“Nunca se perguntou às mulheres como se sentem em relação ao sexo”. Na frase de abertura, um programa revolucionário. E a sua autora, falecida em Londres no passado dia 9 de Setembro, bem merece ficar para a posteridade como “a grande perguntadora”, já que o que de mais bombástico existiu no Relatório Hite não foram as conclusões alcançadas – para muitos, pouco científicas e bastante questionáveis –, mas o facto de, pela primeira vez, alguém ter resolvido interrogar as mulheres sobre o modo como viviam a sua sexualidade, coisa que, pelos vistos, nunca merecera a atenção dos homens, na academia, na política, nem mesmo na cama.
Corpo
31.10.2020 | por António Araújo