Prétu, novo projeto do Chullage

Prétu, novo projeto do Chullage O entrelaçar de mensagem lírica (“mudaram os tempos, mudaram as leis, de certa forma ainda estou nessa roça”) e frases imagéticas como “black lives matter”, sintonizam indivíduos no anseio da libertação. Em Waters é possível identificar referências do movimento, do teatro imagem e físico, de alto contraste. Tudo isso num jogo de imagens entre presente e passado.

17.07.2019 | por vários

Nturudo: ao encontro do carnaval da Guiné-Bissau

Nturudo: ao encontro do carnaval da Guiné-Bissau O Carnaval guineense, apropriado plenamente pela população e cuja principal representação ocorre na capital do país, revela mais o “desejo de” do que o “descontentamento com”, apesar desta última componente também estar presente. Uma festividade complexa e composta por várias camadas performativas, que junta num só lugar toda a gama de manifestações culturais, por um lado, características de diversos grupos étnicos e, por outro, um imaginário concebido por todos, independentemente das referências étnicas, que se expressa através das máscaras criadas pelos grupos especialmente para esta ocasião.

15.04.2019 | por vários

Scúru Fitchádu: O punk não morrerá enquanto se ouvir funaná

Scúru Fitchádu: O punk não morrerá enquanto se ouvir funaná Atitude punk e distorção cruzam-se com os ritmos cabo-verdianos do funaná, mediados pelas técnicas do dub ou hip-hop e pelas metamorfoses electrónicas. No Portugal dos últimos meses é difícil encontrar uma outra aventura musical tão vital. Por detrás dela está o português Marcus Veiga, também conhecido pela alcunha Sette Sujidade, e agora também como Scúru Fitchádu.

02.04.2019 | por Vítor Belanciano

Faradai e Ikonoklasta - A Seca (Single)

Faradai e Ikonoklasta - A Seca (Single) Enquanto o país se consome de forma autofágica com os seus problemas, este país onde, nos dias que correm, muitos trocam o respeito pela atenção, nós seguimos tentando, com a nossa arte, provocar naqueles que gostam de ouvir com os olhos e ver com os ouvidos, a sensação reconfortante de estarem acompanhados. Por entre tantas adversidades que assolam este quintal, não há tragédia maior do que a seca para à qual foram conduzidas as mentes, que se tornaram estéreis e incapazes de gerar conhecimento para, juntos, darmos a volta por cima. A seca está nas mentes.

12.02.2019 | por vários

A continuação da África através das mobilidades de Sotigui Kouyaté e Maud Robart

A continuação da África através das mobilidades de Sotigui Kouyaté e Maud Robart pretendemos abrir possibilidades de reflexões em torno das mobilidades de artistas africanos e afrodescendentes em contextos artísticos da Europa e das Américas. Nestas mobilidades serão considerados as pressões sociopolíticos que dispararam seus movimentos intercontinentais, considerando também o efeito de movência dessa agência impactando os sistemas culturais que carregavam a partir de suas ligações de nascença com fontes de tradição que os conformavam como herdeiros de matrizes culturais sólidas, antes mesmo de suas definições como artistas, dentro da visão comum de leitura do Ocidente.

22.01.2019 | por Luciano Mendes de Jesus

Entenda as referências de APES**T, videoclipe da Beyoncé e Jay-Z

Entenda as referências de APES**T, videoclipe da Beyoncé e Jay-Z Apeshit, uma gíria americana que possui conotação racista e cuja denotação é no sentido de “furioso, louco e/ou selvagem”. Seja com a intenção de ressignificar a palavra ou ironizar seu sentido, eles literalmente FECHARAM O LOUVRE. The Carters conseguiram fazer de Apes**t uma obra de arte em si, que conversa com o presente, afronta o passado e nos mostra o futuro por um novo ângulo.

22.01.2019 | por Ticiane Vitória

Cara Fabiana, cara Denise,

Cara Fabiana, cara Denise, Fazia sentido focar numa dança que se originou no contexto colonial, através de um processo de troca e influência acomodado por um sensível engajamento físico, mas também dentro de um sistema de exploração global e local. Lundu é uma dança de sedução e prazer que se desenvolveu devido ao intercâmbio entre africanos, espanhóis e portugueses no Brasil dos séculos XVII e XVIII.

16.01.2019 | por Camila Sposati e Falke Pisano

Percepção da música da periferia, o caso do Kuduro

Percepção da música da periferia, o caso do Kuduro O kuduro em Angola é intervenção urbana e social. Além da música e dança tão potentes que não deixam ninguém indiferente, é “forma” de contar uma estória. Se repararmos na questão linguística, a linguagem kudurista reveste-se de grande criatividade, absorve qualquer gesto do quotidiano, ironias e falas de rua, calão, inventando até idiolectos como o "burguês", performatizando a loucura da vida urbana, sobretudo do gueto.

02.01.2019 | por Marta Lança

O projecto Tsikaya, músicos do interior

O projecto Tsikaya, músicos do interior Músicos e compositores do meio rural participam numa plataforma digital com capacidade para aceder a uma audiência global e promover a sua música. Gravações de campo são regularmente realizadas através de equipas locais em cada província contribuindo para um arquivo digital de música tanto tradicional como contemporânea.

30.11.2018 | por vários

Irmãos de língua, a cultura brasileira ganha terreno em África

Irmãos de língua, a cultura brasileira ganha terreno em África No campo das artes procura-se atualizar as relações entre Brasil e África nesse olhar contemporâneo. E os artistas serão sem dúvida o maior veículo, como disruptores de uma mentalidade fechada, pouco descolonializada e preconceituosa, quebrando estereótipos e outra amarras, com a força criativa e resistente que se encontra em várias manifestações da cultura brasileira e africana.

01.11.2018 | por Marta Lança

Introduzir novas estéticas e novas linguagens para a dança em Angola, entrevista a Ana Clara Guerra Marques

Introduzir novas estéticas e novas linguagens para a dança em Angola, entrevista a Ana Clara Guerra Marques "A modernidade chegou às aldeias e as formas de poder tradicionais já não possuem as mesmas características, nem as mesmas abrangências. Os distintos agentes sociais alteram as suas funções e transformam-se as essências." conta a coreógrafa e directora da Companhia de Dança Contemporânea de Angola.

24.09.2018 | por Marta Lança

O teatro em Estado de Sítio

O teatro em Estado de Sítio Estamos em 2018 e não deixa de ser desconcertante que esta obra só apareça agora. Haverá para tal muitas justificações mas a incapacidade de lidar com a história colonial - que deveria desde há muito ter sido investigada pelo seu avesso - constituiu um obstáculo epistemológico na academia e nos meios artísticos e culturais embalados “para entrar para a Europa”, o que teve como consequência esquecer a África colonizada, o mais recalcado dos temas colectivos de Portugal.

25.07.2018 | por António Pinto Ribeiro

Memórias do colonialismo português encenadas por Hotel Europa

Memórias do colonialismo português encenadas por Hotel Europa Fortemente política, em confronto aberto com a dimensão onírica da nacionalidade portuguesa, a trilogia nasce das perplexidades pessoais do autor e da vontade de contextualizar a história dos seus pais, que viveram em Moçambique colonial. A dimensão individual desta criação extravasa largamente o espaço íntimo e familiar para assumir o palco de um espaço público que o autor quer confrontar e com o qual quer refletir.

16.06.2018 | por Hélia Santos

quando quebra queima, coletivA ocupação: explosão, levante político-artístico e revolução do cotidiano

 quando quebra queima, coletivA ocupação: explosão, levante político-artístico e revolução do cotidiano peça construída por estudantes que viveram o processo de ocupações e manifestações do movimento secundarista em 2015 e 2016. Frutos da primavera secundarista, 14 corpos insurgentes deslocam para a cena a experiência dentro das escolas ocupadas, criando uma narrativa coletiva e comum a partir da perspectiva de quem viveu intensamente o cotidiano dentro do movimento. Ocupando o tempo presente, a ColetivA provoca de maneira pulsante o universo que compõe esse movimento que transformou o corpo e vida de todos que participaram.

13.05.2018 | por Jean Tible

Também foi assim que as coisas se passaram

Também foi assim que as coisas se passaram A geração dos “filhos de abril” está em condição privilegiada para pensar as memórias indiretas, ou partilhar as percepções destas memórias que, a par das estruturas sociais e culturais, nos definem como geração. Este “outro olhar” não tem a visão turvada pela autoridade do “eu estive lá e sei”, ainda que o grau de afetividade seja proporcional ao tipo de narrativa ideologizante que lhe foi transmitida. Sobre "um museu vivo de memórias pequenas e esquecidas" de Joana Craveiro.

02.12.2017 | por Marta Lança

A propósito do espectáculo "O Olhar de Milhões" de Raquel Castro

A propósito do espectáculo "O Olhar de Milhões" de Raquel Castro Ora se o consumo é ele próprio um trabalho que é ele próprio uma guerra, não é de admirar que a situação adquira permanentemente tons de excepcionalidade e proliferem fronteiras entre os sujeitos, os territórios, as classes. “Viver ao máximo”, “atrever-se ao impossível”, “arriscar”, “ser único”, “pensar fora da caixa”, “destacar-se dos demais”... compõem um conjunto de situações para as quais não pode nem deve haver paralelo, sendo impossíveis de partilhar, porque absolutamente únicas uma vez que desenhadas on demand para o utilizador individualizado – i.e. para o consumidor que é pensado nos seus desdobramentos ad infinitum.

18.11.2017 | por Ana Bigotte Vieira

Libertação

Libertação Este trabalho contribui para uma re-escrita da nossa história colonial e ajudar à discussão de problemas actuais que advêm de questões coloniais não debatidas. Faz parte de um movimento atravessa a sociedade portuguesa pelas universidades, as artes, os jornais, associações e que olha para o passado porque quer alterar o presente e a forma como se conta esse passado.

26.10.2017 | por André Amálio

O olhar de milhões

O olhar de milhões Fomos crescendo cada vez com mais dilemas, com a falsa ideia de que podemos escolher e ser livres, mas estamos presos ao dinheiro, à precariedade, a uma sociedade que nos molda para sermos os melhores em tudo o que fazemos. Será que somos mais felizes do que os que vieram antes de nós? E os que vierem a seguir? Serão eles mais felizes do que nós fomos? Poderemos pelo menos dizer que fomos felizes a tentar?

22.10.2017 | por vários

Eles não usam Tênis Naiqui

Eles não usam Tênis Naiqui Ambientado numa favela do Rio de Janeiro, ELES NÃO USAM TÊNIS NAIQUE é o trabalho mais recente da CIA MARGINAL, grupo de teatro atuante na cidade do Rio de Janeiro (Brasil) há 12 anos. O espetáculo narra o reencontro de um pai e uma filha que não se viam há muitos anos. Ele foi traficante nos anos 80, quando o comércio ilegal de drogas ainda mantinha um vínculo moral com a comunidade, ela é uma jovem traficante nos dias atuais. O espetáculo gira em torno de um embate ideológico entre os dois personagens, representados em cena por quatro atores que se alternam sucessivamente nos dois papeis, num jogo cênico em que nenhuma posição é fixa e onde a ficção está sempre sob o risco da realidade.

27.09.2017 | por CIA MARGINAL

Antropocenas

Antropocenas Sabemos que ecocídio=genocídio e que não vamos mudar o mundo porque este já acabou. O meio ambiente é um ambiente partido ao meio. O capitalismo é um eterno garimpo do ou(t)ro. Ecoologia não desce a temperatura. Partimos de um exercício de inverter ou suspender alguns lugares comuns: e se em vez de pensarmos a natureza como mãe, pensássemos a natureza como amante ou paciente em estado terminal?

08.09.2017 | por Ritó aka Rita Natálio