“Bobô”

“Bobô” Sofia vive isolada num velho apartamento de família onde até o pó parece ser preservado. A pedido da sua mãe chega Mariama, uma jovem guineense, para ajudar a cuidar da casa e do seu filho. Mas onde está este filho que nunca vemos? Bobô, irmã mais nova de Mariama, vai despertar em Sofia uma vontade de sair do casulo. Atrás do seu sorriso confiante, Mariama atormenta-se com a ameaça da mutilação genital feminina a que Bobô está prestes a ser submetida... O encontro entre Sofia e Mariama fá-las confrontarem-se com os seus fantasmas.

Afroscreen

20.04.2013 | por Inês Oliveira

2ª chamada - corpo - IMAGENS E GEOGRAFIAS

2ª chamada - corpo - IMAGENS E GEOGRAFIAS Anunciamos conjuntamente Imagens e Geografias pela intrínseca articulação entre corpo, representações e espaço, que não são formas separadas, nem formam um ecossistema organicamente organizado. Constroem-se correlativamente. O espaço não representa um mero recepiente neutro da acção física e experiência, é antes passível de condicionar e transformar o corpo, ao mesmo tempo que gera novas representações. Assistimos a uma (mais ou menos activa) constante negociação do corpo, das representações e do espaço.

Corpo

19.04.2013 | por Buala

On Safari

On Safari On Safari conta as suas peripécias com os animais. Armand Denis era de certa forma um mágico do improviso, pois inventou muitas técnicas de filmagem e tornou-se um ativista pelos direitos dos animais e contra a caça, defendendo um mundo que já estava na altura em vias de extinção. Considero também que a minha implicação física no filme é importante, para resgatar e confrontar de certa forma a invasão de que falava. Assim, enquanto não obtenho o apoio financeiro necessário à sua realização, tenho-me vestido com um fato de tigre em alguns lugares da cidade, em performances de curta duração: pendurei-me numa árvore em super8, fiz dupla com um homem-estátua para os turistas, passeei de gaivota no jardim zoológico, fui esquiar com um macaco nos Alpes, entre outras coisas.

Corpo

18.04.2013 | por Rita Brás

Poemas manuais para decoração de interiores 1.

Poemas manuais para decoração de interiores 1. A procura do buraco a procura do branco a procura do banco Sentada, branca, lívida, caída no buraco. De manhã a vida tranquila de manhã o café preto, a sensação de ingerir preto numa sensação de manhã, de cócoras, agachada na casa-de-banho de manhã ou de pé, lívida, fazendo uma torrada de manhã ou de perfil, olhando o espelho

Corpo

18.04.2013 | por Ritó aka Rita Natálio

sem título

sem título O meu corpo não está à venda, o meu corpo está vivo. O meu corpo partilha-se, troca-se, empresta-se e até se dá por uma boa causa. O meu corpo está frio. O meu corpo está quente. O meu corpo precisa de martelada, de cair à bruta ou de cair facilmente nas mãos de um monstro. O meu corpo não é meu.

Corpo

18.04.2013 | por Ritó aka Rita Natálio

Perceções sobre a intimidade e o corpo feminino na literatura poética da Guiné-Bissau

Perceções sobre a intimidade e o corpo feminino na literatura poética da Guiné-Bissau O presente artigo lança o desafio de desconstruir as perceções e os discursos poéticos mais expressivos projetados sobre o corpo feminino e a sexualidade nas narrativas poéticas guineenses tomando em consideração quatro dimensões analíticas: a) “repressão e controlo social do corpo feminino”; b) “erotismo singelo”; c) “celebração orgásmica do corpo feminino”; d) “descolonização e desmasculinização do corpo e da sexualidade feminina”.

Corpo

14.04.2013 | por Miguel de Barros

Na “Zona Quente” pós-colonial

Na “Zona Quente” pós-colonial A forma particular, histórica, como aparece a regulação das posições de gênero em Moçambique, não dissimula, é óbvio, o caráter estrutural das disposições simbólicas que são necessárias para produzir a sujeição/subjetificação de um sujeito dispersivo e heteróclito que chamaríamos “a mulher”. Desse modo, ampla engenharia social e todo o poder das disposições simbólicas, e da violência, foram mobilizados para reconformar/reconhecer a mulher como um sujeito (assujeitado) no interior das estruturas em transformação do Estado em construção.

Corpo

09.04.2013 | por Osmundo Pinho

A representação poética da mulher no contexto pós-colonial moçambicano

A representação poética da mulher  no contexto pós-colonial moçambicano Após a independência a exaltação do corpo da mulher, representada através de metáforas terrestres, constitui uma tentativa por parte de muitos poetas moçambicanos de se reapropriarem poética e concretamente da própria terra; como afirma Rita Chaves “esta fusão da mulher com a terra foi um dos postulados da poesia africana empenhada na construção da identidade nacional”

Corpo

09.04.2013 | por Giulia Spinuzza

Djugu na Bandé – o futebol comunitário num bairro popular de Bissau

Djugu na Bandé – o futebol comunitário num bairro popular de Bissau Atribuindo-lhe uma função supletiva, alguns dirão que o futebol ajuda a compor um quadro de normalidade num país avassalado pelo fantasma da resolução violenta dos conflitos políticos. Tal ideia não estará errada, mas pode igualmente sugerir-se que o futebol denota o pulsar quase normal de uma sociedade que parece viver à margem dos conflitos e absorvida num comunitarismo e numa solidariedade capazes de fazer com que os conflitos políticos sejam amortecidos nos contextos e dinâmicas da vida dos bairros populares. Na verdade, como que se evidencia um fosso entre as pendências e os processos políticos, por um lado, e o curso de actividades sociais, por outro, como se tais níveis não se intersectassem, o que, sabemo-lo, constitui uma impossibilidade. Ainda assim, a vida na cidade de Bissau parece absolutamente pacífica (tornando como que estranhas e/ou turísticas as aparições das patrulhas da ECOMIB) e o futebol corre livremente.

A ler

05.04.2013 | por Miguel de Barros e Augusto Nascimento

O homem com solas de poeira

O homem com solas de poeira Esta identidade encenada enche-se plenamente graças à fricção deste corpo e da sua percepção com a dos outros. Basta fazer emergir um terceiro-espaço em que a identidade subjetiva e subversiva se possa exprimir. Este terceiro-espaço torna-se uma dimensão imaginária da sua arte em que a multiplicidade dos olhares é possível. A arte está aí, na rua, no quotidiano, tudo é "arte" ou for sale como afirma Paulo Nazareth nos seus cartazes. A sua arte - simples e poderosa - é participativa e todos, por sua vez, se podem tornar criadores. Tal como Marcel Duchamp, ele afirma uma ética da resistência face à comercialização excessiva do mundo. Conduz-nos a gestos e ações simples como resgatados de um tempo passado

Corpo

31.03.2013 | por Joanna Espinosa

Um brasileiro em terras portuguesas - Prefácio

Um brasileiro em terras portuguesas - Prefácio Além da sistematização do luso-tropicalismo, Um brasileiro… fornece-nos informação parcelar sobre a viagem de Gilberto Freyre pelos territórios ultramarinos portugueses, elementos para o estudo da recepção do seu pensamento em Portugal e nas colónias portuguesas e para o conhecimento da sua rede de sociabilidades neste país.

A ler

31.03.2013 | por Cláudia Castelo

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (III)

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (III) Num plano sobretudo interno à sociedade caboverdiana das ilhas, a componente culturalista afro-crioula, porque vivenciada por caboverdianos de diferentes origens raciais e sociais, e subsistente como parte irrenunciável da caboverdianidade, como componente essencial da identidade crioula, no arquipélago e na diáspora.

A ler

28.03.2013 | por José Luís Hopffer Almada

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (II)

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (II) Os especialistas nos estudos da literatura caboverdiana parecem estar de acordo quando, na sua esmagadora maioria, vêm asseverando que pouco eco tiveram na obra dos literatos das ilhas sahelianas anteriores ao movimento político-literário caboverdiano da Nova Largada a negritude e outros movimentos literário-culturais similares, como o renascimento negro norte-americano, o indigenismo haitiano, o negrismo cubano, aliás, amplamente dissecados por Manuel Ferreira, na sua "Introdução" a No 'Reino de Caliban' e n'O Discurso no Percurso Africano, e, mais recentemente, por Pires Laranjeira, no livro 'A Negritude de Língua Portuguesa'.

A ler

28.03.2013 | por José Luís Hopffer Almada

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (I)

Cabo Verde- Orfandade identitária e alegada (im) pertinência de uma poesia de negritude crioula (I) Não obstante a origem colonial-escravocrata da sociedade crioula sedimentada nas ilhas, escassos são os traços de africanidade e de negritude na poesia caboverdiana da época anterior à Nova Largada. A que se deve o (aparente) paradoxo? Será porque a Negritude, tanto nas suas dimensões teóricas césaireana e senghoriana de resgate dos valores das civilizações negro-africanas e/ou de matriz afro-negra, e da dignidade do homem negro (negro-africano e afrodescendente), como na sua feição de obra literária e cultural, foi um fenómeno sobretudo francófono (tal como a teoria da African Personality foi sobretudo afro-anglófona), ainda que dinamizadas na Europa e nas diásporas crioulas e negro-africanas por intelectuais originários da África Negra e das Antilhas?

A ler

27.03.2013 | por José Luís Hopffer Almada

Notas sobre «Caderno de Memórias Coloniais»

Notas sobre «Caderno de Memórias Coloniais» A gestão de saudade que esta onda literária e testemunhal tem marcado no panorama literário português traz contudo uma novidade – denuncia também, mal ou bem, que para se perceber o Portugal actual se tem de fazer a viagem de retorno a África, mas não no sentido com que Isabela Figueiredo o faz, ou seja, no sentido de lidar de frente com os seus fantasmas, mas de habilmente os transformar em fantasias, ora escrevendo a busca do paraíso perdido que não poderá lá estar porque nunca existiu a não ser na imaginação, ora na efabulação de uma África Minha que nunca tivemos.

A ler

26.03.2013 | por Margarida Calafate Ribeiro

Cidadania dos alfaiates africanos: uma abordagem baseada na co-aprendizagem

Cidadania dos alfaiates africanos: uma abordagem baseada na co-aprendizagem O design de moda sustentável é o veículo facilitador de mudanças sociais e do fortalecimento do conhecimento intercultural. Aqui os alfaiates africanos são considerados agentes para a operacionalidade da criatividade da moda local feita a partir das capulanas (ou tecidos sui generis) e por isso agentes para o desenvolvimento de mecanismos entre a tradição e a modernidade.

Cidade

25.03.2013 | por Sofia Vilarinho

Por uma história da alimentação em Portugal

Por uma história da alimentação em Portugal J. P. de Lima-Reis é mais preciso quanto à questão do legado culinário de origem árabe em Portugal; destaca os avanços técnicos dos Mouros (presentes em terras portuguesas de 711 a 1249) na cultura da oliveira e em outros domínios tais como a moagem do milho ou a dissecação de frutas (principalmente o figo), mostra a introdução de novas combinações de ingredientes no forma como os nativos cozinhavam à época, tal como a açorda, a perenidade de alguns pratos que se tornaram emblemáticos de uma região (almôndegas ou xarém no Algarve, almorretas no Trás-os-Montes) (p. 37) ou ainda a evolução das maneiras à mesa em direcção a um refinamento cada vez mais evidente entre as pessoas da Corte ou da alta nobreza.

A ler

22.03.2013 | por Gérard Chalendar e Pierrette Chalendar

O nacionalismo militante em o "Livro dos rios", de José Luandino Vieira

O nacionalismo militante em o "Livro dos rios", de José Luandino Vieira A expressão “nacionalismo militante” confunde-se, em conceito, com o termo “resistência” - já pensado e formulado entre os anos 1930 e 50, quando vários intelectuais se engajaram na luta contra o fascismo, nazismo, franquismo, salazarismo e, sobretudo contra o colonialismo. Ao longo desses anos firma-se uma frente de carácter libertador que, nas lutas de guerrilha, procura a libertação do jugo colonial.

A ler

19.03.2013 | por Francisco Kulikolelwa Edmundo

Luanda: Exposição-Feira de Angola 1938

Luanda: Exposição-Feira de Angola 1938 Dois anos antes da Exposição de Mundo Português, realizou-se em Luanda uma muito grande Exposição-Feira que não ficou para a história colonial. Teve por objectivo exibir o desenvolvimento económico de Angola num “documentário expressivo e completo”, em lugar de encarecer o programa historicista e a mística imperial do regime, como era norma das exposições coloniais e ocorrera por exemplo em 1937 na Exposição Histórica da Ocupação, em Lisboa no Parque Eduardo VII.

Vou lá visitar

18.03.2013 | por Alexandre Pomar

O angolano que começou a escravatura nos Estados Unidos

O angolano que começou a escravatura nos Estados Unidos Uma história que começa no início do século XV11 de um angolano capturado por traficantes de escravos que o terão vendido na cidade São Paulo de Luanda. Depois de liberto, António de seu nome, tornou-se um grande proprietário de terras de cultivo trabalhadas pelos escravos que foi comprando.

A ler

13.03.2013 | por Joaquim Arena