Como se constrói um país - diálogos interdisciplinares

Nos dias 22 e 23 de maio, o Buala organiza, com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e a propósito dos 50 anos da Independência de Angola, o seminário “Como se constrói um país”. Intervenientes confirmados: Alberto Oliveira Pinto, Ana Paula Tavares, Ângela Mingas, César Chiyaya, Diana Andringa, Dina Sousa Santos, Diogo Ramada Curto, Elias Celestino, Elizabeth Vera Cruz (também na organização), Israel Campos, Jean Michele Mabeko Tali, Jonuel Gonçalves, Luzia Moniz, Maria João Teles Grilo, Sedrick de Carvalho, Sizaltina Cutaia, Suzana Sousa, Zezé Nguelleka e Falas Afrikanas.

A independência foi uma festa onde a celebração conviveu com o medo do então presente a ferro e fogo, e do futuro sempre incerto, tanto para os jovens de há 50 anos como para os de hoje. Sabendo que talvez nunca se reconstituam as peças desses tempos, revisitar o passado - dos inícios da ocupação colonial aos últimos 50 anos - é imperativo para pensar uma Angola independente e consciente do caminho percorrido entre a utopia e as vivências demasiado reais.

Olhar criticamente para a história é a melhor forma de aprendê-la e de transmiti-la. O seminário decorre a 22 e 23 de maio na Biblioteca Nacional (distribuído nas seguintes mesas - nomes provisórios: Dos primórdios ao colonialismo tardio; Luta de Libertação; Independência 1974-1992; Aprender a democracia: 1992 para a frente; Como a nossa história é contada?; Patrimónios difíceis e reparações; Angola Urgente) e conta com programação cultural, de cinema e debate, nos dias 24 e 25 de maio, na Casa do Comum do Bairro Alto.

17.02.2025 | por martalanca | buala, Como se constrói um país, independência

Matéria Incomum: conferência-performance na Culturgest a 28 de fevereiro

 

 

Com conceção e direção artística de Lucinda Correia e Marta Rema, projeto procura refletir sobre as atuais economias de mercado, as práticas de extração ambiental e as narrativas institucionalizadas

É apresentada no dia 28 de fevereiro de 2025, na Culturgest, em Lisboa, a conferência-performance Matéria Incomum. Com conceção e direção artística de Lucinda Correia e Marta Rema, este projeto tem como ponto de partida a crise socioambiental e política atual em que nos encontramos e visa refletir sobre economias de mercado, práticas de extração ambiental e narrativas institucionalizadas, procurando assim imaginar práticas responsáveis, com discursos ajustados para possibilitar a ocorrência de novos sentidos da coexistência, coabitação e convivência.

Os últimos anos mostraram-nos a que velocidade o mundo e a realidade podem mudar drasticamente. Mesmo que o meio ambiente tenha sido sempre dinâmico, que o início das alterações climáticas tenha tido origem antes da Revolução Industrial, que as doenças zoonóticas sempre tenham afetado a humanidade, ou que a pobreza urbana, os regimes totalitários e até a desinformação sejam repetições da história. O que estamos a testemunhar neste momento é a intensificação destes processos, a ponto de se terem tornado emergências interconectadas e sem precedentes. (…). O projeto Matéria Incomum quer dar um passo atrás, afirmam Lucinda Correia e Marta Rema, que assinam a conceção e direção artística do projeto.

foto de Rui Aguiarfoto de Rui Aguiar

Matéria Incomum é um projeto da efabula que conta com a direção de movimento do coreógrafo e artista conceptual brasileiro Gustavo Ciríaco e com a presença do investigador, artista e escritor grego Andreas Philippopoulos-Mihalopoulos (justiça hídrica), da professora e investigadora alemã Angelika Hinterbrandner (habitação), a arquiteta, escritora e professora iraniana Sepideh Karami (extrativismo), arquiteta e investigadora Lucinda Correia e da curadora e programadora cultural Marta Rema.


13.02.2025 | por martalanca | extrativismo, Matéria Incomum

BRINCAR em SERRALVES

BRINCAR em SERRALVES procura, a propósito da exposição Ricochetes de Francis Alÿs e em articulação com o Serviço de Artes Performativas e o Serviço Pedagógico do museu, estender a Norte um projecto de investigação artística sobre e a partir de experiências artísticas com e para a infância ocorridas nos anos que rodeiam a Revolução de Abril de 1974.   Assim, num programa de um dia, propõe por um lado, um workshop e uma performance do coreógrafo Connor Scott dedicada ao acto de SALTITAR, entendido enquanto UNIDADE MÍNIMA DO BRINCAR, e, por outro, uma mesa-redonda com as artistas e pedagogas Virgínia Fróis e Maria Gallego (Oficina da Criança) e Elvira Leite e Sofia Victorino com organização e moderação da investigadora Ana Bigotte Vieira.

16h CONVERSA

Crianças na (e da) Revolução 

com a participação de Virgínia Fróis e Maria Galego (Oficina da Criança) e Elvira Leite e Sofia Victorino, e moderação de Ana Bigotte Vieira (BRINCAR).

A propósito da exposição Ricochetes de Francis Alÿs e em coordenação com o Serviço Educativo e o Serviço de Artes Performativas do Museu de Serralves, tem lugar uma mesa-redonda em que se abordam uma série de experiências artísticas com e para a infância ocorridas nos anos que rodeiam a Revolução de Abril de 1974. Em conversa com protagonistas como as artistas e pedagogas Virgínia Fróis, fundadora da Oficina da Criança de Montemor-o-Novo, ou Elvira Leite, referência na pedagogia artística e nos Serviços Educativos de museus um pouco por todo o país, visitam-se algumas práticas deste tempo, colocando-as em relação e em diálogo com hoje. Esta ligação é intensificada tanto pelo diálogo de Sofia Victorino com Elvira Leite, com quem trabalhou, como pela partilha concreta do que é, hoje a Oficina da Criança de Montemor (uma das únicas que permanece), por Maria Galego, sua Directora.

Fotografia de Connor ScottFotografia de Connor Scott

BRINCAR (em Serralves) procura estender a Norte um projecto de investigação artística sobre e a partir de experiências artísticas com e para a infância ocorridas nos anos que rodeiam a 2Revolução de Abril de 1974 iniciado a sul, nos arquivos da Comuna - Casa da Criança (Lisboa) e da Oficina da Criança (Santarém- Montemor o Novo).  Aliando investigação de arquivo e trabalho artístico o projecto esteve em residência n’O Espaço do Tempo em Março de 2024. A sua equipa nuclear é composta por antropólogos, designers, artistas plásticos, pedagogos, historiadores e, à vez, artistas convidados a desenvolver com a equipa propostas específicas a partir daquilo a que chamam UNIDADES MÍNIMAS DO BRINCAR como o gesto, o som, a rima, o salto, a cambalhota, a linha, a letra, a palma, etc. 

Mais do que uma fusão das artes, ou de propostas de entretenimento complexas e elaboradas para um público com determinada faixa etária, procura-se aqui resgatar ideias simples de brincadeira e fugir de uma profissionalização do brincar que escusa os demais de o fazer e separa quem tem crianças de quem não tem. Tem igualmente a ver com questionar o lugar que hoje se deixa para as crianças e seus cuidadores, fechadas em escolas e dispersas por actividades especializadas por faixas etárias, experiência muito distinta do que encontramos nos arquivos de não há tanto tempo assim. E, de facto, o desaparecimento das crianças do espaço público e a diminuição da prática de brincadeira livre são muito notórios, o que faz pensar na própria forma de organização da cidade e da vida de hoje no seu conjunto.

PERFORMANCE

Saltitar, Connor Scott

Saltitar é o nome da proposta, orquestrada por Connor Scott, em que andar a saltitar (skipping) se institui activamente como forma delicada de união. A proposta assenta na simplicidade do saltitar e na sintonia rítmica dos participantes (skippers) que – 

ao transportarem o corpo, o som e a dança através dos espaços que percorrem – 

contagiam os espectadores, capturando a sua atenção pelo ritmo. Pensando em formas alternativas de nos transportarmos, Saltitar habita galerias, ruas e espaços públicos para gentilmente nos conduzir em direção à coletividade – corporizando pequenos actos transgressivos de tornar os espaços queer.

BRINCAR 

Curadoria Ana Bigotte Vieira Equipa Ana Bigotte Vieira, Isabel Lucena, Rosa Baptista, Pedro Cerejo e convidad*s Design Isabel Lucena Produção Maria Folque Guimarães Parceria  Oficinas do Convento, BUALA, Tigre de Papel, O Espaço do Tempo

13.02.2025 | por martalanca | brincar, crianças, Serralves

Ativismo Climático

Conferência-performance integrada no ciclo Notas para imaginar estranhos mundos. Atividades em torno de saberes ecológicos / Maria Gil e Bruno Alexandre & Guest: Pedro Rodrigues | Teatro do Silêncio / CCB . 15 e 16 fevereiro . sábado e domingo . 16h00 . Espaço Fábrica das Artes.

Direção artística Maria Gil e Bruno Alexandre

Direção do coro/Guest Pedro Rodrigues

Intérpretes Diana Dionísio, Francisco d’Oliveira Raposo, José Smith Vargas, Teresa Caldas, Susana Baeta

Desenho de luz Alexandre Jerónimo

Assistência de encenação Matilde Pereira – estágio ESAD.CR

Assistência de produção executiva Cristiano Sousa – estágio ESAD.CR

Produção Teatro do Silêncio | 20 anos

Apoio Junta de Freguesia de Carnide e Câmara Municipal de Lisboa Coprodução Centro Cultural de Belém/Fábrica das Artes


Todo o ativismo é um convite à ação, mas para esta conferência-performance pensamos o ativismo como um gesto comunitário, um movimento em direção aos outros. Entre manifesto e manifestação de um desejo de mudança, pensámos num coro que deambula, como uma presença que nos inquieta. Entre canções e gestos, sussurramos línguas em vias de extinção, relembrando a certeza de sermos feitos das matérias que vemos, mas principalmente das que deixámos de querer ver.

A proposta era criar um pequeno coro de vozes. Talvez porque cantar em conjunto seja, em si mesmo, uma forma de responder ao isolamento num mundo escaqueirado. Ou talvez porque as batalhas contra a destruição programada do planeta exigem imaginação coletiva.

As nossas «notas» começaram por ser musicais. Fomos buscar canções ao Coro da Achada de que todos fazemos ou fizemos parte. Com a Maria, o Bruno e o João debatemos ideias, encontrámos cumplicidades, descobrimos que canções podiam ser. Foi necessário torná-las outras, «estranhas», para um pequeno coro. Mas para pôr as canções a confrontar-se com outras ideias, a abrirem-se a outros gestos, sentimos a necessidade de descobrir formas simples de criar sonoridades, espaços livres em que pudesse ressoar a imaginação e o corpo e a voz em ação.

Claro que não basta imaginar — foi preciso fazer, descobrir os tempos, urgentemente criar, tomar posição, agir. Contra um mundo da extorsão, desperdício e apropriação abusiva, imaginar outro que não fica em Marte. Fica exatamente aqui.

10.02.2025 | por martalanca | ativismo, Bruno Alexandre, Climático, Maria Gil

Fogo Amigo, da Patrícia Azevedo da Silva

O artigo pode ser lido no BUALA aqui, aqui e aqui. 

07.02.2025 | por martalanca | Patrícia Azevedo da Silva

La Ciencia de las Mujeres de África

No âmbito da celebração do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, a Embaixada de Espanha em Angola, em parceria com a Fundação Mulheres por África e o Centro de Ciência de Luanda, com a colaboração do Projecto Cinéfilos & Literatus e o apoio do Ondjango Feminista e da Liderança Feminina em Angola, promove no dia 11 de fevereiro (terça-feira), às 17h30, no Auditório do Centro de Ciência de Luanda, um Cinefórum que culminará com a projeção do documentário “A Ciência das Mulheres de África” (“La Ciencia de las Mujeres de África”, em espanhol). Celebrado no dia 11 de fevereiro, a data visa destacar e promover o papel das mulheres e meninas de todo o mundo na ciência. 
Com a moderação de Elena Trigo (médica investigadora e representante da Associação de Cientistas Espanhóis no Sul de África) e de André Gomes (curador de cinema e coordenador do Projecto Cinéfilos & Literatus), a mesa redonda, que discutirá esses papéis, contará com a presença de mulheres atuantes no campo da investigação científica e de organizações feministas em Angola e no mundo. A entrada é gratuita. A inscrição deve ser feita pelo e-mail: emb.luanda@maec.es

04.02.2025 | por martalanca | Africa, ciência

Gineceu&Estigma

A publicação Gineceu&Estigma resulta do programa homónimo, eixo de conhecimento e mediação a partir da Botânica dos Jardins do Palácio de Cristal, no âmbito do ping! – Programa de Incursão à Galeria, projeto educativo da Galeria Municipal do Porto.Os contributos aqui reunidos, assim como as atividades que foram apresentadas ao longo do tempo, indicam diferentes possibilidades para se estabelecerem relações e reaproximações mais justas ao mundo natural. Este livro não é apenas uma memória, mas a extensão de um projeto que se expande e desenvolve continuamente.Divide-se em quatro capítulos – Especulações Botânicas, Micorrizas, Hackers&PANCs e Terrários – mostrando um ecopensamento que atravessa tanto a reflexão teórica como as ações educativas práticas, através de workshops, ensaios, conversas e percursos interpretativos.
Para festejar quatro anos de Gineceu&Estigma, a publicação terá o seu lançamento no dia 7 de fevereiro e conta com a presença de Ellen Pirá Wassu, escritora e ativista indígena, de Paulo Pires do Vale, filósofo e comissário do Plano Nacional das Artes, e de Matilde Seabra, coordenadora do ping!, para uma conversa em torno das relações entre diferentes formas de Vida e a Natureza.
Esta sessão de lançamento terá lugar no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no dia 7 de fevereiro, às 18h00.


02.02.2025 | por martalanca | Galeria Municipal do Porto, ping!

BANZO, de Margarida Cardoso, em exibição nos cinemas

1907. Afonso recomeça a vida numa ilha tropical africana como médico de uma plantação, onde terá de curar um grupo de serviçais “infectados” pelo Banzo, a nostalgia dos escravizados. Morrem às dezenas, de inanição ou suicidando-se. Por receio de contágio, o grupo é enviado para um morro chuvoso, cercado por floresta. Ali, Afonso tenta curar os

serviçais, mas a incapacidade de entender o que lhes vai na alma revela-se mais forte que todas soluções.

31.01.2025 | por martalanca | BANZO

Nome, de Sana Na N’hada

Estreia: 06.02.2025 Catálogo RISI

Portugal, França, Guiné-Bissau, Angola, 2023, 117’, Classificação M/12, drama

com Binete Undonque, Marcelino Antonio Ingira, Marta Dabo e Abubacar Banora

Sana Na N’Hada, o veterano realizador guineense, revisita a memória da Guerra Colonial e da sua juventude na luta contra o exército português.

Nome, com estreia mundial no L’Acid em Cannes, é uma abordagem poética e ficcional acompanhada por imagens de arquivo da época, originalmente documentadas por Na N’Hada e os seus camaradas. Um filme para compreender a história do país, que evoca uma reflexão sobre o passado e o presente: “Será que é esta a Guiné-Bissau pela qual lutámos?”

Estamos em 1969 e em plena Guerra Colonial Portuguesa na Guiné-Bissau. Antes de mergulharmos no conflito, vemos o dia-a-dia do protagonista, Nome, e as suas relações com a mãe e a Nambu, por quem está apaixonado.

Mas Nome não ficará na aldeia por muito mais tempo e entregará o seu corpo e alma à luta armada junto das guerrilhas do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) para combater o exército português.

Torna-se um herói atormentado por tudo o que aconteceu.

Festivais e Prémios:

- Indie Lisboa 2024 | secção Rizoma

- ACID - Association du cinema independente pour la Difusion - Cannes, 2023 

- Festival International du Film Independant de Bordeaux 2023 | Grande Prémio da Competição Internacional e menção especial para a actriz Binete Undonque

- IFFR - International Film Festival Rotterdam 2024 | secção Harbour

- Du Grain à Démoudre 2023 | Prémio de Melhor Longa-metragem

- Luanda PAFF - Festival Internacional de Cinema Panafricano de Luanda 2023 | Prémio de Melhor Film, Prémio de Melhor Realização e Prémio de Melhor Actriz para Binete Undonque

Ver nas salas de cinema

Lisboa - Cinema Fernando Lopes (Universidade Lusófona)

Antestreia

4 Fevereiro, 21h

Com a presença de Sana Na N’Hada e Binete Undonque

Bilhetes à venda

Estreia 6 a 12 de Fevereiro - Horários em breve

*8 Fevereiro, 19h: Sessão Especial com a presença de Luís Correia, Produtor e Virgílio Almeida, Argumentista

Lisboa - Cinema City Alvalade

Estreia 6 a 12 de Fevereiro - Horários em breve

6 Fevereiro, 19h: Sessão Especial em colaboração com a Casa da Cultura da Guiné Bissau

Lisboa - Cinema NOS Alvaláxia

Estreia 6 a 12 de Fevereiro - Horários em breve

    • Almada - Cinema NOS Almada Fórum

      Estreia 6 a 12 de Fevereiro - Horários em breve

    • Vila Franca de Xira - Cineclube Vilafranquense 22 Fevereiro, 15h30

      Sessão Especial com a presença de João Ribeiro, Director de Fotografia

      Auditório da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira

    • Almada - Fórum Romeu Correia, Auditório Fernando Lopes-Graça 26 Fevereiro, 21h

      Bilhetes à venda São Brás de Alportel - Cineteatro de São Brás de Alportel

30.01.2025 | por martalanca | Guiné-Bissau, Sana Na N’hada

“Perspectivas Emergentes na Produção Cultural Afro-Descendente:Memória, Identidade e Diáspora Global”

Editoras convidadas: Sheila Khan (Universidade Lusófona/CICANT) e Sandra Sousa (University of Central Florida)

Este dossiê convida à submissão de trabalhos que explorem as dinâmicas emergentes na produção cultural afro-descendente em língua portuguesa, inglesa e francesa. Diante do cenário cultural em constante evolução, procuramos investigar as novas perspectivas, abordagens e temas que estão moldando não apenas a  literatura, mas todo o património cultural produzido por autores afro-descendentes em várias partes do mundo. Questões relacionadas à identidade, diáspora, experiências culturais, reparação histórica e justiça reparativa bem como as intersecções com género, política e sociedade são temas encorajados. Submissões interdisciplinares que abordem estudos e reflexões  afro-descendentes em diálogo com outras expressões culturais também são bem-vindas. Nesse sentido, este dossiê pretende promover uma compreensão mais profunda da construção de uma nova dimensão sociológica afro-descendente no âmbito dos seus contextos contemporâneos.

Prazo de envio de artigos: 15 de março de 2025

Please send submissions to PLCS Executive Editor Mario Pereira (mpereira6@umassd.edu).

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“Emerging Perspectives on Afro-Descendant Cultural Production: Memory, Identity and Global Diaspora”

This dossier invites the submission of works that explore emerging dynamics in Afro-descendant cultural production in Portuguese, English and French. Faced with the constantly evolving cultural landscape, we seek to investigate the new perspectives, approaches and themes that are shaping not only literature, but the entire cultural heritage produced by Afro-descendant authors in various parts of the world. Issues related to identity, diaspora, cultural experiences, historical reparation and reparative justice as well as intersections with gender, politics and society are encouraged topics. Interdisciplinary submissions that address Afro-descendant studies and reflections in dialogue with other cultural expressions are also welcome. In this sense, this dossier aims to promote a deeper understanding of the construction of a new Afro-descendant sociocultural dimension within their contemporary contexts.

Deadline for submission: March 15, 2025

Please send submissions to PLCS Executive Editor Mario Pereira (mpereira6@umassd.edu).

Portuguese Literary & Cultural Studies (PLCS) is a peer-reviewed, open-access journal published by Tagus Press in the Center for Portuguese Studies and Culture at the University of Massachusetts Dartmouth: https://ojs.lib.umassd.edu/index.php/plcs/index.

22.01.2025 | por martalanca | afro-descendentes, produção cultural

OPEN CALL PARA AUTORES, CRIADORES E ARTISTAS DE LÍNGUAS CRIOULAS

PRAZO CANDIDATURA: 29 de janeiro

Criar projetos em línguas crioulas ou híbridas e contribuir para a inovação linguística é o desafio do programa FLI – Future Language Innovation, lançado pela Escrever Escrever e apoiado pela Europa Criativa.

As candidaturas estão abertas para autores, criadores e artistas residentes em Portugal e para projetos que explorem a palavra em qualquer das suas vertentes: literária, oral, testemunho, música, spoken word ou outra.

Os selecionados irão integrar um programa de dois anos de masterclasses e workshops e trabalhar em parceria com um criador de Espanha, Holanda ou Curaçau. Cada dupla apresentará o projeto final no Wintertuin Curaçao Festival 2026, com viagem e estadia pagas. Os criadores recebem ainda uma bolsa de 500 euros.

Inspirado na palavra fli em papiamento, que significa «papagaio de papel», esta iniciaiva dá corpo à resiliência, conexão e poder transformador da linguagem. «É na língua que nos encontramos e trocamos experiências. A língua não é “uma coisa minha”, é um diálogo, uma abertura à escrita e ao idioma do outro», diz Conceição Garcia, diretora da Escrever Escrever, «A escrita, a linguagem é a nossa dimensão universal. O projeto FLI, porque atravessa fronteiras e gramáticas, mostra-nos a língua como uma ferramenta viva, de troca e encontro entre culturas e vivências diferentes.»

O FLI – Future Language Innovation tem como objetivo incentivar o intercâmbio literário, para salvaguardar, desenvolver e institucionalizar as línguas crioulas como parte vital do património imaterial da União Europeia. É organizado pela Escrever Escrever (Portugal) em parceria com três outras instituições ligadas à escrita: Escuela de Escritores (Espanha), Wintertuin Netherlands (Holanda) e Wintertuin Curaçao (Curaçau).

Candidaturas abertas até 29 de janeiro. Consulte AQUI mais pormenores sobre o FLI.

página FLI no site:  https://escreverescrever.com/novidades/open-call-para-criadores-literarios/

formulário de candidatura:  https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf0JykMd3YJX-t12pSkdVEzNEaJ-B-KiTxd_oBx-cURcjnIKg/viewform

 

21.01.2025 | por martalanca | crioulo

Conversas sem Margens, em Palmela

Apresentação do livros, Angola, Degredo, Salvação de Nuno Milagre e Tribuna Negra de Cristina Roldão, José Augusto Pereira e Pedro Varela. Com a presença dos autores, o debate será moderado por Ana Alcântara.

 

20.01.2025 | por martalanca | angola, Angola Degredo Salvação, palmela, Tribuna Negra

“P.A.R. Práticas Artísticas Relacionais em torno do Algodão - Portugal, Brasil e Cabo Verde” - Mindelo

Mindelo o Seminário “P.A.R. Práticas Artísticas Relacionais em torno do Algodão - Portugal, Brasil e Cabo Verde”, integrando diversas atividades, locais e públicos. Convidamos para o Programa Público no dia 9 de janeiro:
[09h30 - 12h00]
local. Auditório da Uni-CVAção dirigida ao Público Geral
Seminário com comunicações por investigadoras Brasil, Cabo Verde e Portugal [Beatriz Sousa, Vanessa Monteiro e Rita Rainho]
[18h00 às 20h00]local. Galeria Alternativa
Conversa Fiada - oficina de fiação* com o grupo Mulheres do Vale + degustação
[20h00 - 21h00]

Exibição de vídeos ligados ao cultivo de algodão 
P.A.R. é promovida pelo coletivo Neve Insular em parceria com Universidade do Porto (Portugal) e Universidade de Goiás (Brasil), acolhida pela Universidade de Cabo Verde, Associação Agropecuária do Calhau e Madeiral e ainda a Galeria Alternativa. P.A.R é financiada pelo Protocolo de Cooperação U.Porto — CGD (Portugal) e pela CNPq/Brasil.

09.01.2025 | por martalanca | algodão, Brasil e Cabo Verde, neve insular, Portugal

Adela Cortina fala sobre Democracia Radical na Culturgest

A filósofa espanhola Adela Cortina vem a Portugal falar sobre Democracia Radical, no dia 16 de janeiro, às 19:00, na Culturgest, em Lisboa. 
Um debate sobre a importância de escutar vozes que reconhecem a pluralidade do mundo e considerem esta diversidade como uma riqueza criadora e não como uma fonte de conflito permanente. 
Os eventos são de entrada gratuita (mediante levantamento de bilhete meia hora antes) e a Pré-inscrição está disponível aqui.

Adela CortinaAdela Cortina

 
 
 

16 JAN 2025 QUI 19:00

O estrangeiro não é rejeitado, mas o pobre é. -  Adela Cortina, filósofa
A filósofa especialista em ética e autora das obras sobre filosofia política e ética aplicada, como Ética Mínima e As raízes éticas da democraciaestará na Culturgest para uma conferência sobre Democracia Radical. 
Adela Cortina, Catedrática de Ética e Filosofia Política na Universidade de Valência e uma das mais reconhecidas pensadoras contemporâneas sobre os desafios da democracia e dos direitos humanos, apresentará sua visão sobre como a democracia pode ser vivida de maneira mais inclusiva e profunda, destacando a importância de uma sociedade ativa e envolvida. 
Num dos seus recentes livros cunhou o conceito de aporofobia (aversão ao pobre pelo fato de ser pobre), dissertando sobre o modo como a pobreza é encarada na sociedade atual e como tal situação é incompatível com a democracia, pois esta implica e exige o direito à inclusão. Cortina defende a construção de uma democracia mais radical, não apenas no sentido de suas instituições, mas na maneira como entendemos a convivência humana em sociedades pluralistas.
Os últimos tempos trouxeram-nos uma crise aberta na democracia. Com políticas extremistas a ganharem terreno institucional e perante notícias de violências várias que provém da suposta dificuldade da convivência de pessoas com diferentes perspetivas e múltiplas proveniências, importa escutar vozes que reconhecem a pluralidade do mundo e considerem esta diversidade como uma riqueza criadora e não como uma fonte de conflito permanente.
A proposta de uma ética para um mundo pluralista da filósofa espanhola Adela Cortina é, neste contexto, um contributo importante para abrir espaços de convivência mais saudável e respeitosa, que permitam uma vida ética social e para as gerações futuras.
O conceito de Democracia Radical que Cortina propõe vai para além das formas tradicionais de participação política, explorando novas formas de ação coletiva que desafiem as desigualdades e promovam um espaço comum de direitos e responsabilidades. A filósofa também irá abordar a relação entre democracia, ética e os desafios atuais, como o populismo, a globalização e as crises ambientais.

A conversa será moderada por Fernanda Henriques, filósofa e professora emérita da Universidade de Évora e coordenadora do Centro de Filosofia e Género da Sociedade Portuguesa de Filosofia.

Sobre Adela Cortina
Adela Cortina é membro da Real Academia Espanhola de Ciências Morais e Políticas e Catedrática Emérita de Ética e Filosofia Política da Universidade de Valência. Cortina dedicou sua carreira académica ao pensamento em torno de temas como ética do discurso, ética da razão comunicativa e ética da cidadania. A sua obra abrange um compromisso com a promoção do diálogo intercultural e a aplicação da ética em diversas áreas, incluindo bioética, meio ambiente e educação.

07.01.2025 | por martalanca | Democracia Radical

Um outro jornalismo é possível, lançamento

Este é um livro sobre resistentes e desalinhados, que praticam um jornalismo insubmisso face à lógica do mercado, ao controlo dos grandes grupos económicos, à velocidade, às notícias curtas e ao entretenimento.
Chamam-se alternativos por serem contra-hegemónicos, mas também podiam chamar-se independentes, ativistas, participativos e comunitários. Promovem a mudança social por meio de abordagens politizadas e aprofundadas, seja de cariz sindical, partidário, feminista, estudantil ou anticolonial.
Os leitores encontram neste livro órgãos de imprensa operária, religiosa, boletins e fanzines, revistas culturais, filmes, rádios, jornais digitais e projetos multimédia que desafiam as narrativas dominantes, se organizam de forma horizontal, não buscam o lucro e trabalham para nichos cúmplices, próximos e afetuosos. Apesar do ambiente digital favorecer a multiplicação dos meios alternativos, sempre existiram nas aspirações coletivas.
Este livro fala de possibilidades novas de existência, mas não esquece as dificuldades partilhadas e que são a fragilidade e a precariedade. O contributo dos meios alternativos para a diversidade do jornalismo é a razão pela qual é urgente garantir a sua sustentabilidade e prevalência. Há sempre alternativas na história.

Índice de Artigos
07 Introdução - Filipa Subtil, José Nuno Matos e Carla Baptista

15 O Avante! de 1919: o jornalismo da imprensa radical - José Nuno Matos

29 “O coronel já telefonou?”. Resistência nas redações dos jornais (1926-1974 - )Júlia Leitão de Barros

53 Avante! , o alternativo clandestino - Ana Paula Correia

65 Combatendo o fascismo e a opressão feminina: Maria Lamas e a fotorreportagem As mulheres do meu país - Filipa Subtil

87 A luta de libertação, o cinema de propaganda e o que os filmes deixaram por contar… - Catarina Laranjeiro

97 Publicar é lutar: a imprensa estudantil, pedra angular do movimento associativo na universidade portuguesa (1956-1969) - Helena Cabeleira

129 A renovação da Seara Nova e a resistência cultural ao Estado Novo (1958-1961) - Pedro Marques Gomes

141 “Vencer a indiferença política dos trabalhadores” – A imprensa interna nos estaleiros navais da Lisnave e da Setenave (1974-1975) - João Pedro Santos

157 Revista Mulheres (1978-1989): entre o feminismo e o comunismo - .Joana Unes Camurça

173 As rádios piratas no Portugal democrático - Ana Isabel Reis

185 Fotocópias rebeldes: 50 + 1 anos de fanzines em Portugal - Afonso Cortez Pinto

199 O potencial desaproveitado das rádios comunitárias portuguesas: para uma comunicação alternativa mais inclusiva e de proximidade - Miguel Midões

211 Os meios falam por si próprios
213 Setenta e Quatro : Embater em muros, inverter o rumo e tentar acertar no caminho - Ricardo Cabral Fernandes

223 O modelo do Fumaça : uma proposta de gestão do jornalismo como bem público - Nuno Viegas

237 A formiga Divergente no carreiro: trepar tábuas, flutuar nas águas, mudar de rumo - Sofia da Palma Rodrigues

249 Mapa : um jornal para levar a crise aos gabinetes - Coletivo do jornal Mapa

257 Comunidade Buala - Marta Lança

275 SinalAberto : uma fresta contra a hegemoniapontocom - João Figueira

287 Trazer as margens para o centro – como a religião pode ser um tema que importa ao jornalismo -António Marujo

05.01.2025 | por martalanca | alternativa, jornalismo, media, plataformas

"Visões de Luanda: Pensar o Presente, Imaginar o Futuro"

O simpósio “Visões de Luanda: Pensar o Presente, Imaginar o Futuro” propõe-se a introduzir o conceito de “imaginário urbano” através da discussão de diferentes visões da cidade de Luanda, numa mesa-redonda que conta com os arquitectos Ângela Mingas, Belarmino dos Santos, e Pedro Mvemba Cidade, e com os investigadores Simone Tulumello, Andrea Pavoni, Lavínia Pereira, e Chloé Buire. À mesa-redonda, segue-se a exibição do filme “Ar Condicionado” (Fradique/Geração 80, 2020), e uma conversa com Ery Claver (cineasta, membro da Geração 80, e director de fotografia do filme) e membros da equipa do projeto UrbanoScenes.

O evento é aberto ao público e de entrada gratuita, sujeita à lotação da sala.Uma iniciativa do projecto “UrbanoScenes: Imaginários pós-coloniais de urbanização em investigação prospetiva. Portugal e Angola”, sediado no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e financiado pela FCT - Fundação Para a Ciência e Tecnologia, em colaboração com o Centro Cultural Português em Luanda e com a Associação Musseke Smart. Organização: Pedro Neto, Lavínia Pereira, Salomé Honório.

Localização: Centro Cultural Português em Luanda, Avenida de Portugal 50, Luanda, Angola.

Data: 15 de Janeiro (entre as 14h e as 19h).

Para mais informação: urbanoscenes@gmail.comLink: https://urbantransitionshub.org/2025/01/03/simposio-visoes-de-luanda-pensar-o-presente-imaginar-o-futuro/

 

05.01.2025 | por martalanca | cidade, cinema, geração 80, Luanda

Brincar - apresentação do projecto e lançamento do super poster -Tigre de Papel

dia 17 de dezembro às 18h na Tigre de Papel

BRINCAR é um projecto de investigação histórica e artística que procura trabalhar sobre - e a partir de - experiências artísticas e sociais ocorridos com - e para - a infância nos anos que rodeiam a Revolução de Abril de 1974 e o final do séc. XX. Disto são exemplo, experiências como as de A Comuna – Centro Cultural Casa da Criança, Centro de Arte Infantil do ACARTE/FCG, Oficina da Criança de Benfica, em Lisboa, ou Oficina da Criança de Montemor-o-Novo, para referir algumas, apenas a sul.

Nesta sessão apresentaremos o projecto inaugurando um poster que de seguida ficará à venda na Tigre de Papel.

Aliando investigação de arquivo e trabalho artístico, a sua equipa nuclear é composta por artistas plásticos, historiadores, antropólogos, designers, professores, livreiros, pais, filhos, vizinhos…  convidados a desenvolver com a equipa propostas específicas a partir daquilo a que temos chamado “unidades mínimas do brincar” como o gesto, o som, a rima, o salto, a cambalhota, a linha, a letra, a palma, etc. 

Mais do que uma fusão das artes, ou de propostas de entretenimento complexas e elaboradas para um público com determinada faixa etária, procura-se aqui resgatar ideias simples de brincadeira e fugir de uma profissionalização do brincar que escusa os demais de o fazer e separa quem tem crianças de quem não tem. Tem igualmente a ver com questionar o lugar que hoje se deixa para as crianças e seus cuidadores, fechadas em escolas e dispersas por actividades especializadas por faixas etárias –experiência muito distinta da que encontramos nos arquivos, quando empreendemos pesquisa sobre o dia a dia dos artistas no pós-revolução de 1974. E, de facto, o desaparecimento das crianças do espaço público, a separação cada vez mais hiper especializada em faixas etárias e competências especializadas, e a diminuição da prática de brincadeira livre são muito notórios, o que faz pensar na própria forma de organização da cidade e da vida de hoje no seu conjunto.

desenho de Júlia Arandadesenho de Júlia Aranda 

Historial

Nos anos a seguir ao 25 de abril de 1974, foi fundada a Casa da Criança, no edifício de teatro a Comuna, em Lisboa, onde as crianças desfavorecidas dos circundantes bairros da lata passavam os seus tempos livres. Uns anos mais tarde, foi fundada em Montemor-o-Novo a Oficina da Criança, projeto que ainda hoje continua e que haveria de ser decisivo para a cultura local. Em 1984, abre portas o Centro de Arte Infantil do ACARTE na Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), também conhecido por “centrinho”, lugar que se cruzaria com todos os outros, pelos apoios e formações que prestará uma rede de lugares onde a infância é vivida como infância - sem a infantilizar - e permitindo aos adultos o acesso à brincadeira. No “centrinho” culminam décadas de experimentação pedagógica de Madalena Perdigão e da sua equipa. Desta rede farão parte uma série de grupos, escolas e oficinas, um pouco por todo o país.

Tenho-me cruzado repetidas vezes com materiais de arquivo destas experiências desde a minha tese de Doutoramento sobre o Serviço ACARTE da FCG (de que fazia parte o “centrinho”) até, recentemente, aos arquivos das companhias de Teatro Independente de 1970-19780 no âmbito do projecto FCT ARTHE/Arquivar o Teatro, de que sou Co-Investigadora Responsável. Tenho igualmente feito uma série de entrevistas de História Oral (tanto para a tese como no ARTHE) em que estas experiências me são relatadas. Este projecto, que se chama Brincar em homenagem à exposição de Salette Tavares na Galeria Quadrum em 1979, parte da pesquisa de arquivo, tanto no Teatro A Comuna/Casa da Criança e na Oficina da Criança, em Montemor-o-Novo, num primeiro momento, como dos arquivos familiares de Salette Tavares ou do Teatro O Bando, num momento posterior para, reunindo um conjunto de artistas, os reinventar com eles.

 

Curadoria Ana Bigotte Vieira

Equipa Ana Bigotte Vieira, Isabel Lucena, Rosa Baptista, Pedro Cerejo, Maria Prata e convidad*s

Design Isabel Lucena

Produção Maria Folque Guimarães

Parceria Oficinas do Convento, BUALA, Tigre de Papel, O Espaço do Tempo

16.12.2024 | por martalanca | Ana Bigotte Vieira, brincar, infância, pedagogia

'Ofertório de Pragas - Contos'' de Brassalano Graça

É com grande entusiasmo que anunciamos o lançamento do livro: ”Ofertório de Pragas - Contos” . Uma obra literária que desafia os limites da perceção e da realidade, onde o excesso, a intensidade e o inóspito se fundem em uma narrativa visceral. ‘Ofertório de Pragas - Contos”  chega às livrarias como um manifesto literário, uma obra que convoca os leitores a uma experiência sensorial profunda, transcendendo o convencional para mergulhar nas profundezas do real e do imaginário.

Neste conjunto de contos de extrema intensidade, a escrita é uma busca incessante pela essência da existência, marcada pela obsessão e pela destruição da realidade tal como a conhecemos. O autor constrói um universo de excessos e sobrecarga sensorial, inspirado no “free-jazz”, na pintura de Pollock e Bacon, e na busca pela libertação do ser através do desconstruir da realidade. Os textos são uma homenagem visceral a figuras e fenómenos reais, que não apenas decoram, mas gritam, invadem e reconfiguram a narrativa.

A fotografia, tal como a literatura, é utilizada como uma ferramenta de transcendência, um meio para congelar momentos e captar a verdadeira essência do mundo e do ser. Através da lente de uma câmara, o protagonista da obra mergulha em um transe entrópico, transformando-se e libertando-se da realidade através da captura de instantes que são ao mesmo tempo efémeros e infinitos. A câmara torna-se o veículo da sua própria combustão, a substância que alimenta e sublimiza a sua busca incessante.

Os contos presentes em  ”Ofertório de Pragas - Contos”  são marcados pela distorção e pela sombra. Cada palavra é um grito de expressão extrema, uma procura pela cura e pela libertação através da dor e da perda. Os textos transbordam de referências reais que não se limitam a ornamentar, mas a fortalecer a ficção, criando uma tensão única entre o mundo real e o imaginário.

Esta obra não é para os indiferentes. É para quem se atreve a confrontar os limites da percepção, para quem está disposto a enfrentar os abismos da memória e da existência. Como um ruído contra as convenções, ”Ofertório de Pragas - Contos”  propõe uma literatura que se desvia da normalidade, desafiando o leitor a ir além, a sentir mais e a pensar mais profundamente.

Se você está preparado para confrontar os excessos, a distorção e o caos,  ”Ofertório de Pragas - Contos”  é a obra que o desafiará a transcender os limites da literatura convencional e a explorar os territórios inóspitos do espírito humano.

Sobre o autor:
BIOGRAFIA:

Brassalano Graça é português, natural de São Tomé. Licenciado em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (com especialização em Televisão e Cinema), laborou seguidamente na Rádio Paris-Lisboa / Radio France Internationale durante oito anos, onde para além de incumbências jornalísticas várias deteve um referencial programa de jazz intitulado Até Jazz. Colaborou com reportagens para o jornal Público e com crónicas para o jornal Diário de Notícias, a título cívico. Efectuou um mestrado na FCSH e ocupou a função de Gestor de Informação do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Publicou um livro de poesia intitulado Súbito e é um entusiasta de fotografia. É autor do programa de rádio «Paixões Privadas».

 

10.12.2024 | por martalanca | Brassalano Graça

Inter-Munthu: Uma Vida em Relação - José Castiano

Na nossa história, há palavras que não foram escutadas. É o caso da palavra Munthu, oriunda das línguas africanas bantu. Significa pessoa, ou melhor, sujeito da história e do conhecimento. Nesta conferência, entramos na filosofia por uma palavra irmã: Inter-munthu, forjada pelo filósofo moçambicano José Castiano. Inter-munthu é uma categoria filosófica que expressa o rico tecido múltiplo e intercruzado de instituições, línguas e imaginários que cria a densidade da experiência e do mundo cultural, técnico, social e ecológico da experiência africana. Com Inter-Munthu, Castiano refere-se a “uma vida em relação“. É considerando esta vida em relação que iremos olhar para as implicações éticas, filosóficas que a perspectiva Inter-munthu nos pode trazer.

Conferência de José Castiano, a 23 ABR 2025 QUA 19:00 na Culturgest, moderação de Marta Lança.

José Castiano é filósofo e professor titular da Cátedra de Filosofia Africana, na Universidade Pedagógica de Maputo, e possui várias obras publicadas ligadas a área da Filosofia e da Educação, entre elas, O Inter-munthu: Em Busca do Sujeito da Reconciliação (Ed. Fundza, Maputo, 2023).

+ info 

10.12.2024 | por martalanca | José Castiano, Moçambique, Munthu

Ayiti, a Montanha que Assombrou o Mundo

Ayiti, a Montanha que Assombrou o Mundo celebra os 220 anos da Revolução Haitiana, um dos eventos mais marcantes na história da humanidade. Resultado do laboratório dramatúrgico do Programa InResidence da Companhia Teatral Central Elétrica, o espetáculo é um diálogo imersivo sobre a Revolução Haitiana, sua importância histórica e suas implicações nos dilemas contemporâneos dos povos africanos no continente e na diáspora frente à estrutura neocolonial.

Marconi Bispo comemora em 2025 seus 30 anos de atividades profissionais no teatro, tendo trabalhado com importantes companhias e diretores/as teatrais do estado de Pernambuco. São trinta e cinco produções cênicas no currículo, onde atuou como ator, cantor, dramaturgo e diretor. Estudou Canto Popular no Conservatório Pernambucano de Música (2015-2016) e em 2019 iniciou os estudos de Teclado na Escola Técnica Estadual de Criatividade Musical. Tem pesquisado Relações Raciais em Pernambuco (do século XVI aos nossos dias) e tem profundo interesse pela construção de identidades de gênero dentro das religiões de matriz africana, da qual é um Ẹ̀gbọ́n (um irmão mais velho). Marconi possui graduação pela Universidade Federal de Pernambuco no Curso de Licenciatura em Educação Artística/habilitação em Artes Cênicas (1999). Nesta mesma instituição, no biênio 2000-2001, atuou como professor da área de Extensão ministrando curso de Interpretação para o Teatro.
Kamai Freire é músico e musicólogo focado na cultura africana do continente da Diáspora. Seu principal interesse é aprofundar e disseminar a compreensão do poder espiritual-político das culturas musicais africanas, especialmente em suas implicações para a inacabada Revolução Africana. Nascido e criado em Brasília, vive na Alemanha desde 2018 onde completou seu mestrado em musicologia e realiza atualmente seu doutorado sobre a Música na Revolução Haitiana. Kamai é Omo Orisa, Alagbe Obaluaiye do Candomblé Ketu e capoeirista angoleiro, discípulo de Contramestre Toca da linhagem de Mestre Pastinha.Entrada gratuita. 03/12/2024 às 20:00 Local: Central Elétrica (Porto, Portugal)[A mostra do programa de residência conta com o espetáculo “Blondi” de Davi Loira às 19:00 no mesmo espaço]https://www.instagram.com/p/DC2F7UysmLJ/?igsh=Z21tZGt1MDBrZnhi

29.11.2024 | por martalanca | haiti, Revolução Haitiana