Você diz trem, eu digo comboio

Você diz trem, eu digo comboio A voz vai mudando do outro lado do telefone – escritores, cantores, Lisboa, Rio de Janeiro – mas mantém-se o tom: ninguém sabe dizer o que é, ao certo, a lusofonia, se existe, e ainda que exista, talvez não baste. É preciso discutir, discordar, estrebuchar, concordar, amar perdidamente, ficar insatisfeito, porque bom, bom, era a utopia, aquela dos tempos de “descobrir” o mundo. Como se o mundo não existisse antes de nós o dizermos – em português.

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07.01.2011 | por Susana Moreira Marques

Pancho Guedes e “a nova arte africana”

Pancho Guedes e “a nova arte africana” As oportunidades criadas pelo contexto histórico de libertação que África vivia reforçavam a crença na possibilidade de uma nova arte africana, resultado de métodos de ensino inovadores e assente numa força criativa original.

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06.01.2011 | por Alda Costa

Pancho Guedes e todas as artes

Pancho Guedes e todas as artes O olhar de Pancho via o que muitos não viam, nas viagens que fazia a várias zonas de Moçambique por causa do trabalho, por onde passava diariamente, nas exposições que aconteciam...

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06.01.2011 | por Alda Costa

Malangatana, nosso Colorido Marinheiro

Malangatana, nosso Colorido Marinheiro Apenas mais tarde se soube, de um país haver percorrido o Mundo para embarcar o seu pintador enfeitiçado da vida, que, agora, naquela enorme nave, voltava para vivê-la na consanguinidade moçambicana das suas telas. Desse homem, nosso colorido marinheiro do mundo e de seu nome MALANGATANA, só mesmo elas, justa e merecidamente, poderão falar.

Cara a cara

06.01.2011 | por Eduardo White

Sobre o documentário mim'delo

Sobre o documentário mim'delo Desde o comércio à cultura, Cabo Verde sempre foi encruzilhada de um conhecimento global. Um bom exemplo desta mistura é a capital cultural, Mindelo. Como segunda maior cidade, com cerca de 70 mil habitantes, Mindelo vive de costas voltadas para a sua periferia. Estigmatizadas pelo desemprego crónico, estas recentes comunidades periféricas convivem diariamente com um universo de drogas, violência, carência, exploração laboral e abandono social. Surpreendentemente, nada parece roubar o sorriso de esperança dos seus rostos, nem a sua vontade de celebrar a vida.

Afroscreen

04.01.2011 | por Miguel Pinheiro

Comer a língua

Comer a língua Quanto do que hoje é brasileiro foi português antigo que Portugal perdeu? Como o cardápio em Portugal encolheu, certamente por falta de apetite! E eles continuam a vir, dietistas, higienistas, fiscais-de-contas, reduzindo a língua a um quartinho, e de colarinho: não respire, não respire. Avé a poesia, cheia de fome.

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03.01.2011 | por Alexandra Lucas Coelho

Pequena viagem através de África

Pequena viagem através de África Há mais de quarenta anos que ando pelos trópicos e há mais de vinte e cinco anos que me fixei na Guiné. Percorri toda a África desde a Argélia à África do Sul, desde o Egipto a Marrocos, utilizando aviões, comboios, vapores, carros e canoas. Dormi nesses maravilhosos hotéis que o engenho humano criou e dormi também nas mais modestas palhotas das mais modestas tabancas africanas. Bebi aquela água barrenta, de aspecto leitoso, que se colhe nos poços das povoações perdidos no mato; atravessei rios e pântanos sob um calor escaldante; torneei florestas densas e subi montanhas abruptas; percorri as areias imensas dos desertos africanos; tiritei de frio e abrasei-me e longamente conversei com Tcherno Bokar, a quem Teodoro Monod, com aquele sentido de penetração das coisas africanas que só ele possui, chamou «um homem de Deus».

Mukanda

03.01.2011 | por Artur Augusto Silva

Lusofonia, identidade e diversidade na sociedade em rede

Lusofonia, identidade e diversidade na sociedade em rede A retórica tradicional da lusofonia tem persistido, não raras vezes, numa espécie de nostalgia do império, subvalorizando a diversidade cultural que cinco séculos de aventuras associaram à experiência de todos os cidadãos que pensam, sentem e falam em língua portuguesa. Será, por isso, importante - e talvez também urgente – que todo um conjunto de políticos, intelectuais e académicos, que têm trazido à luz numerosas pistas sobre a complexa construção da identidade lusófona, reflicta sobre o contributo que o ciberespaço oferece à reconfiguração de uma lusofonia mais englobante e mais plural.

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02.01.2011 | por Lurdes Macedo

Viagens (entre)cruzadas

Viagens (entre)cruzadas Interpretar o viajante, na actualidade, decorre de um pensamento multilateral ampliado pela situação geográfica e cultural que existe entre o ponto de partida e o ponto de chegada. A latitude humana que se encontra nas distâncias percorridas entre princípio e fim de um percurso é, para muitos, um agente provocador que resulta num campo de experimentação artística e intelectual, onde a força de espaços inócuos nos leva a partilhas e à construção de conceitos.

Cara a cara

02.01.2011 | por Jorge Rocha

Sim a NEONÃO

Sim a NEONÃO Desde Philadelpho Menezes e das suas experiências poético-sonoras a solo ou em conjunto com Wilton Azevedo, mais voltadas para a componente tecnológica da palavra, e do soberbo “Nome” de Arnaldo Antunes, que não ouvia uma obra de poesia sonora de um autor brasileiro que me soasse de um modo inovador e entusiasmante como esta obra de Wilmar Silva.

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25.12.2010 | por Fernando Aguiar

Mostrar e pensar o que se anda a fazer - festivais de teatro de língua portuguesa

Mostrar e pensar o que se anda a fazer - festivais de teatro de língua portuguesa Companhias e artistas viajam para apresentarem os seus trabalhos uns aos outros e a um público que refresca o olhar do seu habitual nicho de mercado, nos territórios nacionais. O trabalho ganha em visibilidade e reflexão, pois o debate entre pessoas da área ajuda a desenvolver critérios de exigência e de comunicação sobre aquilo que se apresenta. Um Festival tem uma dimensão festiva, não menos importante que tudo o resto, e contribui para esse intercâmbio no espaço lusófono, entre agentes culturais e representações das realidades de cada um.

Palcos

24.12.2010 | por Marta Lança

WHPO: uma Rede Mestiça e (esta sim) um verdadeiro “PIN”

WHPO: uma Rede Mestiça e (esta sim) um verdadeiro “PIN” A Universidade de Coimbra acolheu duas importantes reuniões internacionais designadas World Heritage Portuguese Origin (WHPO), a primeira sucedeu em 2006 e a segunda acabou de ocorrer (entre 23 e 26 de Outubro de 2010), no quadro das quais se fundou uma rede orientada para a conservação do património arquitectónico e urbano de influência portuguesa, espalhado pelos muitos - certamente mais que quatro - cantos do Mundo.

Cidade

22.12.2010 | por Ana Amendoeira e José Aguiar, ICOMOS-Portugal

600 quilómetros

600 quilómetros Depois de algumas idas e voltas Lisboa-Madrid-Lisboa, e de outras idas e voltas Maputo-Joanesburgo-Maputo comecei a encontrar pontos de encontro entre a viagem no Sudoeste europeu e a viagem no Sudeste africano. Os dois percursos têm cerca de seiscentos quilómetros, de país para país, de capital para capital; sintonizar noutro idioma ao passar a fronteira, cambiar as notas por outras - actualmente já se salta este passo na Península Ibérica. São viagens em longitude, para Oriente: Madrid e Maputo; para Ocidente: Lisboa e Joanesburgo.

Vou lá visitar

17.12.2010 | por Nuno Milagre

À procura da nova arte africana nos anos 1960. Patrocínio e formação na década da euforia – Ulli Beier, Pancho Guedes e Julian Beinart

À procura da nova arte africana nos anos 1960. Patrocínio e formação na década da euforia – Ulli Beier, Pancho Guedes e Julian Beinart Ao contrário do contexto da África francófona, onde dominou o interesse pela criação literária e uma concepção de negritude que passava pela apropriação mais ou menos conflitual da modernidade europeia, alguns mediadores situados mais a sul interrogavam a evolução possível das culturas locais e das grandes tradições artísticas próprias, com independência da subordinação aos modelos europeus de modernidade, que quanto à situação das artes visuais e não só eram vistos de modo crítico. No quadro da morte inevitável da arte tribal própria da sociedade tradicional - mesmo na via da sua cópia turística -, procuravam-se sem qualquer essencialismo nativista (nos casos de Beier, Guedes e Beinart) novas formas populares e espontâneas de produção artística, e também sofisticadas formas sincréticas, no caso da "síntese natural" proposta na Escola de Zaria por Uche Okeke.

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17.12.2010 | por Alexandre Pomar

Recaredo Silabo Boturu, Luz en la noche: Poesía y teatro

Recaredo Silabo Boturu, Luz en la noche: Poesía y teatro Recaredo Silabo Boturu nasceu em 1979, na Guiné Equatorial, mais propriamente na ilha de Bioko, antiga Fernando Pó, onde continua a viver. Luz en la noche, como o próprio título anuncia, parece uma combinação de paradoxos, sem o ser. É, antes de mais, definível através de duas palavras: desencanto e esperança, sendo que esta última marca a sua presença no derradeiro poema, que dá nome ao livro, de forma indelével.

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16.12.2010 | por Cátia Miriam Costa

“Acusam-me de fazer objectos pouco esculpidos, pouco africanos”, entrevista com Balthazar Faye

“Acusam-me de fazer objectos pouco esculpidos, pouco africanos”, entrevista com Balthazar Faye Alguns países, em África, não possuem ferramentas que permitam a execução de um mesmo objecto indefinidamente. Para ultrapassar esta carência tecnológica, seria preciso integrar conceitos de execução como, por exemplo, a peça única em série. Efectivamente, porque não valorizar as pequenas diferenças entre os objectos que se inspiram no mesmo padrão? Porque não jogar com a exploração destes “futuros erros” de produção em vez de ficar à espera da implantação de uma tecnologia normalizada?

Cara a cara

13.12.2010 | por Thierry William Koudedji e Lucie Touya

Cinema dos tempos que já lá vão...

Cinema dos tempos que já lá vão... As casas de cinema em Angola são referências das cidades que as acolhem. E são muitas, já que aquele tipo de infra-estruturas está espalhado um pouco por todo o país, tendo surgido muito antes ainda da independência do país, o que permitia às autoridades coloniais portuguesas levar entretenimento, mas sobretudo propaganda do regime, às diferentes regiões. Da história ficam os marcos arquitectónicos, o gosto pelo espectáculo e as salas multi-usos.

Cidade

13.12.2010 | por Miguel Gomes

Foroyaa liberdade! repressão na Gâmbia

Foroyaa liberdade! repressão na Gâmbia Na Gâmbia, as liberdades e direitos básicos são reprimidos por um regime autocrático liderado há 15 anos por Yahya Jammeh. A constatação, feita por organismos como a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, não tem eco na sociedade gambiana. Há uma barreira de silêncio que apenas os jornalistas ousam quebrar.

Vou lá visitar

13.12.2010 | por Pedro Cardoso

Feira de Arte de Marraqueche

Feira de Arte de Marraqueche O Museu de Marrakech, situado no coração da antiga Medina, acolheu exposição "resonnance", apresentando uma série de obras de artistas de origem marroquina. Pintura, fotografia, video-arte, design gráfico, todas as formas artísticas reunidas nesta exposição coletiva para comemorar a herança cultural que trouxe todos eles para a cena artística: Mounir Fatmi, Aziza Alaoui, Chourouk Hriech, Mohamed El Baz, Lalla Essaydi, Malik Nejmi e outros.

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10.12.2010 | por Hasnae Fathi

Mário Pinto de Andrade: a lucidez é um sorriso triste

Mário Pinto de Andrade: a lucidez é um sorriso triste Mário Pinto de Andrade foi o primeiro presidente do MPLA e um dos principais ideólogos da luta de libertação nacional. Aqui mostramos o homem, por quem o conheceu de perto.

Cara a cara

10.12.2010 | por Pedro Cardoso