | Quinta a sábado das 22h30 às 05h00 | Quartas das 22h00 às 02h00 | Domingo das 19h00 às 02h00 | Encerra à segunda e à terça (excepto vésperas de feriado).

Para mais informações ou entrevista com o artista comunicacao.bleza@gmail.com

15.04.2019 | por martalanca | Mário Lúcio de Sousa

TATIANA MACEDO | AFRI-COLA

inauguração Opening Qua Wed 17/04 2019 17h-20h   17/04 - 01/06 2019

Tatiana Macedo trabalha com filme, vídeo, fotografia e som, nas suas formas expandidas, numa abordagem interdisciplinar que penetra profundamente em contextos específicos, documentando, ficcionando e discursivamente transformando-os, através da edição e da montagem, de forma crítica, sensível e ensaística.
Em exposição individual pela segunda vez na galeria, a artista, de ascendência Portuguesa e Angolana, apresenta um conjunto de obras em que retrabalha um álbum fotográfico privado pertencente à sua tia Isabel (Bela). Mas ao contrário de um álbum amador, estes são retratos de Bela, tirados por um amigo - um fotógrafo profissional Angolano - em Luanda, nos anos de 1973 e 1974.

Na instalação, que transforma a presença das imagens numa experiência escultórica, Tatiana Macedo retrabalha digitalizações das imagens do álbum, já gastas pelo tempo, e a partir delas imprime, ela mesma, em várias escalas e depois de minuciosamente apagar todas as marcas de deterioração das impressões originais. Sem qualquer tipo de nostalgia ‘apaga’ o intervalo temporal entre a captura da imagem e a sua impressão, como que continuando o trabalho do seu autor, falecido pouco tempo depois, em 1975.

Apresentado pela primeira vez em 2016 em Berlim e sob o título Bela, este sempre foi, para a artista, um corpo de trabalho que ‘pensa’ com a migração dos elementos que o constituem, sendo fundamental este seu segundo momento de apresentação em Lisboa. Em Berlim, a artista juntou à instalação fotográfica um elemento da cultura material de consumo alemã – a Afri-Cola – uma bebida criada e registada em Colónia em 1931, que teve o seu boom comercial no pós-Guerra.

Os elementos aparentemente díspares que compõe este projecto, migram nas suas múltiplas direções contextuais, históricas e culturais, entre Angola, Portugal e Alemanha.

15.04.2019 | por martalanca | fotografia, Tatina Macedo

PADRÃO CRIOULO - POR FRANCISCO VIDAL

EXPOSIÇÃO I ESPAÇO ESPELHO D’ÁGUA 13 ABRIL - 25 MAIO

A exposição individual de Francisco Vidal - Padrão Crioulo - é um estudo contemporâneo de forma, linha, cor. De origem cabo verdiana e angolana, Francisco Vidal cresceu em Portugal, viveu em Berlim, Nova Iorque e Luanda e, é nessa encruzilhada de raízes culturais, que o seu trabalho ganha vida, forma e cor, através do desenho, a escultura e a instalação, debruçando-se sobre temas que debatem a diáspora africana e a sua herança, no presente e no futuro. É nessa reflexão contemporânea, de tempo e espaço, feita em retratos desenhados por cima de padrões que interpretam a história, que as suas telas revelam traços próprios, através dos quais nos são contadas outras estórias, cunhadas com memórias e simbologias, desvendando narrativas, rostos e padrões que mapeiam uma Lisboa Crioula. Um estudo de ética e estética, que ganha forma através da força e movimento dos seus traços, e que dá voz à sua profusão de cores. São cerca de uma dezena de obras que, em exposição, são desafiadas a dialogar com o seu enquadramento histórico e geográfico, em confronto com o Padrão dos Descobrimentos, num lugar de encontro de culturas, que representa o Espaço Espelho d’Água.

Av. Brasília, s/n - edifício Espelho d’Água, Belém1400-038 Lisboa

932327616 https://www.facebook.com/espacoespelhodagua/

14.04.2019 | por martalanca | Francisco Vidal, pintura

7ª edição do Viagem 24h a África

7ª edição do Viagem 24h a África, um evento/festival que irá decorrer nos próximos dias 7, 8 e 9 de Junho, no Centro de Vivências, Arte e Natureza, na aldeia de ‘Senhora dos Milagres’, em Monção. Organizado por Eva Azevedo e a Associação Popolomondo, o Viagem 24h a África tem como objectivo a realização de vários workshops intensivos de dança e música africanas, convidando músicos e bailarinos com experiência profissional e de diversas nacionalidades (Burkina Faso, Senegal, Benim, Moçambique, Cabo Verde, Brasil, Espanha e Portugal), para serem os formadores deste encontro. Este evento, no entanto, não se limita à formação de jovens músicos e bailarinos. Em pleno contacto com o contexto natural do Alto Minho o Viagem 24h a África é um momento de encontro e partilha de experiências culturais, proporcionando a todos três dias de convívio, gastronomia africana, debates, espectáculos, apresentações de livros, cinema e arte africana. Este evento tem reunido, ao longo do tempo, parcerias com diversas instituições tais como: Sementinha (Porto)Centro Formação Cultural Contagiarte (Porto)Raíz das Coisas (Porto), ATACA-Movica (Porto), Associação Francesa L´Etincelle,Compagnie Fongnon KouraAssociation Bolo Art ´s(Burkina Faso), Centre de Développement Artistique et Culturel Elijah(Benim), Centro de Vivências, Arte & Natureza (Monção) e Filarmónica Milagrense (Monção). 

14.04.2019 | por martalanca | Viagem 24h a África

NARRATIVAS AFRO-EUROPEIAS: MEMÓRIA, MEDIAÇÃO E IMAGINAÇÃO

10 de Abril 2019 | 18H00 NOVA FCSH | Edifício ID, Sala Multiusos 3
Poderão diferentes histórias ser contadas num mesmo espaço?
Conversa com: Ana Paula Tavares (Poetisa, investigadora no CLEPUL - UL),Diana Andringa  (Jornalista, investigadora, CES - UC), Dulce Cardoso (Escritora), Margarida Calafate Ribeiro (Investigadora do CES - UC; Coordenadora da Cátedra Eduardo Lourenço, Univ. de Roma), Yara Monteiro (Escritora) Moderação: Maria Agusta Babo (Professora da FCSH, Investigadora no ICNOVA).
A emergência de uma pós-memória colonial e a inerente reabertura de arquivos é uma dimensão dos processos pós-coloniais da Europa, ocorrendo a par da emergência de novas narrativas, nomeadamente interculturais e afrodescendentes. Estes aspetos, de grande relevância para a reconstituição do tecido socio-cultural, revelam a complexidade do pós-colonial e as suas co-existências: o aprofundamento da consciência histórica do colonialismo, o questionamento das mitologias nacionais e a necessidade de uma re-imaginação da identidade coletiva. A narrativa torna-se por isso um campo de batalha e de cerzimento - um lugar de reconto, de contra-narrativas e de sonhos por inventar. Poderão diferentes histórias ser contadas num mesmo espaço? Qual o papel da literatrua e dos relatos na mediação das várias dimensões da pós-colonialidade?

01.04.2019 | por martalanca | NARRATIVAS AFRO-EUROPEIAS

AFROEUROPEANS: OPEN CALL/RESIDÊNCIA ARTÍSTICA

Esta Residência Artística é organizada pelo projeto de investigação “À margem do cinema português: estudo sobre o cinema afrodescendente produzido em Portugal” e dirige-se a artistas afro-europeus ou afrodescendentes residentes em Portugal.  É coordenada pelos professores Michelle Sales (UFRJ/CEIS20), Sérgio Dias Branco (UC/CEIS20/LIPA) e Fernando Matos Oliveira (UC/CEIS20/TAGV)

O programa visa proporcionar espaço criativo e de diálogo para artistas afro-europeus a fim de catalisar novos trabalhos, projetos em comum e formação de novas redes de trabalho e colaboração. A residência irá selecionar até cinco artistas afro-europeus residentes em Portugal, que estejam a trabalhar há pelo menos dois anos consecutivos, para apresentação pública de portfolio e finalização de trabalho. Esta residência interessa-se pelo aprofundamento de questões políticas e identitárias que dizem respeito aos modos de pensar, sentir e existir afro-europeus em contextos urbanos violentos, pós-industriais e pós-coloniais em crise.

Esta iniciativa decorre entre os dias 21 de junho e 4 de julho de 2019 na cidade de Coimbra e conta com os apoios do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (Ceis20) da Universidade de Coimbra, do Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas (LIPA) da Universidade de Coimbra, do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) e do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra.

A residência prevê a apresentação de um trabalho em sessão pública conjunta no TAGV, em Coimbra. O programa visa promover encontros e troca de experiências que permitam trabalhar e desenvolver temas, tais como: o desenvolvimento de projetos de criação; a captação de recursos; as dinâmicas decoloniais nas artes performativas, na performance e na história do cinema português. 

  1. Palavras-chave: território; espaço; cartografia; geografia; sociedade; identidade; céu; appropriação; construção; forma; essência; percepção; registro; memória; cultura; tradição; isolamento; ancestralidade; magia, potencial.
  1. Quem pode concorrer: Qualquer artista que esteja a trabalhar há, pelo menos, dois anos seguidos.
  1. Área de atuação: Artes Visuais/ Cinema;  Artes performativas
  2. JúriMichelle Sales, curadora (UFRJ/CEIS20) Carlos Antunes, curador (CAPC/ Coimbra) Pedro Pousada, artista visual e professor (CAUC/CES) Sérgio Dias Branco, professor (FLUC/CEIS20) Fernando Matos Oliveira, professor (FLUC/CEIS20) 
  1. Residência irá disponibilizar: Cachê: 500,00 €; Um viagem ida e volta pela Companhia CP Comboios; Alojamento; O LIPA e TAGV irão oferecer suporte para a produção artística de acordo com os recursos humanos e equipamentos disponíveis; Espaço de trabalho individual: a ser definido;
  1. Inscrições: Todas as inscrições terão que ser submetidas online;

Deadline: Todas as inscrições devem ser submetidas até 00:00 local time (UTC - 01:00) do dia25 de abril de 2019; Inscrições incompletas não serão consideradas; Para inscrever-se deverá enviar portfolio com até 3 trabalhos, além da descrição do trabalho que pretende realizer ou finalizar através da Residência Afroeuropeans e carta de motivação de até 1000 palavras, além de uma breve biografia e deve ser enviada em arquivo .pdf para afroeuropeus@gmail.com . 

 

 

01.04.2019 | por martalanca | Residência Artística

Em Fluxo - 3 a 5 de abril

3 de Abril, 18h30 Biblioteca de Marvila 

PRÁTICAS DE ATENÇÃO EM PROCESSOS DE CRIAÇÃO NA CENA EXPANDIDA CASSIANO SYDOW QUILICI Professor de teatro e performance, Instituto de Artes da UNICAMP, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo

Apresentação de práticas de atenção enquanto dispositivos de interrupção e transformação de hábitos perceptivos e existenciais, abrindo-se espaço para a emergência de processos criativos configurados de diferentes maneiras. Discussão das dimensões micro-políticas de tais exercícios. 

SUSPENSÃO E EQUILÍBRIO. RITUAIS DE PERFORMATIVIDADE NA HISTÓRIA DO BALOIÇO JAVIER MOSCOSO Professor de história e filosofia da ciência, Consejo Superior de Investigaciones Científicas, Madrid.

Esta conferência explora a utilização do baloiço e da dança através da história. Da Antiguidade grega à China pré-imperial até ao mundo contemporâneo, baloiçar tem sido uma forma notável de subverter a ordem social e natural. Abordarei a correlação entre oscilação, suspensão e sexo como parte de uma teoria performativa das emoções. Apesar de ser considerado hoje uma brincadeira de crianças, as origens e usos do baloiço têm raízes mais profundas. 

4 de Abril, 18h30, Museu da Água

PAUSA E(M) EBULIÇÃO: A REATIVAÇÃO DAS FLUTUAÇÕES DE FLUXO EM PROCESSOS SOMÁTICO-PERFORMATIVOS CIANE FERNANDES Performer e professora titular da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, Salvador

Apresentação de processos, procedimentos e criação de sentidos a partir do Movimento Autêntico, em conjunção com sistemas de análise movimento advindas de Rudolf Laban, em especial a Análise Laban/Bartenieff de Movimento e o Perfil de Movimento de Kestenberg. Processos de criação coreográfica baseados em princípios como reativação de fluxos e ritmos, ao invés de fragmentos e montagens, enfatizam a coerência interna e transformam congelamento pós-traumático em cena pulsante, conectando realização e análise, arte e vida.

CENÁRIOS EMARANHADOS: CORPOS IMATERIAIS, AFECTOS E PERFORMANCE* LISA BLACKMAN
Professora de estudos de corpo, media e teoria da cultura, Goldsmiths – Universidade de Londres 
*conferência em inglês, sem tradução

Discutirei a distinção entre “empoderamento” (empowerment) e “desempoderamento” (disempowerment), central no trabalho de Lauren Berlant para pensar sentimentos públicos e afectos, a partir de noções de fluxo usadas pela psicologia positiva, frequentemente ligadas ao desenvolvimento pessoal e ao empoderamento, à criatividade e aos afectos positivos. Contrastarei esta ênfase na positividade com o conceito de desempoderamento como estratégia de reconfiguração dessas noções. Esta conferência incidirá sobre o arquivo de experiências que são consideradas estranhas, desconcertantes ou invulgares e que, de diferentes modos, resituam fronteiras e limites entre o self e o outro, o interior e o exterior, o material e o imaterial, o público e o privado, o humano e o tecnológico. 

5 de abril - 18h às 20h - Teatro D. Maria II 

O Jogo da Glória – Flow  Sentimentos Públicos, Cidadania e Europa

Com: Anabela Rodrigues (coordenadora do Grupo de Teatro do Oprimido), Daniel Tércio (professor e crítico de dança), Raquel Freire (cineasta), Rui Pina Coelho (professor e dramaturgo), Rui Tavares (historiador/candidato ao PE pelo LIVRE).
O Jogo da Glória – Flow é um dispositivo para debate, com o objectivo de chegar mais rápido a novas questões sobre sentimentos públicos e o modo como o fluxo, determinado por forças culturais e políticas, molda e condiciona o nosso contacto com o mundo. Qual o nosso posicionamento nesse fluxo? Como identificar a construção cultural do medo e da raiva em conflitos sociais? Como ultrapassar a vergonha como legado histórico? Como actuar perante situações de desigualdade de género? Como reconhecer as intenções escondidas num mar de afectos?  O conjunto de perguntas a que os jogadores terão de responder a cada lance de dados será elaborado ao longo dos encontros e incluirá a participação do público (presente e online).
O KIT do Jogo da Glória – Flow (tabuleiro, regras e perguntas) estará disponível para download gratuito em www.performativa.com

ENTRADA GRATUITA MEDIANTE INSCRIÇÃO PARA: FLUXOSENTIMENTOSPUBLICOS@GMAIL.COM

31.03.2019 | por martalanca | Ana Pais, Em Fluxo

Residência Artística UPCYCLES - mobilidade nos PALOP

Iniciativa de incentivo à criação artística, à mobilidade e ao intercâmbio entre artistas emergentes dos PALOP, cuja 1.ª edição se realiza em 2019. Durante um período de 2 meses, num regime de desenvolvimento à distância, seguido de 10 dias intensivos de finalização e montagem, os participantes serão orientados para a concepção e criação de obras multimédia que “reciclem” imagens do arquivo audiovisual destes países e proporcionem novas interpretações da História e da Memória, a elas associadas, criando novas narrativas. O trabalho será acompanhado por dois formadores principais e por uma tutora e equipa técnica de apoio às questões de exibição dos trabalhos desenvolvidos. Os últimos 4 dias do programa são dedicados, exclusivamente, à montagem de uma exposição e sua inauguração pública, a 7 de Setembro de 2019, no espaço da Fortaleza de Maputo. 

Objectivos Fomentar a criação de uma rede de artistas emergentes dos PALOP;  Estimular o reconhecimento e a visibilidade internacional do trabalho autoral dos participantes; Incentivar a mobilidade de artistas e obras de arte; Promover a formação avançada ao nível da concepção, desenvolvimento e edição de projectos multimedia; Proporcionar um espaço dedicado de criação, diálogo e partilha entre artistas profissionais e emergentes, dos PALOP e lusófonos; Proporcionar o contacto dos participantes com curadores e educadores internacionais de destaque no âmbito da arte contemporânea Africana e Lusófona; Promover o conhecimento, o acesso e a reutilização dos arquivos audiovisuais dos PALOP e que a eles façam referência; Advogar pela urgência dos processos de preservação e conservação destes arquivos; Promover o emprego e a profissionalização do trabalho artístico.

Destinatários  Artistas visuais emergentes, dos PALOP, que desenvolvam a sua prática artística em campos vários de execução multimédia e que apresentem um ante-projecto para a re-utilização de recursos de arquivos audiovisuais públicos e/ou privados.

Candidaturas  A inscrição é feita via formulário online:

No formulário será solicitado o envio de dados pessoais e os seguintes documentos: Scan do Documento de Identificação; Portfólio em formato PDF (ficheiro não superior a 10MB); CV; Carta de Motivação; Ante-projecto; Link ou website para trabalhos anteriores;

Período de candidatura  30 de Março a 15 de Maio de 2019 

Divulgação dos resultados  25 de Maio de 2019 

Elementos do júri  Diana Manhiça (AAMCM), Ângela Ferreira (artista/formadora), Alda Costa (DC-UEM)

Número máximo de participantes Até 7 artistas emergentes dos PALOP, sendo 4 de Moçambique. 

Formadores Residência Criativa 2019 Ângela Ferreira (Portugal/África do Sul) e Maimuna Adam (Moçambique)

Tutoria Técnica e Montagem Diana Manhiça e Leonardo Banze (AAMCM - Moçambique) 

Condições de participação para os artistas dos PALOP* Oferta de 100% do valor da viagem internacional (até 800€), alojamento, apoio à alimentação e 100€ para materiais necessários à montagem exposição.  

Condições de participação para os artistas de Moçambique*  Oferta de apoio à alimentação e 150€ para materiais necessários à montagem exposição.

Todos os participantes deverão estar totalmente disponíveis durante os dias de formação à distância e presencial, o período de concepção do projecto e a apresentação dos resultados em exposição. 

Mais informações através do link

Qualquer pedido de esclarecimento deve ser enviado para: upcycles2019@gmail.com 

Organização 

AAMCM - Associação dos Amigos do Museu do Cinema em Moçambique

Principal Entidade Financiadora  Fundação Calouste Gulbenkian 

Parceiro Institucionais Nacionais Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema

Fortaleza de Maputo - Direcção de Cultura da UEM

Centro Cultural Franco-moçambicano

Camões - Centro Cultural Português - Maputo

Parceiro Comunicação RTP África e RDP África

Parceiros Locais ZOOM - Produção Gráfica e Vídeo

* A AAMCM está empenhada em colaborar com os participantes para garantir a finalização das obras e o acesso a imagens de arquivo e poderá apoiar neste processo com o envio de carta-convite e o contacto com instituições parceiras. 

Biografias 

Associação Amigos do Museu do Cinema em Moçambique A AAMCM é uma organização sem fins lucrativos fundada em 2016, que se dedica à pesquisa e comunicação sobre a(s) História(s) do Cinema em Moçambique. Anualmente, a AAMCM realiza um Seminário Internacional e uma Exposição Anual  Temporária, cujos temas vão compondo a base de dados de um futuro Museu Digital online. Este trabalho, com um objectivo essencialmente educativo, é realizado através de actividades que incluem estudantes e docentes de diferentes graus de ensino e aventura-se agora numa iniciativa de fomento à criação, através da reutilização do património dos arquivos audiovisuais dos PALOP.

Ângela Ferreira (1958) é uma artista plástica nascida em Moçambique, que cresceu e estudou na Cidade do Cabo (África do Sul) e, actualmente, vive e trabalha em Lisboa. Licenciou-se em escultura e obteve o seu Master of Fine Arts (MFA) na Michaelis School of Fine Arts, Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul. É doutorada pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa onde também lecciona. site da artista

Diana Manhiça (1975) é artista audiovisual, realizadora, produtora e curadora luso-moçambicana que reside e trabalha em Moçambique onde dirige o KUGOMA - Fórum de Cinema Moçambique, e preside à AAMCM que criou o projecto Museu do Cinema. Colabora na produção e consultoria para eventos e acções de formação ligados ao cinema. Coordenou a realização do Concurso Curtas PALOP-TL, em 2017/2018.

Completou o Bacharelato em escultura e é finalista de Mestrado em comunicação educacional e media digitais, na Universidade Aberta, em Portugal. 

http://kugomashortfilms.wixsite.com/kugoma

http://museucinemamoz.wixsite.com/museu-cinema-moz

Maimuna Adam (1984) é uma artista visual moçambicana que cresceu entre o país, a Suécia e a Suazilândia. Completou a licenciatura em Belas-Artes na Universidade de Pretoria, na África do Sul em 2008. Leccionou desenho no ISArC (Moçambique) entre 2010 e 2012. Participou em diversas exposições e bienais em Moçambique, Lisboa, Vitória, São Paulo, São Tomé, Bruxelas, Pretoria, Bayreuth e Le Port. Recebeu o prémio CPLP da PLMJ para um projecto de vídeo arte.

Trabalha com meios tão diversos como o papel e o vídeo e a sua temática é a migração e o acto de viajar.

Reside e trabalha a partir do Reino Unido.

https://maimunaadam.wordpress.com

Cronograma da Residência Criativa UPCYCLES 2019

Os 7 artistas seleccionados serão informados no dia 26 de Maio recebendo uma carta convite (para pedido de visto e outros procedimentos) e devem confirmar a sua total disponibilidade, enviando a cópia dos seus documentos pessoais actualizados até ao dia 30 de Maio, e um Termo de Compromisso assinado.

O módulo à distância tem início a 1 de Junho 2019.

a) Desenvolvimento de Projecto

MÓDULO DE TUTORIA À DISTÂNCIA

Este módulo consiste num processo de tutoria para o desenvolvimento da parte conceptual dos projectos assim como o desenho de uma proposta de execução.

Será dividido em 2 fases; sendo o início de cada fase marcado por um encontro Skype geral - os 7 artistas, os 2 formadores e a organização. No primeiro desses encontros, a 1 de Junho, serão agendados os restantes.

O processo de tutoria complementa-se, nesta fase, pela definição de metas e a entrega da documentação definida para cada meta, sobre a qual as tutoras emitirão um parecer com recomendações de seguimento, após o que, cada artista terá uma reunião Skype individual para esclarecimentos.

b) Finalização e Montagem de Projecto

MÓDULO DE TUTORIA PRESENCIAL

Este módulo consiste num processo de tutoria para a finalização e montagem/integração da obra no local de exposição. Será realizado de forma presencial, em Maputo, entre 26 de Agosto a 7 de Setembro, com acompanhamento diário das duas tutoras, culminando com a inauguração da exposição, a 7 de Setembro, pelas 18h30, na Fortaleza de Maputo.

A presença dos (as) artistas na inauguração é obrigatória.

Durante a fase presencial, que decorrerá nas instalações do Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema, os (as) artistas terão apoio técnico para a finalização de processos de edição de conteúdos audiovisuais e para o transporte e a montagem de quaisquer estruturas necessárias à exposição da obra.

Para além do apoio orçamental para materiais, cada artista poderá recorrer a 1 ecrã TV ou 1 projector de vídeo, fornecidos pela organização, para a exibição do material audiovisual no espaço de exposição.

O organização envidará esforços para apoiar os (as) artistas caso seja necessário algum material ou equipamento adicional fora do previsto, mas não pode garanti-lo.

30.03.2019 | por martalanca | ângela ferreira, cinema, PALOP, residências

terceira e última versão de "coisas de lá / aqui já está sumindo eu"

ARQUIVO MUNICIPAL FOTOGRÁFICO DE LISBOA 28 MARÇO - 18H

“Conversas Foto-fílmicas” são momentos de diálogo entre artistas e investigadores das áreas da Fotografia e do Cinema e o público. Procurámos um território comum, para que todos possam sentir-se em casa: o Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico.
As convidadas deste ciclo serão Ana Gandum e Daniela Rodrigues. A moderação estará a cargo de Marta Vilar Rosales (ICS – ULisboa).
coisas de lá / aqui já está sumindo eu parte de duas investigações académicas distintas, com um universo de pesquisa comum: a circulação de coisas [objectos e fotografias] no contexto transnacional de migrações portuguesas para o Brasil.
Num primeiro momento, o projecto consistiu numa instalação de objectos pessoais trazidos de Portugal para o Brasil, diários de campo, diapositivos, narrativas e impressões fotográficas. A instalação decorreu de 6 a 8 de Outubro de 2016 na #8 Monográfica da galeria Saracvra, no Rio de Janeiro e foi acompanhada de uma publicação. Esta explorava o conceito de catálogo como elemento compósito, documental e classificatório das coisas em análise: objectos que circularam nas malas de portugueses em trânsito entre Portugal e o Brasil entre 2015 e 2017 / souvenirs fotográficos na trama de correspondência entre os dois países até inícios da década de 1970.
Qual fichário em aberto, a primeira versão da publicação previa o encarte de textos adicionais e a integração contínua de novos itens em fichas catalográficas. A 11 de Março de 2017 uma versão ampliada com novas fichas foi lançada no Arquivo 237, no âmbito da FACA – Festa de Antropologia e Cinema, em Lisboa. Aí, um dos exemplares foi desmontado e as suas fichas catalográficas dispersas pelos visitantes.
Publicamos agora a terceira e última versão de coisas de lá / aqui já está sumindo eu. A esta foram acrescentados novos textos, sendo algumas das fichas anteriores substituídas ou alteradas.
O livro tem o apoio da livraria STET e estará em pré-venda neste evento.
Moderadora: Marta Vilar Rosales (ICS – ULisboa)
Entrada gratuita, sujeita ao número de lugares disponíveis.
O ciclo “Conversas Foto-fílmicas” é uma iniciativa do ICNOVA - Observatório de Estudos Visuais e Arqueologia dos Média, do GI de Cultura, Comunicação e Artes em parceria com o Arquivo Municipal de Lisboa.
Link Facebook: https://www.facebook.com/events/390194265096021/
STET - livros & fotografias18h30 - 20h30 Rua Acácio Paiva, 20 A, Lisboa
Lançamento “Coisas de lá / aqui já está sumindo eu”
Ana Gandum & Daniela Rodrigues
FICHA TÉCNICA
Título: coisas de lá / aqui já está sumindo eu III
Autoras: Ana Gandum e Daniela Rodrigues
Organização: Adriano Mattos Corrêa, Ana Gandum e Daniela Rodrigues
Edição: Escola de Arquitetura UFMG, Belo Horizonte, Brasil
Ano: 2018
Projecto Gráfico: Ana Cecília Souza, André Victor e Rita Davis
Ilustrações: Daniela Rodrigues
Formato: 10,5 x 15cm
Tipologia: Circular STD e Sabon
Papel: Kraft 200g (capa); Pólen Bold 90g e Pólen Soft 70g
Número de Páginas Finais: 205
ISBN: 978-85-98261-12-6
Impresso na Guide, 2018
Publicação afecta a duas pesquisas financiadas pela FCT
BIOS:
Ana Gandum (n. Évora, 1983) é uma historiadora e fotógrafa que pesquisa a história das imagens fotográficas e cultura material. Dedica-se à escrita de textos independentes e académicos e à pesquisa em arquivo, assim como a exposições com fotografias, objectos e publicações que frequentemente recorrem a fotografia vernacular. Concluiu recentemente um Doutoramento em Estudos Artísticos - Arte e Mediações pela Universidade Nova de Lisboa - FCSH, sobre fotografias enviadas como recordações nas correspondências entre portugueses migrados no Brasil e seus familiares em Portugal.
Daniela Rodrigues (n. Lisboa, 1984) é Antropóloga e Ilustradora. Está a terminar um Doutoramento em Políticas e Imagens da Cultura e Museologia onde estuda a relação entre pessoas e objectos do quotidiano em contextos de mobilidade migratória entre Portugal e o Brasil. Interessa-se sobretudo sobre os campos da cultura material e do desenho etnográfico.
Link Facebook:https://www.facebook.com/events/2188088004580851/permalink/2188168034572848/

26.03.2019 | por martalanca | coisas de lá / aqui já está sumindo eu

Apresentação Orlando e o Tambor Mágico, de Alexandra Lucas Coelho

Vamos fazer uma festa na apresentação da nova aventura de Orlando, o menino de carapinha ruiva! Quem quer vir fazer desenhos e ouvir histórias?

25.03.2019 | por martalanca | Alexandra Lucas Coelho, literatura infantil, orlando

Castiel Vitorino Brasileiro curadoria de Jota Mombaça I Galeria BUALA

Aglutinar e Redistribuir. Castiel Vitorino Brasileiro. Fotografia digital, 2019Aglutinar e Redistribuir. Castiel Vitorino Brasileiro. Fotografia digital, 2019“Aqui foi o Quilombo do Pai Felipe” de Castiel Vitorino Brasileiro

17 DE MARÇO DE 2019

Bicha,

A história tem, de fato, nos exigido crueldade.

A ingenuidade perante as formas do poder não é um luxo ao qual nos podemos dar.

Não se sobrevive a uma guerra fingindo simplesmente que os canhões não estão apontados, que não há arame farpado nas ruas e que os cães de guarda não enxergam sua mira em nosso pescoço.

Eu sei que você sabe do que estou falando.

Nós ouvimos o ruído das bombas despencando céu abaixo e vimos muita gente desaparecer em muito pouco tempo.

Nós corremos em direção ao apocalipse porque sabíamos que ele ia nos pegar de qualquer jeito.

E chega dessa conversa de ficar surpresa a cada vez que o caldo entorna.  Você tem razão: a história tem exigido crueldade, porque vimos tudo isso vindo.

Eu sei que você sabe que a nossa experiência do tempo - de formas mais ou menos desastrosas - tropeça entre temporalidades sempre muito distintas, e que por vezes somos arrastadas por velhas correntes, tornamo-nos habitantes compulsórias de um passado que se atualiza.

A matéria orgânica do nosso corpo é acostumada a esses sobressaltos.

Toda bicha preta viva deve estar atenta como condição de estar viva. Essa regra nós não inventamos, mas há forças e saberes que só poderiam ter emergido do fato de termos sido submetidas a ela.

Há algo no que estamos fazendo que não pode ainda ser apreendido nem por nós mesmas nem pelas gentes e coisas que nos cercam.

Por isso não há linguagem para descrever a força que me arrasta até o seu trabalho, mas também não há nada por desvendar. Nós ouvimos os sussurros e nos dedicamos a montar e desmontar o quebra-cabeça..

Um manjericão roxo plantado na sua garganta, uma raiz costurada com tinta vermelha. Eu não me interesso pelo significado dessas imagens, mas pelas profecias que tem nelas. Em outras palavras: não é o significado, mas o sussurro que me motiva. O que eu consigo ler não é o foco, pois a nossa conversa está no ilegível.

Muito intuitivamente eu diria que posso sentir de longe a vibração que viaja no tempo e se manifesta no seu quarto de cura.

Mas por que os olhos ainda doem?

Nós entendemos o recado e sabemos que vamos testemunhar uma época brutal, mas quais épocas não foram brutais conosco?

Depois de ser esquartejado, o corpo jamais retorna a seu estado íntegro, de modo que o nosso corpo - esquartejado intergeracionalmente - é testemunha do fato de que a integridade se constitui na aliança. Que nossos corpos partidos encontram extensão e órgão uns nos outros e nas coisas - nas flores, na terra.

Jamais fomos humanas e por isso podemos ser flor e merda e sagradas.

A saúde elegida pelo Império que rege o mundo como conhecemos é o patógeno.

Se nós enxergamos a cura, é porque dos nossos olhos foram arrancadas todas as capas que mascaravam o mundo e a sua integridade.

Para nós nada é íntegro. Isso é a história a exigir-nos crueldade.
Nós enxergamos a cura, e enxergamos na cura o limite do mundo que nos foi dado.

Sabemos que a semente disso está para florescer agora.

Somos a anunciação em cada gesto.
Merdas e sagradas.
Aqui foi o Quilombo do Pai Felipe.

Com Carinho,
Jota Mombaça

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23.03.2019 | por martalanca | Castiel Vitorino Brasileiro, Jota Mombaça

OFICINAS DO BUALA em BISSAU

4, 5 e 6 de abril - abertas ao público (12 participantes)

no Centro Cultural Português. Av. Cidade de Lisboa. Bissau

JORNALISMO CULTURAL E CULTURA VISUAL com Marta Lança e João Ana. 4 e 5 de abril 16h - 20h

Apresentação do portal BUALA, sua dinâmica e conteúdos. Jornalismo cultural enquanto mediação cultural, em ambiente digital, interdisciplinar e colaborativo. Reflexão através de objectos artísticos nas suas diversas manifestações e formatos: entrevista, críticas, recensões, ensaios. Os circuitos artísticos - criação e condições de produção - nos países de língua portuguesa.

Prática: Leitura e discussão de dois artigos do BUALA. Mostra de excertos de filmes (conceitos sobre cinema e imagem) para discussão. Propostas para conteúdos (artigos ou vídeos) dos participantes, com nosso acompanhamento, sobre aspetos da cultura guineense a serem publicados no BUALA. 

Alexandre Diaphra (Birú)Alexandre Diaphra (Birú)A PALAVRA E A SUA PERFORMANCE com Alexandre Diaphra (Birú). 6 de abril a 10h-13h Esta oficina pretendemos explorar o uso da palavra em termos de comunicação/expressão, aliada à criatividade. Aqui a palavra tem espaço para ser desenhada, pintada, cantada, transformada. E espaço até para ganhar outro significado, expressar uma outra ideia que não a inerente, ser inventada. O objetivo é criar familiaridade com a palavra, explorando a relação entre as duas, através da arte e da sua performance, na fala, na escrita e na leitura. A palavra como ferramenta que permite comunicar/expressar e experimentar o Eu, criativamente, através de ideias/pensamentos e dos sentimentos – emoções e vontades

17h-20h - apresentação de SLAM POETRY (concurso de poesia performada) pelo artista e participantes

Para participação por favor enviar nome e três textos de autor que pretendam apresentar no evento. Ou simplesmente, tragam alguma coisa de casa e apareçam!

INSCRIÇÕES Envie nome e um parágrafo sobre o seu perfil profissional e de interesses e em que dias pode participar para buala@buala.org  (podem partcipar só numa ou em ambas).

contacto de whatsapp +351934728061 

Passados 9 anos de atividade regular, o portal BUALA é um crescente arquivo de reflexão e de intervenção sobre questões pós-coloniais e do sul global. Tendo colaboradores e leitores no mundo inteiro, defende a interdisciplinaridade e a variedade de linguagens escrita e visual (do ensaio teórico ao jornalismo, passando por exposições virtuais), para que os discursos e olhares se contaminem nessa polifonia e transnacionalidade. Numa linha editorial muito abrangente, grande quantidade dos artigos produzidos para o BUALA versam sobre aspectos da história e da cultura de países africanos e da América Latina, abordando, entre outras, questões das continuidade coloniais, políticas de memória, urbanismo e expressões artísticas contemporâneas.  

Com esta oficinas, pretendemos reforçar a colaboração com três países africanos: Cabo Verde, Guiné Bissau e Congo, pela riqueza cultural que é gerada nos seus contextos e pela escassez de trabalhos sobre os mesmos no portal BUALA. Queremos, assim, ampliar os “lugares de fala” deste portal internacional.

Objetivos das oficinas 

  1. Internacionalização do BUALA. 
  2. Dar a conhecer o portal junto de novos públicos.
  3. Promover debate e troca de ideias entre realidades artísticas da CPLP.
  4. Produzir material escrito e visual para o portal com os participantes. 
  5. Convidar novos colaboradores para o BUALA.
  6. com apoio da Corubal, do Centro Cultural Português e da Dgartes.

MARTA LANÇA  Lisboa (1976). Jornalista, programadora, tradutora, pesquisadora e editora. Licenciatura em Estudos Portugueses, doutoranda em Estudos Artísticos na FCSH-UNL com bolsa da FCT. Criou as publicações independentes: V-ludoDá FalaJogos Sem Fronteiras e, desde 2010, é editora da plataforma BUALA. Escreveu para várias publicações em Portugal e em Angola. Traduziu livros de  francês, nomeadamente de Achille Mbembe. Em Luanda colaborou com a 1ª Trienal de Luanda, com o Festival Internacional de Cinema e lecionou na Universidade Agostinho Neto, em Maputo com o Dockanema e fez vários projetos no Brasil. Programou Roça Língua, encontro de escritores lusófonos (S. Tomé e Príncipe 2011); com Rita Natálio, concebeu o programa Expats para o FITEI (2015); o ciclo Paisagens Efémeras dedicado a Ruy Duarte de Carvalho (Lisboa, 2015); o programa Vozes do Sul para o Festival do Silêncio (2017); conferências do projeto NAU! Do TEP (2018) e, com Raquel Lima e Raquel Schefer, o ciclo ‘Para nós, por nósprodução cultural africana e afrodiaspórica em debate’ (CEC,FL-UL 2018). Fez pesquisa e produção nas séries Eu Sou África (RTP2 2010), Triângulo (Portugal, Brasil e Angola2012), No Trilho dos Naturalistas (Terratreme 2012-16) e colaborou no guião do filme Amanhã de Pedro Pinho (em rodagem).  

JOÃO ANA Moçâmedes (1979). Músico, artista, vídeo, produtor. Frequentou, de 2001 a 2009, o curso de Novas Tecnologias da Comunicação, em Aveiro. Como artista, trabalha num campo abrangente, com amplas influências estéticas, temporais e latitudinais: em música, vídeo, cinema, produção, curadoria e texto. Foi artista, co-curador e produtor de edições do projeto Fuckin’ Globo (2015, 2016, 2017 e 2018), projeto de um coletivo de artistas, que acontece em Luanda. Apresentou como convidado, em 2013, a performance sonora “Celebrating Life by Slowing Down Perception”, na Trienal de Arquitetura de Lisboa. De 2014 a 2016, trabalhou no Rede Angola, como produtor/editor de vídeo e jornalista. Alguns trabalhos: Câmara/Edição: Aline Frazão - “Insular” | RA 2015 ; Filme/Curta Experimental: Há Um Zumbido, Há Um Mosquito, São Dois de Ery Claver Música: João Ana, Edição: João Ana FG III (2017)I  Check In, APDES, Festival Neopop, 2017, Câmara/edição. 

 ALEXANDRE DIAPHRA (Birú) Lisboa (1980). Rapper, Poet, Beatmaker and Multimedia Artist. Tem raízes na Guiné-Bissau e em Angola. Ganhou o Prémio no Poetry Slam em Portugal e ficou em terceiro lugar na competição da América Latina no Rio de Janeiro (2014).  O seu trabalho anda à volta da visão das influências do passado tradicional e de um futuro imaginado, através de instrumentos e samples e incorporando o imaginário através de experimentação em vídeo e fotgografia. Tem colaborado regularmente como vocalista com o projeto Batida, e lançou em 2015 o seu Diaphra’s Blackbook of Beats sob nome de Alexandre Francisco Diaphra com a Bazzerk/Mental Groove Records. 

    

22.03.2019 | por martalanca | Alexandre Biaphra, Bissau, João Ana, joranlismo cultural, Marta Lança, oficinas Buala, spoken word