Constelações identitárias

Constelações identitárias A Educação Multicultural e Intercultural surgiu no século XX como resposta a problemas históricos vividos pelas sociedades. Ao longo das últimas décadas procurou-se o reconhecimento das especificidades culturais em cada nível social para promover a igualdade de oportunidades, o respeito mútuo e a integração de todas as pessoas como cidadãos. No entanto, tende muitas vezes a dar ênfase a várias categorias identitárias, usando-as para distinguir os alunos e cidadãos.

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17.01.2011 | por Maria Prata

Swakopmund Galore

Swakopmund Galore Voltar a Swakopmund é estranho, fora da estação há sempre uma neblina na cidade e, dado que tudo fecha às cinco da tarde, a cidade fica deserta, quase abandonada, uma velhinha que passeia por ali, uns namorados acolá, mas fora isso é Twin Peaks

Ruy Duarte de Carvalho

17.01.2011 | por Luhuna de Carvalho

Bens de segunda necessidade

Bens de segunda necessidade Toda a África é um mercado informal, do Cabo ao Cairo, de Maputo a Marraquexe, seja nos mercados, nos semáforos, nos passeios, nas estações rodoviárias ou em qualquer muro ou pedaço de chão onde se possam expor produtos. Mas se o mercado informal é caracterizado pela ausência de registos e a invisibilidade perante o fisco, vamos encontrá-lo também longe do sol ardente e da poeira da estrada, nos gabinetes de ministérios, em carros pretos com vidros fumados, nos bares de hotéis.

Vou lá visitar

15.01.2011 | por Nuno Milagre

Lisboa

Lisboa Não sei como posso partir de ti sabendo eu que te amo tanto e que viverei atormentado por estas visões o resto da vida que sobra em mim para vivê-las e como hei-de dormir, e como hei-de ler e escrever, e como seguramente poderei cheirar uma flôr, colher algum odor do teu rio, se eu morro a cada instante que o tempo me chega, diminuto, pouquíssimo, intransigente, se eu choro com essa criança por uma boca que já não me serve para dizer outra coisa se não o teu nome e se tenho um homem que se mata e se anicotina em nome do que és e se, finalmente, Lisboa, para mim, deixar-te é incontornavelmente deixar de me exercer.

Cidade

15.01.2011 | por Eduardo White

“Interessa-me colocar questões sobre a sociedade angolana”, entrevista a António Tomás

“Interessa-me colocar questões sobre a sociedade angolana”, entrevista a António Tomás No seu mais recente livro, António Tomás reflecte sobre o que o rodeia. E nessa reflexão constata que em Luanda escasseiam espaços que cumpram uma função social, como as barbearias. Quem vive no musseque está, nesse aspecto, mais bem servido de lugares para o comentário social, afirma o antropólogo

Cara a cara

12.01.2011 | por Isabel Costa Bordalo

Três Poemas

Três Poemas Tempo! Em que Monstro Retalhas a chicote o meu corpo e os sonhos? Para que diabólica risada Arrastas o meu riso outrora deslumbrado pela vida? Fito a infância nos olhos – E logo viro a cara horrorizado.

Mukanda

12.01.2011 | por Dambudzo Marechera

Dambudzo Marechera - Memórias da Casa da Fome

Dambudzo Marechera - Memórias da Casa da Fome Enfant mais que terrible da literatura do Zimbabué, outsider da vida e da escrita, Dambudzo Marechera cresceu na miséria mais negra e viveu uma tempestuosa existência afligida por perseguições políticas, fome, clandestinidade, exílio, brigas de bar, drogas, doença… Morreu só, com Sida, aos trinta e cinco anos, e tornou-se o ídolo de milhares de jovens compatriotas que estamparam o seu belo rosto em t-shirts, copiaram as suas excêntricas indumentárias, decoraram os seus poemas e partilharam o seu desencanto pelo Zimbabué pós-Independência.

Cara a cara

11.01.2011 | por José Pinto de Sá

Em São Tomé e Príncipe há um grave défice de liderança

Em São Tomé e Príncipe há um grave défice de liderança O programa mais visto da televisão de São Tomé e Príncipe foi suspenso por decisão do Governo. Conceição Lima, jornalista, poeta e responsável pelo programa, considera ter sido alvo de "saneamento" e teme que o episódio possa ser um mau sinal para o futuro da democracia no seu país. Este mês chega às livrarias portuguesas o seu novo livro de poemas, "O País de Akendenguê".

Cara a cara

10.01.2011 | por Jorge Marmelo

Recomeçar a partir da Ásia, pós-colonialismo na China

Recomeçar a partir da Ásia, pós-colonialismo na China Como estabelecer uma ética da diferença no quadro da diferença na produção cultural, nas nossas sociedades que prezam a diferença mas são incapazes de criar a diferença? Estaremos a viver uma tirania do ‘outro’? As exposições internacionais erguem uma “cacofonia de vozes” e “espaços de negociação de vários valores”, mas reproduzem discursos e negligenciam a criatividade artística independente e os mundos imaginários alternativos. São algumas das críticas-reflexões apontadas pelos organizadores da Trienal de Cantão.

Vou lá visitar

08.01.2011 | por Marta Lança

Você diz trem, eu digo comboio

Você diz trem, eu digo comboio A voz vai mudando do outro lado do telefone – escritores, cantores, Lisboa, Rio de Janeiro – mas mantém-se o tom: ninguém sabe dizer o que é, ao certo, a lusofonia, se existe, e ainda que exista, talvez não baste. É preciso discutir, discordar, estrebuchar, concordar, amar perdidamente, ficar insatisfeito, porque bom, bom, era a utopia, aquela dos tempos de “descobrir” o mundo. Como se o mundo não existisse antes de nós o dizermos – em português.

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07.01.2011 | por Susana Moreira Marques

Pancho Guedes e “a nova arte africana”

Pancho Guedes e “a nova arte africana” As oportunidades criadas pelo contexto histórico de libertação que África vivia reforçavam a crença na possibilidade de uma nova arte africana, resultado de métodos de ensino inovadores e assente numa força criativa original.

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06.01.2011 | por Alda Costa

Pancho Guedes e todas as artes

Pancho Guedes e todas as artes O olhar de Pancho via o que muitos não viam, nas viagens que fazia a várias zonas de Moçambique por causa do trabalho, por onde passava diariamente, nas exposições que aconteciam...

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06.01.2011 | por Alda Costa

Malangatana, nosso Colorido Marinheiro

Malangatana, nosso Colorido Marinheiro Apenas mais tarde se soube, de um país haver percorrido o Mundo para embarcar o seu pintador enfeitiçado da vida, que, agora, naquela enorme nave, voltava para vivê-la na consanguinidade moçambicana das suas telas. Desse homem, nosso colorido marinheiro do mundo e de seu nome MALANGATANA, só mesmo elas, justa e merecidamente, poderão falar.

Cara a cara

06.01.2011 | por Eduardo White

Sobre o documentário mim'delo

Sobre o documentário mim'delo Desde o comércio à cultura, Cabo Verde sempre foi encruzilhada de um conhecimento global. Um bom exemplo desta mistura é a capital cultural, Mindelo. Como segunda maior cidade, com cerca de 70 mil habitantes, Mindelo vive de costas voltadas para a sua periferia. Estigmatizadas pelo desemprego crónico, estas recentes comunidades periféricas convivem diariamente com um universo de drogas, violência, carência, exploração laboral e abandono social. Surpreendentemente, nada parece roubar o sorriso de esperança dos seus rostos, nem a sua vontade de celebrar a vida.

Afroscreen

04.01.2011 | por Miguel Pinheiro

Comer a língua

Comer a língua Quanto do que hoje é brasileiro foi português antigo que Portugal perdeu? Como o cardápio em Portugal encolheu, certamente por falta de apetite! E eles continuam a vir, dietistas, higienistas, fiscais-de-contas, reduzindo a língua a um quartinho, e de colarinho: não respire, não respire. Avé a poesia, cheia de fome.

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03.01.2011 | por Alexandra Lucas Coelho

Pequena viagem através de África

Pequena viagem através de África Há mais de quarenta anos que ando pelos trópicos e há mais de vinte e cinco anos que me fixei na Guiné. Percorri toda a África desde a Argélia à África do Sul, desde o Egipto a Marrocos, utilizando aviões, comboios, vapores, carros e canoas. Dormi nesses maravilhosos hotéis que o engenho humano criou e dormi também nas mais modestas palhotas das mais modestas tabancas africanas. Bebi aquela água barrenta, de aspecto leitoso, que se colhe nos poços das povoações perdidos no mato; atravessei rios e pântanos sob um calor escaldante; torneei florestas densas e subi montanhas abruptas; percorri as areias imensas dos desertos africanos; tiritei de frio e abrasei-me e longamente conversei com Tcherno Bokar, a quem Teodoro Monod, com aquele sentido de penetração das coisas africanas que só ele possui, chamou «um homem de Deus».

Mukanda

03.01.2011 | por Artur Augusto Silva

Lusofonia, identidade e diversidade na sociedade em rede

Lusofonia, identidade e diversidade na sociedade em rede A retórica tradicional da lusofonia tem persistido, não raras vezes, numa espécie de nostalgia do império, subvalorizando a diversidade cultural que cinco séculos de aventuras associaram à experiência de todos os cidadãos que pensam, sentem e falam em língua portuguesa. Será, por isso, importante - e talvez também urgente – que todo um conjunto de políticos, intelectuais e académicos, que têm trazido à luz numerosas pistas sobre a complexa construção da identidade lusófona, reflicta sobre o contributo que o ciberespaço oferece à reconfiguração de uma lusofonia mais englobante e mais plural.

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02.01.2011 | por Lurdes Macedo

Viagens (entre)cruzadas

Viagens (entre)cruzadas Interpretar o viajante, na actualidade, decorre de um pensamento multilateral ampliado pela situação geográfica e cultural que existe entre o ponto de partida e o ponto de chegada. A latitude humana que se encontra nas distâncias percorridas entre princípio e fim de um percurso é, para muitos, um agente provocador que resulta num campo de experimentação artística e intelectual, onde a força de espaços inócuos nos leva a partilhas e à construção de conceitos.

Cara a cara

02.01.2011 | por Jorge Rocha

Sim a NEONÃO

Sim a NEONÃO Desde Philadelpho Menezes e das suas experiências poético-sonoras a solo ou em conjunto com Wilton Azevedo, mais voltadas para a componente tecnológica da palavra, e do soberbo “Nome” de Arnaldo Antunes, que não ouvia uma obra de poesia sonora de um autor brasileiro que me soasse de um modo inovador e entusiasmante como esta obra de Wilmar Silva.

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25.12.2010 | por Fernando Aguiar

Mostrar e pensar o que se anda a fazer - festivais de teatro de língua portuguesa

Mostrar e pensar o que se anda a fazer - festivais de teatro de língua portuguesa Companhias e artistas viajam para apresentarem os seus trabalhos uns aos outros e a um público que refresca o olhar do seu habitual nicho de mercado, nos territórios nacionais. O trabalho ganha em visibilidade e reflexão, pois o debate entre pessoas da área ajuda a desenvolver critérios de exigência e de comunicação sobre aquilo que se apresenta. Um Festival tem uma dimensão festiva, não menos importante que tudo o resto, e contribui para esse intercâmbio no espaço lusófono, entre agentes culturais e representações das realidades de cada um.

Palcos

24.12.2010 | por Marta Lança