A Universidade de Coimbra acolheu duas importantes reuniões internacionais designadas World Heritage Portuguese Origin (WHPO), a primeira sucedeu em 2006 e a segunda acabou de ocorrer (entre 23 e 26 de Outubro de 2010), no quadro das quais se fundou uma rede orientada para a conservação do património arquitectónico e urbano de influência portuguesa, espalhado pelos muitos - certamente mais que quatro - cantos do Mundo.
Cidade
22.12.2010 | por Ana Amendoeira e José Aguiar, ICOMOS-Portugal
Depois de algumas idas e voltas Lisboa-Madrid-Lisboa, e de outras idas e voltas Maputo-Joanesburgo-Maputo comecei a encontrar pontos de encontro entre a viagem no Sudoeste europeu e a viagem no Sudeste africano. Os dois percursos têm cerca de seiscentos quilómetros, de país para país, de capital para capital; sintonizar noutro idioma ao passar a fronteira, cambiar as notas por outras - actualmente já se salta este passo na Península Ibérica. São viagens em longitude, para Oriente: Madrid e Maputo; para Ocidente: Lisboa e Joanesburgo.
Vou lá visitar
17.12.2010 | por Nuno Milagre
Ao contrário do contexto da África francófona, onde dominou o interesse pela criação literária e uma concepção de negritude que passava pela apropriação mais ou menos conflitual da modernidade europeia, alguns mediadores situados mais a sul interrogavam a evolução possível das culturas locais e das grandes tradições artísticas próprias, com independência da subordinação aos modelos europeus de modernidade, que quanto à situação das artes visuais e não só eram vistos de modo crítico. No quadro da morte inevitável da arte tribal própria da sociedade tradicional - mesmo na via da sua cópia turística -, procuravam-se sem qualquer essencialismo nativista (nos casos de Beier, Guedes e Beinart) novas formas populares e espontâneas de produção artística, e também sofisticadas formas sincréticas, no caso da "síntese natural" proposta na Escola de Zaria por Uche Okeke.
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17.12.2010 | por Alexandre Pomar
Recaredo Silabo Boturu nasceu em 1979, na Guiné Equatorial, mais propriamente na ilha de Bioko, antiga Fernando Pó, onde continua a viver. Luz en la noche, como o próprio título anuncia, parece uma combinação de paradoxos, sem o ser. É, antes de mais, definível através de duas palavras: desencanto e esperança, sendo que esta última marca a sua presença no derradeiro poema, que dá nome ao livro, de forma indelével.
A ler
16.12.2010 | por Cátia Miriam Costa
Alguns países, em África, não possuem ferramentas que permitam a execução de um mesmo objecto indefinidamente. Para ultrapassar esta carência tecnológica, seria preciso integrar conceitos de execução como, por exemplo, a peça única em série. Efectivamente, porque não valorizar as pequenas diferenças entre os objectos que se inspiram no mesmo padrão? Porque não jogar com a exploração destes “futuros erros” de produção em vez de ficar à espera da implantação de uma tecnologia normalizada?
Cara a cara
13.12.2010 | por Thierry William Koudedji e Lucie Touya
As casas de cinema em Angola são referências das cidades que as acolhem. E são muitas, já que aquele tipo de infra-estruturas está espalhado um pouco por todo o país, tendo surgido muito antes ainda da independência do país, o que permitia às autoridades coloniais portuguesas levar entretenimento, mas sobretudo propaganda do regime, às diferentes regiões. Da história ficam os marcos arquitectónicos, o gosto pelo espectáculo e as salas multi-usos.
Cidade
13.12.2010 | por Miguel Gomes
Na Gâmbia, as liberdades e direitos básicos são reprimidos por um regime autocrático liderado há 15 anos por Yahya Jammeh. A constatação, feita por organismos como a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, não tem eco na sociedade gambiana. Há uma barreira de silêncio que apenas os jornalistas ousam quebrar.
Vou lá visitar
13.12.2010 | por Pedro Cardoso
O Museu de Marrakech, situado no coração da antiga Medina, acolheu exposição "resonnance", apresentando uma série de obras de artistas de origem marroquina. Pintura, fotografia, video-arte, design gráfico, todas as formas artísticas reunidas nesta exposição coletiva para comemorar a herança cultural que trouxe todos eles para a cena artística: Mounir Fatmi, Aziza Alaoui, Chourouk Hriech, Mohamed El Baz, Lalla Essaydi, Malik Nejmi e outros.
Vou lá visitar
10.12.2010 | por Hasnae Fathi
Mário Pinto de Andrade foi o primeiro presidente do MPLA e um dos principais ideólogos da luta de libertação nacional. Aqui mostramos o homem, por quem o conheceu de perto.
Cara a cara
10.12.2010 | por Pedro Cardoso
Longas barbas brancas e cabelo também ele branco e solto. Cara queimada pelo sol e um amor enorme pelo deserto do Namibe, região onde viveu a infância e se encantou pela areia das dunas que lhe pareciam então montanhas de ouro a brilhar ao longe. Samuel Aço é o principal impulsionador do Centro de Estudos do Deserto, associação que, no interior da província do Namibe, sul de Angola, quer descobrir os segredos de uma das mais inóspitas regiões do país.
Cara a cara
08.12.2010 | por Pedro Cardoso
Canta os sons da terra, mas foram os Beatles os responsáveis pelo despertar para os múltiplos jogos melódicos que a escala musical encerra. Com uma carreira reconhecida fora e dentro de portas, Filipe Mukenga faz parte da geração que protagonizou a explosão da música nacional, nos anos 60 e 70, constituindo hoje uma referência incontornável dos que cantam Angola.
Palcos
07.12.2010 | por Mário Rui Silva
O hip hop trouxe consciência social e temáticas que andavam esquecidas no meio artístico angolano. Os rappers underground diagnosticam as contradições da sociedade angolana na vontade poético-política de crescer num país onde a liberdade e a justiça sejam possíveis. É uma cultura popular onde a juventude se revê e se questiona os destinos da nação. Ouvimos alguns mc’s que dão nome ao movimento.
Palcos
04.12.2010 | por Marta Lança
Richard Kapuschinski tornou-se uma lenda viva de um tipo de jornalismo literário, envolvido, subjectivo mas sem ceder à parcialidade. A sua disponibilidade e o olhar de viajante atento permitiram ver muito além dos factos e, sobretudo, foi relevante a focalização em lugares negligenciados na arena da política internacional. O jornalista polaco deixou o testemunho de histórias e realidades para muitos só acessíveis através deste registo. Sensibilidade que, a partir da década de 50, o impeliu a viajar pelo mundo (Ásia, Médio Oriente, América Latina, Europa e África). Como jornalista da Polish Press cobriu guerras, golpes de Estado e revoluções que marcavam o fim da era colonial. Faleceu em Varsóvia em 2007.
Cara a cara
02.12.2010 | por Marta Lança
Apesar da sua abolição oficial em 1836, razão pela qual passa a designar-se “tráfico ilegal”, o comércio por parte dos traficantes de escravos aumentou de intensidade.
A ler
29.11.2010 | por Aurora da Fonseca Ferreira
Meirinho tem convicção na voz, um olhar forte, um corpo seco que se impõe e uma impetuosidade às vezes provocadora. Não atura o que não gosta. É um actor com muita vitalidade: a sua energia, transbordante, tem de ser trabalhada em sintonia, às vezes difícil, com a disciplina que o teatro exige. Porque Meirinho é uma pessoa do excesso. Mas isso, canalizado para o teatro, pode ser algo genial.
Cara a cara
29.11.2010 | por Marta Lança
Para João Carlos Silva, o famoso apresentador dos programas de televisão Na Roça com os Tachos e Sal na Língua, a cozinha é uma forma de arte e um pretexto para se falar de história, cultura ou património. Saboreie a sua deliciosa história de vida.
Cara a cara
28.11.2010 | por Jaime Fidalgo
Carlos Moore, etnólogo e cientista político cubano, rompeu com o regime de Fidel e lutou pela emancipação de África. Trabalhou com Savimbi, viveu de perto o calvário de Viriato da Cruz, privou com Mário de Andrade e foi angolano por um ano. Na voz e no olhar, preserva o idealismo a que chamam utopia.
Cara a cara
27.11.2010 | por Pedro Cardoso
Olhar para algumas das cidades da África contemporânea é enfrentar os desdobramentos de sua dilaceração colonial, é atentar para as repercussões que o poder, essa articulação dimensional da dominação, imprime naqueles em que toca. A proporcionalidade da resposta, da interação, está diretamente ligada à sua efusão. Tais vestígios são sempre contundentes, pois se inscrevem na carne como um pontiagudo arabesco de sangue, pus e baba. Ao desespero de sua emergência contrapõe-se em quase tudo, quase tudo, a racionalidade do poder que o encetou. Restarão fios delicados a nos lembrar que esses outros estão atentos às limitações racionalistas de seus algozes inspirados e que depois serão transpirados como suor, como sangue, como nervos.
Cidade
27.11.2010 | por Eduardo Bonzatto
Como se situa "Portuguesia contraantologia" (Minas entre os povos da mesma língua...), obra organizada pelo poeta Wilmar Silva, relativamente aos tópicos do “bom gosto” e de uma, por assim dizer, particular “orientação curatorial”? Nesse verdadeiro corso antropoético de 500 páginas, que abriga 101 poetas, Wilmar põe em questão o sentido estrito de tais categorias. A qualidade literária, a bem de verdade, não está descartada, mas apenas ficou em segundo plano, porquanto um dos traços de Portuguesia é a justaposição em nível de igualdade de toda uma rosácea de vozes que se correspondem desde o lugar transcultural de uma poesia multifária de matriz lusófona.
A ler
26.11.2010 | por Ronald Augusto
A exposição "Na pele da cidade", de António Ole, fala sobre espaço. É a sua cidade natal Luanda, mas poderia ser sobre qualquer outra cidade, um local onde ele parou, numa das suas muitas viagens, para absorver as suas particularidades; para absorvê-las e permitir que se entranhem na sua própria pele.
Cara a cara
26.11.2010 | por Nadine Siegert