MAÍRA ZENUN ALMADA, performance/lavagem

A TERRA TREMEU DENTRO DE MIM E EU FIQUEI SEM CASA
15 dez | 19hLavadouro Público de Carnide | LisboaEntrada Livre


Apresentação final do trabalho realizado pela artista Maíra Zenun Almada, durante a residência artística no Lavadouro Público de Carnide seguida de conversa sobre como as marcas de uma cidade afectam e reflectem os corpos que nela habitam. A acção performática foi desenvolvida a partir de pesquisas e registos de grafites/pixações inscritas na área da Grande Lisboa, pela população negra portuguesa e afrodescendente; e de reflexões da própria artista sobre o que significa ocupar um corpo-território negro feminino, imigrante, desterrado, de descendências partidas e no fluxo de tantas fronteiras inventadas.

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As residências inserem-se em A SUL – Plataforma de criação para artistas que habitam ou cruzam o espaço Ibero-americano, direccionada para a pesquisa, a investigação e a experimentação artísticas. A Sul pretende ser ainda um lugar de encontro e de reflexão entre artistas, e entre artistas e a cidade de Lisboa.

Coordenação: Maria Gil | Acompanhamento: Maria Gil, Marta Lança e Sara Anjo | Produção: Teatro do Silêncio 2017 | Parceria: Projecto Pulsar da Junta de Freguesia de Carnide | Projecto apoiado no âmbito do RAAML – Regulamento de Atribuição de Apoios no Município de Lisboa pela Câmara Municipal de Lisboa e inserida na Passado e Presente - Lisboa Capital Ibero-americana de Cultura 2017.

+INFO: teatrodosilencio@gmail.com | + 351 91 463 26 75 – Teatro do Silêncio (Maria Gil)

12.12.2017 | por martalanca | Carnide, Maíra Zenum, performance, residências, Teatro do silencio

Blackyva

Atriz. Cantora. Compositora. Performer. Foi criada na favela da Rocinha.  Aos 19 anos abandonou o emprego de atendente em uma copiadora e foi estudar teatro na Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna, no Rio de Janeiro. Seu nome artístico é derivado da junção das palavras black e diva. Com visual andrógeno, a transsexual trouxe temas como violência doméstica, homofobia, sexismo, desigualdades sociais, entre outros.

Will Lopes: Ator - Performer
Em 2012, ingressou no curso livre de Produção Cultural pelo Observatório de Favelas na Rocinha. No mesmo ano, entrou para o coral do Instituto Reinaldo Delamare. Em 2013, ingressou na Oficina Livre, orientada por Anselmo Vasconcellos e, no mesmo ano, ingressou na Escola de Teatro Martins Penna. Em 2015, criou a performance Funk-Teatral “Blackyva”, tendo a oportunidade de se apresentar diversas vezes, além de conquistar uma viagem a Brasília para se apresentar na Conferência Nacional da Juventude ao lado de Karol Conka e Emicida. Em 2016 ingressou na Oficina ”Gênero, Teatro, e Performatividade - movimentos para corpos desviantes” ministrada por Silvero Pereira e Jezebel de Carli. 2017 integrou o elenco do espetáculo ”Balé Ralé” com contos de Marcelino Freire e direção de Fabiano Freitas (Teatro de Extremos). Integrou a mesa de debates da GLOBO na FLIP 2017. Foi convidado para fazer participar da co-criação do programa “Lazinho Com Você” no Globo LAB 2017. E ainda em 2017 integrou o elenco do espetáculo A Comédia e a Tragédia da América Latina (Teatro Municipal RJ) e SELVAGERIA do diretor Felipe Hirsch (Ultraliricos).

Música tocando na Rádio alemã EINS

Matéria O Globo

Matéria no Site A Coisa Toda (SP)

Matéria no Teatro Em Cena

Dicionário da MPB

Mídias socias: Facebook /  Instagram

06.12.2017 | por martalanca | Blackyva, funk, movimento negro, queer, teatro

Viejo, solo y puto, do argentino Sergio Boris I LISBOA

Teatro Maria Matos, 28 A 30 NOVEMBRO - 21h30
Sergio Boris, figura incontornável do teatro argentino, estreia-se em Portugal (28 a 30 novembro no Teatro Maria Matos e 2 dezembro no Teatro Municipal do Porto) com Viejo, Solo y Puto, uma viagem aos confins da noite de Buenos Aires e à sua exuberante, mas duríssima, cena trans, reitera a atenção de Boris à vida nas margens da pobreza, da exclusão, da doença e da exploração. Na Argentina, manteve-se em cena por mais de seis temporadas consecutivas.

 

27.11.2017 | por martalanca | Sergio Boris, teatri argentino

Projeto Memoirs no Porto/Post/Doc 2017

29 Nov-3 Dez 2017 | Teatro Rivoli/FBAUP (Porto)

O Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, através do projeto de investigação Memoirs: Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias (patrocinado pelo Concelho Europeu de Investigação), irá estar presente, pela segunda vez, no Festival Porto/Post/Doc. Na continuidade da parceria criada em 2016 a proposta de 2017 integrará uma programação com seis filmes e um fórum de debate dedicados aos temas memória e pós-memória, representações artísticas e arquivos.
Memoirs é um projeto europeu coordenado por Margarida Calafate Ribeiro, financiado pelo Conselho Europeu de Investigação, sediado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e conta com uma equipa interdisciplinar e internacional. O projeto estuda o impacto nas gerações seguintes das heranças do império e, em particular, dos momentos da fratura que, nos casos em estudo – Portugal, França e Bélgica – se caraterizam por insurreições, guerras, descolonizações, com grandes deslocações populacionais entre os territórios e grandes mudanças nos países.

Avó (Muidumbe), Raquel Shefer 2009Avó (Muidumbe), Raquel Shefer 2009Qual o impacto, na Europa atual, da transferência de memórias do fim do colonialismo para as gerações seguintes? Em que medida é que os artistas contemporâneos revisitam o passado colonial, os regimes totalitários e as suas heranças? O que é que os motiva a evocar acontecimentos que ocorreram na sua infância ou precederam o seu nascimento? Em que medida tais abordagens influenciam a construção das democracias em que cresceram? Em parceria com o Porto/Post/Doc, o Memoirs e o seu investigador e Programador Cultural, António Pinto Ribeiro, propõem uma programação que oferece um Foco de Filmes onde serão apresentados filmes de Ramón Lluís Bande, Raquel Schefer, Filipa César, José Miguel Ribeiro, Albertina Carri e Paz Encina.

O programa oferece ainda o Fórum do Real que acontecerá no dia 30 de novembro, na Aula Magna da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e que contará com três painéis: um sobre o arquivo, outro sobre a memória ditatorial, e um terceiro sobre a memória colonial. O Fórum será orientado por dois investigadores da equipa Memoirs, Margarida Calafate Ribeiro e António Sousa Ribeiro, e por Paulo Cunha. Entre os convidados estarão: Tiago Baptista (diretor do ANIM), Vicente Sanchez Biosca (investigador espanhol), Filipa César e José Miguel Ribeiro (realizadores), Jorge La Ferla (crítico cultural), Paulo Faria e Raquel Ribeiro (escritores), entre outros.

O Porto/Post/Doc 2017 contará com mais de 70 sessões de cinema e serão apresentados cerca de 100 filmes, 5 concertos, 7 festas, 4 aulas de cinema, 15 sessões para escolas, e vários fóruns e debates que promoverão conversas entre artistas, académicos e o público em geral. O festival ocupará quatro espaços do Porto: Teatro Municipal do Porto – Rivoli, Cinema Passos Manuel, a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e o Maus Hábitos – Espaço de Intervenção Cultural.

26.11.2017 | por martalanca | Porto/Post/Doc, Projeto Memoirs

“Explosão. Romance da Etnologia” I São Paulo

O Goethe-Institut São Paulo convida para a festa de lançamento de um dos livros seminais para compreensão do trabalho do poeta e etnólogo alemão Hubert Fichte, Explosão. Romance da Etnologia ganha tradução para o português de Marcelo Backes pela Editora Hedra. O lançamento é seguido de pocket show com o compositor e instrumentista Negro Leo e apresentação da cantora Linn da Quebrada, no dia 28 de novembro, às 19h30, no Goethe-Institut São Paulo (Rua Lisboa, 974 Pinheiros), com entrada franca.

Mestiço judeu na Alemanha nazista, protestante em orfanato católico e homossexual numa sociedade machista, Hubert Fichte corporificou a inadequação de sempre estar no tempo ou no lugar errado. Por isso, durante toda sua vida, sentiu na pele a violência das ideologias. Poeta maldito e cronista do underground literário dos anos 1960, depois de se tornar famoso com seu romance “Die Palette” (1968), decidiu gastar seu dinheiro viajando pelo mundo, seguindo as rotas da diáspora africana e escrevendo seu ciclo de romances sob o título “A História da Sensibilidade”. Entre 1969 e o fim de sua vida, Fichte viaja várias vezes pelo Brasil e torna-se conhecido ao expressar o saber antropológico a partir da literatura – arte denominada, pelo próprio autor, como etnopoesia. Fichte por várias vezes visitou a capital baiana nas décadas de 1970 e 80, onde pesquisou sobretudo as tradições afrodescendentes. Descreveu os altares do candomblé em seu colorido e sua plasticidade, em seu hibridismo e seu sincretismo. Isso o estimulava muito, e ele acabou entrando em uma espécie de rivalidade com o “papa” do candomblé em Salvador, o etnólogo francês Pierre Verger, que fazia suas pesquisas por lá com interesses semelhantes aos de Fichte. Percebido em sua maior parte como escritor polêmico, Hubert Fichte herdou ao mundo literário um dos maiores compêndios de pesquisa sobre rituais das religiões Iorubá. Uma “outra” poesia, uma “outra” etnografia, uma “outra” forma de jornalismo e comentário político; e uma magnífica obra por descobrir. Hubert Fichte ganha exposições de arte e edições de sua obra em diversos países. O projeto “Hubert Fichte: Amor e Etnologia”, concebido por Anselm Franke e Diedrich Diederichsen, lançado na Alemanha pela Haus der Kulturen der Welt (HKW) em parceria com o Goethe-Institut, leva o legado de Fichte às cidades que ele visitou e sobre as quais escrevia: Lisboa, Salvador, Rio de Janeiro, Dakar, Nova Iorque, Santiago do Chile, entre outras.

Sobre o Livro
“Explosão. Romance da Etnologia” é um dos romances centrais da “História da Sensibilidade”. O livro resume as viagens e andanças de Fichte pelo Brasil – Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, Recife, Belém, Manaus –, visitando terreiros, mães de santo, celebridades da antropologia, banheiros públicos, os “cinemões” da época – lugares de encontro gay –, ladeiras estreitas e praças escuras. No Brasil, ele tem sua primeira edição pela editora Hedra, com tradução do escritor, professor, tradutor e crítico literário Marcelo Backes.

Negro Leo
Compositor e instrumentista, tem oito discos lançados. Entre 2014 e 2015, lançou “Ilhas de Calor” e “Niños Heroes”, discos que lhe renderam resenhas no The New York Times, na revista Playboy norte-americana e o levaram a palcos prestigiados no mundo, como Cafe Oto e Counterflows Festival. Atuou como compositor da trilha sonora do filme “Intuito”, de Gregorio Gananian.

Linn da Quebrada
Artista multimídia e bixa travesty, Linn encontrou na música uma poderosa arma na luta pela quebra de paradigmas sexuais, de gênero e corpo. Em 2016, a artista se jogou na música com o hit “Enviadescer” e de lá pra cá não parou mais, incluindo aí a direção do experimento audiovisual “blasFêmea”, da música “Mulher” e a realização de uma campanha de financiamento coletivo para a produção de Pajubá, seu disco de estreia, lançado em Outubro de 2017. Nos shows, Linn da Quebrada é acompanhada pela produtora musical BadSista, a cantora e persona Jup do Bairro, o percussionista Valentino Valentino e o DJ Pininga.

24.11.2017 | por martalanca | afrodescendentes, etnologia, Hubert Fichte, Negro Leo

Cem anos que abalaram o Mundo: hipóteses emancipatórias

24 e 25 de novembro de 2017, 9h Faculdade de Economia da UC

Apresentação

O centenário da Revolução Russa serve de ocasião para o CES promover uma reflexão alargada sobre os caminhos emancipatórios que atravessaram o mundo no século XX e sobre as suas heranças, legados e limites. Enquanto lugar-símbolo das esperanças e dos impasses de um novo modelo socialista, 1917 constitui uma oportunidade analítica para pensar experiências e projetos que, na sua esteira e fora dela, foram construindo trajetórias alternativas ao capitalismo, ao colonialismo e ao patriarcado. Num tempo em que as hipóteses emancipatórias parecem pulverizadas, este encontro internacional procurará refletir criticamente sobre as mudanças ocorridas ao longo do século XX e sobre o lugar e a natureza dos imaginários de transformação social e libertação nos dias de hoje. 

Mesas

É tão difícil imaginar o fim do capitalismo como imaginar que o capitalismo não tenha fim?
Esta sessão transforma em pergunta uma constatação feita por Boaventura de Sousa Santos. A experiência soviética inscreveu as alternativas sistémicas ao capitalismo no campo das possibilidades. O colapso da União Soviética pareceu validar a ideia de que o capitalismo seria afinal o último estádio da evolução histórica. Praticamente sem freios e contrapesos, o desenvolvimento do capitalismo alimentou desde aí crises sem fim. A catástrofe ambiental eminente é naturalmente uma das mais importantes, mas não é a única. Torna-se de novo urgente pensar criticamente sobre o capitalismo e sobre outros ismos, esconjurando o espectro da barbárie.

Litografia 'Beat the Whites with the red wedge!' de El Lissitzky (1920)Litografia 'Beat the Whites with the red wedge!' de El Lissitzky (1920)

Adeus Lenine?
A história dos ideais socialistas é uma história feita de vitórias e derrotas, de esperanças e tragédias, de conquistas e de bloqueios. A evocação do nome do líder soviético - e do conhecido filme de Wolfgang Becker - permite-nos aqui equacionar as heranças políticas e ideológicas que a revolução russa pode suscitar, bem como reimaginar a possibilidade das hipóteses socialistas nos tempos de hoje.

Colonialismo, não passará?
As lutas anticoloniais têm outro nome que não pode ser esquecido: as lutas de libertação nacional. Este jogo de espelhos reflete os lugares de enunciação a partir dos quais se olham e se pensam essas dinâmicas de emancipação que foram decisivas para a história do século XX e para a reimaginação do mundo no nosso século. Nessas lutas de libertação nacional e nas independências que se lhe seguiram estão inscritas muitas das energias criadas e alimentadas pelos ideais do socialismo e da revolução russa. Contudo, hoje em dia, a pergunta sobre se o ciclo colonial já passou adquire novos sentidos face aos desenlaces pós-democráticos e neoliberais que invadem e povoam os horizontes políticos de uma boa parte da humanidade.

Pode a subalterna falar?
Ainda que os ideais emancipatórios propagados pela revolução russa e pelos seus legados tivessem dado atenção à subalternidade das mulheres nas várias esferas da vida, não conseguiram tornar irreversível um imaginário feminista capaz de romper com os múltiplos sexismos que continuam a permear as sociabilidades. Partindo da assunção de que as mulheres não são uma minoria entre outras que têm sido oprimidas e discriminadas, colocar a questão no feminino, tal como é feito, obriga-nos a uma atenção epistemológica sobre todos os sistemas de opressão. Neste sentido, esta é a abordagem feminista que propomos e que, qualquer revolução, de ontem ou de hoje, deveria assumir como sua.

Comissão organizadora
João Rodrigues, Miguel Cardina, Teresa Almeida Cravo e Teresa Cunha

Comissão científica
António Sousa Ribeiro, Boaventura de Sousa Santos, Carlos Fortuna, Catarina Martins, Diana Andringa, Elísio Estanque, Isabel Caldeira, José António Bandeirinha, José Manuel Mendes, José Reis, Licínia Simão, Manuel Carvalho da Silva, Maria Paula Meneses, Nuno Teles, Pedro Hespanha, Rui Bebiano, Sara Araújo, Silvia Rodríguez Maeso e Teresa Maneca Lima

Programa

23.11.2017 | por martalanca | CES, colóquio, Revolução Russa

Augusta Conchiglia Luttes de libération en Angola et enjeux géopolitiques.

Témoignage d’une journaliste et cinéaste dans la guérilla angolaise

Augusta Conchiglia, Moxico. Angola, 1968Augusta Conchiglia, Moxico. Angola, 1968

Quand lun, 20 novembre, 2017  18:30 Jusqu’à 20:00

Fondation Calouste Gulbenkian Paris, Salle de conférences 39 Boulevard de la Tour Maubourg, Paris 

Billets Entrée libre

En 1968, deux ans après l’ouverture du Front Est par le Mouvement populaire de libération de l’Angola, Augusta Conchiglia se rend sur les zones de guérilla et coréalise un documentaire sur la guerre anticoloniale pour la télévision italienne (RAI) dont une version longue sera projetée au festival panafricain d’Alger de 1969. Elle réalisera un deuxième documentaire en 1970. Sa conférence partira de ces expériences pour penser les enjeux géopolitiques de ces luttes.

Cycle d´études interdisciplinaires sur l’Afrique Lusophone, organisé par Maria-Benedita Basto, Agnès Levécot, Olinda Kleiman, Egídia Souto e Irene dos Santos, en partenariat avec l’université Paris Sorbonne/CRIMIC – Centre de recherche sur les mondes ibériques et ibéro-américains contemporains, l’université Sorbonne Nouvelle/CREPAL – Centre de recherches sur les pays lusophones et le Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS).

20.11.2017 | por martalanca | Augusta Conchiglia, Luttes de libération, Maria-Benedita Basto

Caçando Histórias

Com nove anos de existência, o projeto itinerante Caçando Histórias promove espetáculos com atividades lúdicas e narrativas afro-brasileiras para o público infantil. A ideia vem de Kemla Baptista, pedagoga pernambucana que viveu um período no Rio de Janeiro. Kemla é uma equede, nome dado no candomblé ao posto de “zeladora dos orixás”.

As apresentações têm como objetivo difundir a cultura afro-brasileira. O trabalho permite que as crianças tenham contato com obras e contos clássicos de tradições de origem africana. A musicalidade também é desenvolvida por meio da inclusão de ritmos como o samba, o jongo e o maracatu. Após os espetáculos, acontecem atividades em grupos com base em técnicas de arte-terapia e ligadas à dança e expressão corporal.

O projeto começou entre as crianças de axé nas comunidades de terreiro no Rio de Janeiro. Hoje também ocorrem oficinas em escolas, organizações não-governamentais e espaços públicos. Kemla está agora em Pernambuco e nessa nova temporada propõe, por meio dos contos míticos, o encontro das tradições do candomblé Ketu com a tradição Nagô Egbá, tão forte no estado. O local que vai acolher a temporada é o Ilê Axé Orixalá Talabí, terreiro reconhecido como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), situado no município de Paulista, na região metropolitana de Recife.

17.11.2017 | por martalanca | Caçando Histórias, cultura afro-brasileira

Fazer pela Vida na Estação Seca

No âmbito da semana da Ciência e Tecnologia, o ICS-ULisboa promove a exibição do documentário Fazer pela Vida na Estação Seca (35’, Angola, Reino Unido, Portugal), com a presença da realizadora, Inês Ponte.

A sessão decorrerá na 3ª, 21 Novembro, pelas 18h, no Auditório Sedas Nunes (ICS-ULisboa). O filme será projectado com legendas em português.

Fazer pela Vida na Estação Seca é um documentário realizado no contexto de uma pesquisa de doutoramento em “Social Anthropology with Visual Media”, na Universidade de Manchester. Usando todas as fases de realização de um filme como método de pesquisa, o produto final retrata dois labores numa aldeia de montanha no Sul de Angola durante a estação seca: o usual fazer pela vida, e uma excepcional boneca, a pedido da realizadora.

 

 

16.11.2017 | por martalanca | angola, antropologia, Inês Ponte

“(Des)construção” de Mónica Anapaz, Companhia de Dança Contemporânea de Angola

A Companhia de Dança Contemporânea de Angola realiza este mês de Novembro uma digressão europeia, apresentando-se em Portugal e Espanha com a peça da sua última temporada, “(Des)construção” de Mónica Anapaz.

Sem recursos financeiros para honrar os convites, a direcção da CDC Angola envidou todos os esforços para compensar o trabalho investido pelos seus bailarinos e demais equipa, tendo a agradecer publicamente à TAAG Linhas Aéreas Angolanas, que assegurou as viagens para podermos deslocar-nos e ao banco BFA o apoio que permitirá o tempo de permanência desta companhia no estrangeiro.

Recordamos que esta companhia, à qual se deve a grande transformação do panorama da dança em Angola, foi fundada em 1991, é membro do Conselho Internacional da Dança da UNESCO, possui um historial de centenas de espectáculos apresentados em Angola e no exterior, com dezenas de obras originais e já actuou em diversos países em todos os continentes, sendo hoje a referência da dança cénica angolana no estrangeiro.

Cabe ainda referir que, passadas várias edições do mesmo, a CDC Angola foi contemplada este ano com o Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria Dança.

foto de Rui Tavaresfoto de Rui Tavares

Teatro Lethes | Novembro | Faro

Sexta, dia 17 - 19.00

Livro: Máscaras Cokwe: a linguagem coreográfica de Mwana Phwo e Cihongo

Sábado, dia 18 - 21h30

Domingo, dia 19 - 16h00

 

Segunda, dia 20 - 18.30H  

Bertrand Picoas Plaza | Lisboa  

Livro: Máscaras Cokwe: a linguagem coreográfica de Mwana Phwo e Cihongo

Teatro da Comuna | Novembro | Lisboa

Quinta, dia 23 - 21h30

Sexta, dia 24 - 21h30

Sábado, dia 25 - 21h30

Domingo, dia 26 - 17h00

13.11.2017 | por martalanca | Companhia de dança contemporânea de Angola

Unforgettable (you!)

Curated by Inês Valle I opening: 17.NOV | 6 pm17. I Nov. 017 - 19. Jan. 2018

This art Exhibition that focus on how tattoo art can have a impact in someone’s life. As a form of self confidence, identity, an exhibition will present multiple layers of understanding and reflecting about the subject, from modern sex slavery, tribal marks, auto confidence, tattoo&science…etc.

The famous Tattoo Artist Chaim Machlev (Israel) will present an unique video body mapping tattooed.
Joana Choumali (Ivory Coast) with the awarded photo project “Hââbré, the last generation” 
Chibuike Uzoma (Nigeria) with his series of self-portraits
Christophe Beauregard (France) showing for the 1st time in UK his series Pentimento, that was shown this year in Arles Photo Festival and will be at in Paris during Paris Photo.
Also for the 1st time, Survivor’s INK will disclose to the public their archive, that contains more than 100 photos of women that received a tattoo to cover the marks of being trafficked and Statements that reflect the impact of tattoo in their lives ,along to other documents.
Also for the 1st time inside of an Art Space the Documentary: Rebranded: how Survivors Ink is erasing the marks of the US sex trafficking industry “done by Almudena Toral, Annie Kelly and Claudine Spera for the Guardian. 
Projects that will disclose powerful and real stories of human trafficking survivors and how tattoo art can have a bigger purpose in someone’s skin. 
Also, on the 17th November: Survivor’s Ink and human trafficking survivors will be having a conversation at the gallery, disclosing what they do and how their work have been impacting peoples lives. Also the musician Scott McFarnon will perform the music “Crazy Heart” that is inspired in Jennifer’s life as a survivor of human trafficking. 
The Artists and Survivor’s INK will only be in London for 3 days, and I feel that is such an important theme, that unfortunately many people still aren’t aware, and  I would love to reach as many people as possible.

Muse, Christophe BeauregardMuse, Christophe BeauregardDarkness, Christophe BeauregardDarkness, Christophe Beauregard

13.11.2017 | por martalanca | Unforgettable (you!)

Residência ROOTS

O LAC trás de volta a Lagos ROOTS ROOTS é uma residência artística que aborda o tema da escravatura através de uma visão contemporânea, criando novas rotas e fluxos transculturais, através da reflexão da diversidade cultural dos países outrora colonizadores e colonizados e as suas influências na criação de uma miscigenação global e plural, questionando e identificando as raízes desse processo. Partindo da descoberta de um “cemitério” de antigos escravos – tratando-se na realidade de uma “lixeira” com 155 esqueletos amontoados uns sobre os outros no Vale da Gafaria – o LAC decidiu levar a cabo o projeto ROOTS, convidando artistas das artes plásticas, música, dança e performance para, em residência artística,desenvolverem um trabalho que tenha como ponto de partida a realidade esclavagista, sendo estes livres para desenvolverem o seu trabalho, individual ou coletivamente.Artistas Convidados: El Conguito (França), Kwame Sousa (S. Tomé ePríncipe), Mikko Angesleva (Finlândia), Valdemar Doria (S. Tomé ePríncipe), M-PeX (Portugal).

+ infos

09.11.2017 | por martalanca | Residência ROOTS

Fuck it’s too late, de Binelde Hyrcan

Primeira exposição individual do artista Binelde Hyrcan em Portugal. Com curadoria de Ana Cristina Cachola, a exposição fuck it’s too late reúne um conjunto alargado de trabalhos, na sua maioria inéditos e criados entre o atelier do artista em Luanda e a cidade de Lisboa.

Com instalação, pintura, fotografia, vídeo e outros “mambos”, Hyrcan traz até à Balcony toda a “sua banda” – candongueiros, jacarés e artefactos “hidráulicos”, histórias de rua e vozes dos manos e manas que com ele criam economias de afetos na Luanda contemporânea. Entre os novos trabalhos, destaca-se a frase que dá título à exposição - fuck it’s too late, escrita a néon e que Hyrcan quer manter aberta à pontuação de cada visitante.

“fuck it’s too late para que um artista angolano possa enviar uma galinha para o espaço, uma história que só faz sentido se contada por Binelde Hyrcan em discurso directo. Contudo, Fuck is too late  refere também a  ambiguidade latente da ideia de tempo e temporalidades na sua relação com a dimensão sócio-local da economia. Partindo do contexto da Luanda contemporânea, aliás, da ilha de Luanda, onde Hyrcan reside com a sua família, o artista recupera diversas camadas biográficas, configuradas em conversas, visualidade vernácula, e um comércio benigno de afetos e produtos distintos. Hyrcan, que nunca abandona o registo tragicómico, traz à discussão uma economia angolana obliterada do discurso mediático: o comércio local, os candongueiros, as relações pessoais que permeiam as trocas ou as vontades comerciais”, descreve a curadora Ana Cristina Cachola.

Binelde Hyrcan (Luanda, 1982). Vive e trabalha em Luanda. Estudou artes plásticas no Mónaco e a sua produção cruza escultura, pintura, design, vídeo-arte e performance. Os diferentes suportes são os mecanismos utilizados pelo artista para refletir paradoxos e complexidades, de costumes e atitudes político-sociais, criticando, desta forma, estruturas de poder e vaidade humana. O artista tem vindo a desenvolver projetos artísticos em várias cidades por todo o mundo. Das suas exposições individuais, destacam-se a abertura da 2ª Trienal de Luanda - Angola (2016) e No Restriction, II Columbia Gallery, Mónaco (2014). Uma seleção das suas exposições coletivas inclui: How to Live Together, Kunsthalle Vienna - Áustria (2017); Gran Turismo no Centre Pompidou - Paris, França, Capital Debt – Territory – Utopia na Nationalgalerie im Hamburger Bahnhof - Berlin, Alemanha, (2016); 56ª Edição da Bienal de Veneza, artista representante de Angola com o tema, All the World ́s Futures (2015); No Fly Zone, no Museu Berardo - Lisboa, e Transit, na Bienal de São Paulo - Brasil (2013).

A galeria Balcony inaugurou no dia 20 de setembro com a exposição New Work, que até 11 de novembro mantém patente uma seleção de trabalhos dos cinco artistas que inspiraram a criação do projeto, são eles Binelde Hyrcan, DeAlmeida ESilva, Horácio Frutuoso, Nikolai Nekh e Tiago Alexandre. A inauguração da exposição fuck it’s too late, no dia 16 de novembro, insere-se no roteiro das arte do Bairro de Alvalade, com a Galeria Vera Cortês a inaugurar no mesmo dia 2 desenhos, 2 esculturas de José Pedro Croft, a Fundação Leal Rios, a galeria Maisterravalbuena e a nova Uma Lulik, com horários alargados. 

BALCONY CONTEMPORARY ART GALLERY Rua Coronel Bento Roma 12A, Alvalade - Lisboa

17 de novembro de 2017 a 13 de Janeiro de 2018 - Inauguração: 16 de novembro, 22h

www.balcony.pt

06.11.2017 | por martalanca | angola, arte contemporânea, Binelde Hyrcan

MAPUTO FAST FORWARD (MFF) 15 de Novembro -16 de Dezembro

O Programa desta edição – que inclui uma conferência internacional, várias exposições, workshops, debates e encontros – desenrola-se sob o lema MAPUTO CIDADE CRIATIVA e pretende ser o embrião de um modelo de intervenção cultural descentralizado e em rede capaz de, não apenas estimular o desenvolvimento de parcerias e partilhas criativas, mas também de dar à cidade um protagonismo e uma visibilidade que a coloque, a prazo, no mapa do continente e do mundo, enquanto cidade criativa.

Lançado em 2016, o MFF é uma plataforma que pretende estimular a criatividade e a inovação em todas as áreas (arte, cultura, tecnologia, design, etc.), promover um diálogo transdisciplinar e incentivar o desenvolvimento de redes colaborativas entre os diversos agentes culturais e criativos (www.maputofastforward.com).

Do Programa do MFF 2017 destacamos:

CONFERÊNCIA
ESTILOS DE VIDA DIGITAL – CULTURA & TECNOLOGIA NO SÉCULO XXI

O efeito conjugado da revolução tecnológica e das “sociedades em rede” evidencia que, mais do que “conviver” com os artefactos da tecnologia a vida contemporânea se define por um “estilo de vida” que se deixou impregnar pelo espírito, pela estética e pela aceleração imposta por estas tecnologias. O objectivo desta conferência é proporcionar um espaço de reflexão sobre as relações entre cultura e tecnologia neste novo século e abrir um diálogo entre a comunidade criativa moçambicana e a comunidade criativa global na perspectiva de contribuir para o estabelecimento de redes e o desenvolvimento de projectos em comum.

Jepchumba - artista digital queniana que participa na ConferênciaJepchumba - artista digital queniana que participa na ConferênciaA conferência contará com a presença de vários participantes internacionais:   Jepchumba (Quénia) – Artista digital, curadora e fundadora do website African Digital Art; considerada pela revista “Forbes” e pelo jornal “The Guardian” como um das personalidades mais interessantes na cena cultural em África;   Ng’endo Mukii (Quénia) – Realizadora, fotógrafa e ilustradora. Vencedora de inúmeros prémios internacionais com as suas obras “Yellow Fever” e “This Migrant Business”;   Henri Vergon (África do Sul) – Curador e fundador da Galeria Afronova em Joanesburgo;   António Pinto Ribeiro (Portugal) – Curador, Programador Cultural, Docente e Investigador. Foi responsável pela programação da Culturgest (Lisboa), coordenador do Programa Futuro Próximo da Fundação Gulbenkian e curador de “Passado e Presente, Lisboa capital ibero-americana de cultura 2017”;   Luis Teixeira (Portugal) - Director do Centro de Criatividade Digital da Universidade Católica de Portugal. Coordenador Cientifico do Mestrado em Gestão de Indústrias Criativas (Escola das Artes/Un.Católica - Porto Business School);

  • Dos participantes moçambicanos destacamos:

  •   António Sopa (Historiador)

  •   João Roxo (Designer gráfico e fundador da ANIMA – Estúdio Criativo);

  •   Tiago Borges Coelho (Co-fundador da empresa tecnológica UX e representante de Moçambique na SeedStars World);

  •   Andrea Moreira (Directora do Centro de Investigação associado à Galeria 1834 fundada por Gonçalo Mabunda)

  •   Tavares Cebola (Programador Cultural, fundador da editora Rhizoma e editor do magazine musical online “Orelha Suja”).

    Esta conferência terá lugar a 16 e 17 de Novembro na Fundação Fernando Leite Couto

    EXPOSIÇÕES

    BITS OF MAPUTO/ENTRE ACÁCIAS RICARDO PINTO JORGE

    Ricardo Pinto Jorge (exposição 'Bits of Maputo')Ricardo Pinto Jorge (exposição 'Bits of Maputo')Ricardo Pinto Jorge é um artista visual e um dos talentos emergentes na cena criativa moçambicana. A sua mais recente exposição, intitulada “Heands Up”, foi apresentada, em 2016, no Centro Cultural Franco Moçambicano e posteriormente na África do Sul (Galeria Erdmann Contemporary, Cape Town).

BITS OF MAPUTO / ENTRE ACÁCIAS”, a sua nova exposição, com curadoria de João Roxo, é um projecto audiovisual composto de 20 foto-montagens,10 obras de video-arte e 10 temas músicais da autoria de Nandele Maguni e Ailton “TRKZ” Matavela.

A exposição inaugura a 15 de Novembro, às 18h, no Centro Cultural Brasil Moçambique

(DES)CONSTRUÇÕES
Maísa Chaves| Hugo Mendes |Hélio Januário Pene | Chonga | Nemésio Zuber

Maputo está a ferver de criatividade. Hoje, jovens designers, ilustradores, arquitectos, fotógrafos e criadores de áudio exploram o uso das ferramentas digitais nos seus processos criativos permitindo-lhes inovar e redefinir limites.

A rede urbana e a sua dinâmica alimentam estas novas criações. Articulados ao longo de uma série de sessões de brainstorming e trocas cognitivas intuitivas, os seus processos criativos desenvolveram um caminho metafórico traçado dentro da cidade. Estes artistas e as suas peças tornam-se interconectados permitindo-lhes traçar novas narrativas e expressar novas rotas. Tanto ocultas como reveladoras, estas expressões oscilam entre o visível e o invisível, o objectivo e o imprevisível.

Esta exposição pretende reflectir sobre diferentes aspectos de Maputo, desde influências formais a significados mais intangíveis e dar espaço a novas formas e expressões dentro do cenário artístico local, projectando-o para o futuro. Trata-se de participar na construção da história das coisas que estão por vir.

A curadoria da exposição é de Tavares Cebola, João Roxo e Geraldine Darpoux
23 de Novembro às 18h no espaço 16 Neto (Av. Agostinho Neto 16)

Imagem da exposição 'Press Play' da Taíla CarrilhoImagem da exposição 'Press Play' da Taíla Carrilho

DEBATES

INTERFERÊNCIAS
Concepção e Organização da ANIMA – ESTÚDIO CRIATIVO

A interferência incomoda, altera, perturba, destrói. Obriga a recriar. Consideradas geralmente acções intrusivas, revelam simultaneamente as excepções à regra, e representam em si uma janela para universos inesperados e resultados imprevisíveis. Vivemos em sociedades caracterizadas por padrões calcificados. Em oposição, o valor do intangível mostra-se cada vez mais relevante e neste sentido, a

criatividade dá-nos a oportunidade de questionar o assumido. Este espaço experimental de debate pretende questionar formatos convencionais e revisitar fórmulas estabelecidas, através de um diálogo dinâmico e interactivo. Propõe-se também a reconhecer o valor da intuição e a acentuar o volume, a relevância e a legitimidade da Voz, individual ou colectiva.

Artistas, Poetas, Economistas, Engenheiros ou outros Pensadores são convidados a participar neste diálogo aberto, transparente, disruptivo e absolutamente desgovernado. O conceito “Interferência” é transversal a todos estes debates. Partindo desta base vamos explorar os seguintes subtemas, todos eles inter-relacionados:

DIA 22 NOV

Replicação. Apropriação. Assimiliação.

Influências externas são por vezes encaradas como uma conotação negativa. Nos tempos que correm, consequência também da crescente mobilidade e da interação entre polos geográficos, de que forma devemos encarar a realidade da (r)evolução do conceito de identidade local?
Com Diana Manhiça, Filipe Branquinho, Felix Mula

DIA 29 NOV

Persistência da Informalidade

Os poderes instituídos tendem à criação de regras e leis que possam prever toda e qualquer situação. No entanto, estamos rodeados de evidências que comprovam uma enorme riqueza criativa na existência da informalidade. Actos e Efeitos do domínio da imprevisibilidade, do intuitivo e da necessidade. Como podemos atingir um equilíbrio entre o Formal e o Informal?

Com Mauro Pinto, Ana Lúcia Cruz, Wacy Zacarias

DIA 6 DEZ

Resistência ou Envolvência

A História conta histórias de movimentos de resistência, mas também de evolução e mudança através do envolvimento com o sistema. Que postura devemos assumir perante o descontentamento? Neste mundo feito de equilíbrios, qual a importância da irreverência e de acções disruptivas – de sabotagem – em oposição à aceitação do estado actual das coisas? A energia criativa precisa de mais revoluções ou de continuidade?

Com António Cabrita, Miguel Prista, Carlos Serra, Quito Tembe, Ruth Castel-Branco

Os debates serão seguidos por uma série de intervenções musicais de Tushimitsu, May Mbira, Rita Silva Couto e Nandele.

As sessões terão lugar na sede da ANIMA – Estúdio Criativo (Av. Tomás Nduda, 151)

WORKSHOP CROWDFUNDING DE PROJECTOS CULTURAIS

Conseguir obter financiamento de projectos culturais é vital para a boa execução dos mesmos, pois sem financiamento multiplicam-se as dificuldades na execução das actividades programadas. Existe uma diversidade de fontes de financiamento, tais como as receitas próprias, os financiamentos públicos (apoios e subvenções) ou o financiamento privado (mecenato, patrocínio, …). Dada a diminuição do financiamento público de uma forma generalizada é importante encontrar novas formas estratégicas de obter financiamento. O objetivo deste evento é promover uma nova lógica de financiamento através das multidões (crowd): o Crowdfunding. Discutir os seus usos, formas de implementação e apresentar casos de sucesso.

Coordenador: Luis Teixeira

Director do Centro de Criatividade Digital da Universidade Católica de Portugal. Coordenador Cientifico do Mestrado em Gestão de Indústrias Criativas (parceria entre a Escola das Artes e a Catolica Porto Business School).

O workshop terá lugar no dia 17 de Novembro entre as 14h30 e as 18h30 nas instalações da 16 Neto (Av. Agostinho Neto 16)

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03.11.2017 | por martalanca | MAPUTO FAST FORWARD (MFF)

Avenida da Liberdade, de Tatiana Macedo

Avenida da Liberdade é uma peça inédita que consiste numa instalação vídeo e som em quatro canais, que partem de imagens fotográficas analógicas tiradas por mim em 2004, 2005 e 2013, bem como de novas filmagens aéreas realizadas agora. As imagens de Março de 2013 (que constituem a base de dois dos vídeos expostos), foram captadas na Avenida da Liberdade durante um protesto contra as medidas de austeridade, e aqui foquei três situações específicas: um homem que filmava os manifestantes em cima de uma árvore, um grupo de pessoas à volta da estátua aos combatentes da 1ª Grande Guerra, e uma senhora que segura um cartaz onde se lê “ O Desemprego Mata-nos”. A estas três situações juntei uma fotografia de uma escultura de Rodin (intitulada “Irmão e irmã”) de cerca de 1890. O terceiro vídeo mostra uma série de naturezas mortas fotografadas em 2004 e o quarto uma filmagem aérea a partir dos telhados do Aljube.

O som é o resultado de uma colaboração com o músico Benjamim,que não só dá voz ao texto (enquanto textura sonora) como tocao piano e o sintetizador compostos para esta peça. Os textos são excertos recolhidos por mim de testemunhos escritos, como é o caso da descrição das fugas por Jaime Serra ou o de Diário Miguel Torga, nas datas de 25 de Abril de 1974 e dias posteriores.São descrições da determinação na luta pela liberdade, pela democracia e por direitos básicos no trabalho, por aqueles quepassaram não só pelo Aljube mas pelos “Aljubes” de Portugal e África, pela clandestinidade, pela prisão e pela tentativa de fuga.Decorrente do meu trabalho de pesquisa no centro de documentação deste museu, teci relações entre os textos que ia lendo ou os relatos que ia ouvindo e o meu arquivo pessoal, onde vim a descobrir imagens que faziam eco com estas vozes. Deste modo, nenhuma imagem aqui apresentada pertence a um arquivo de memória colectiva, tendo sido todas produzidas por mim, em anos diferentes.Esta relação com a contemporaneidade, ou o passado recente, é essencial uma vez que, nascida em 1981, a melhor forma de agradecer a estas pessoas que se sacrificaram para que eu hoje possa usufruir de algumas liberdades, é fazer isso mesmo – criar em liberdade. O título é irónico e embarca tudo o que hoje representa a ‘Avenida da Liberdade’, entre aspas, nas suas múltiplas contradições.

28.10.2017 | por martalanca | Avenida da Liberdade, fotografia, Tatiana Macedo

inhabitants no DocLisboa

The Violence of a Civilization Without Secrets, por Adam e Zack Khalil com Jackson Polys, uma comissão de inhabitants com o apoio de Contour8, 2017.  The Violence of a Civilization Without Secrets, por Adam e Zack Khalil com Jackson Polys, uma comissão de inhabitants com o apoio de Contour8, 2017. Quinta-Feira dia 26, pelas 18h São Jorge, sala 2. Seleção de episódios produzidos pelo Inhabitants, em diálogo com filmes por autores que metodológica ou politicamente se relacionam com o canal e com os temas abordados. Entre estes incluem-se filmes produzidos pelo canal de documentários Field of Vision, pelo centro de pesquisa londrino Forensic Architecture, do projecto The Native and The Refugee que tem filmado entre a Palestina e as reservas indígenas Norte-Americanas, ou dos realizador nativo-americanos Sky Hopinka e Adam e Zack Khalil, entre outros. Recomendadíssimo!
No seu todo, os filmes desta sessão refletem sobre a política da imagem, seja ao nível da sua distribuição online, enquanto disrupção com expectativas de representação pré-estabelecidas ou mesmo enquanto prova legal.

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26.10.2017 | por martalanca | caminhos do cinema português

IV Mostra de Cinema Olhares Sobre Angola, Hangar I LISBOA

GERAÇÃO 80GERAÇÃO 80

A Mostra de Cinema OLHARES SOBRE ANGOLA regressa nos dias 25 e 26 de Outubro de 2017 para a sua IV edição. Depois do sucesso das últimas edições, com várias sessões esgotadas, Olhares Sobre Angola volta desta vez para um dos mais interessantes espaços culturais da cidade de Lisboa, o HANGAR – Centro de Investigação Artística. Com uma programação integralmente dedicada ao trabalho da produtora angolana GERAÇÃO 80, a edição da mostra deste ano permitirá ao público português conhecer novos trabalhos e autores deste país.

No dia 25 de Outubro, às 19h, iniciamos com uma sessão especial de homenagem à produtora, intitulada “A Nossa Geração”, que é uma selecção das melhores produções várias da Geração 80: videoclipes, vídeos experimentais e até making off’s, realizadas pela produtora nos últimos anos em Angola.

Na sessão das 21h de dia 25 de Outubro, exibimos o seu trabalho mais emblemático, o documentário Independência, do realizador Fradique (Mário Bastos), de 2015. Documentário que parte de memórias da situação colonial em Angola, revelando os passos iniciais da luta de libertação percorrendo alguns dos seus principais cenários. Além de Kamy Lara, estará para conversa com o público no final da sessão o sociólogo Manuel Dias dos Santos.

26 de Outubro, às 19h, uma sessão de curtas metragens seleccionada pela equipa da GERAÇÃO 80. Desde a primeira curta multipremiada Alambamento de Mário Bastos, até a novas propostas de Ery Claver e do premiado fotógrafo Kiluanji Kia Henda.

Às 21h de 26 de Outubro, terá lugar uma sessão aberta a debate com o novo documentário de Rui Sérgio Afonso “Do Outro Lado do Mundo”. Projecto vencedor do Concurso Nacional do programa DOCTV CPLP em Angola, é um documentário que fala das relações humanas contemporâneas derivadas do intercâmbio entre Angola e a China.

Durante os 2 dias de apresentação da mostra, contaremos nas sessões com a presença de Kamy Lara, realizadora e directora de fotografia da Geração 80, para conversar com o público. sessões gratuitas.

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19.10.2017 | por martalanca | cinema angolano, geração 80

GRADA KILOMBA, exposição "The Most Beautiful Language" I LISBOA

The Most Beautiful Language é a primeira grande exposição individual de Grada Kilomba, que traz a sua prática transdisciplinar e singular de dar corpo, voz e imagem aos seus próprios textos, usando num único espaço a instalação de vídeo, a leitura encenada, a performance, a colagem de texto e a instalação de som.

Sendo-lhe muitas vezes dito que o seu idioma materno é “a língua mais bela”, a artista portuguesa questiona: quais são os corpos que podem representar esta língua? E quais são as “línguas” que estes corpos falam?

Com uma beleza intensa e precisa, Kilomba explora não apenas os desejos coloniais e as contradições das narrativas dominantes, como também desvenda um espaço recheado de novas linguagens. Linguagens, que revelam as vozes urgentes de um passado e presente reprimidos; e que se opõem ao que a artista chama uma “dupla ignorância”: não saber, e não ter que saber.

Com curadoria de Gabi Ngcobo, a exposição apresenta novos corpos de trabalho que combinam uma variedade de formatos e géneros, levantando questões fundamentais sobre falar, silenciar e ouvir, numa sociedade pós-colonial. Para Kilomba, “the most beautiful language” é a língua que fala da própria realidade silenciada.

O trabalho de Grada Kilomba vai estar em exibição, simultaneamente e pela primeira vez no seu país de origem, em duas instituições – na Galeria Avenida da Índia/EGEAC-Galerias Municipais com The Most Beautiful Language e no MAAT-Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, com Secrets to Tell - o que, incluindo diferentes corpos de trabalho, cria um diálogo entre os dois espaços expositivos. Reflexões sobre o seu trabalho terão lugar em conversas no Teatro Maria Matos e no Hangar.
Exposição individual
Curadoria: Gabi Ngcobo | Produção Criativa: Moses Leo
27 Outubro 2017 - 4 Março 2018
Galeria Avenida da Índia  
Avenida da Índia, 170 – Belém
1400-207 LISBOA
Terça a Sexta-feira, 10h-13h/14h-18h
Sábado e Domingo, 14h-18h
Última admissão: 30 min antes da hora de encerramento
Entrada gratuita

19.10.2017 | por martalanca | Grada kilomba, The Most Beautiful Language

Entrega das Assinaturas: Campanha por outra Lei da Nacionalidade

Convida todas e todos para o Ato Simbólico de Entrega das Assinaturas no próximo dia 19 de outubro (5.º feira) às 16h30 na Assembleia da República.
Ao longo do último ano mais de 40 coletivos e associações colaboraram nesta campanha que procura alterar uma injustiça histórica que deixa milhares de pessoas sem a nacionalidade portuguesa. Embora tenham nascido em Portugal, crescido em Portugal, trabalhado em Portugal, muitas pessoas não têm os mesmos direitos, as mesmas liberdades e garantias que os restantes portugueses. Desde 1981, com a Lei n.º 37/81, o princípio de jus sanguinis (direito de sangue) tem vedado o acesso a milhares de pessoas à nacionalidade portuguesa. Apenas exigimos o que é devido: que todos os que nasçam em Portugal tenham os mesmas direitos e oportunidades, independentemente da situação dos pais.
A Campanha desenvolveu vários atos de sensibilização e consciencialização junto das pessoas através de eventos culturais, de debate e também por meio da recolha de assinaturas. Esta injustiça, durante tanto tempo invisibilizada, começa agora a ganhar outra dimensão, tendo a Campanha cumprido um papel decisivo. Conseguimos fazer com que a injustiça da atual lei da nacionalidade fosse debatida tanto nos espaços mais formais de discussão política, como a Assembleia da República, como nos espaços mais informais: associações culturais, universidades, bairros da periferia.
Apesar de já termos ultrapassado o número mínimo de assinaturas, o que revelou um forte envolvimento de inúmeros coletivos, associações e personalidades da sociedade portuguesa, sabemos que não basta entregar as assinaturas para resolver este problema. É preciso continuar o debate, é preciso pressionar as instituições e organizações políticas, é preciso mobilizar e mostrar que a maioria da população está contra esta divisão entre cidadãos de 1.ª e de 2.ª categoria.
É por isso que reiteramos o apelo para que participem na campanha, falem com os vossos familiares, amigos, colegas e estejam presentes no dia 19 de outubro a partir das 16h30 na Assembleia da República. Neste dia haverá teatro, performance, recitações de poesias e um microfone aberto a todas e todos que se queiram pronunciar.
Não descansaremos enquanto existirem restrições ao acesso da nacionalidade! Porque QUEM NASCE EM PORTUGAL É PORTUGUÊS, PONTO FINAL !!!

13.10.2017 | por martalanca | Campanha por outra Lei da Nacionalidade

Allen Isaacman no ICS

No dia 18 de Outubro próximo o historiador norte-americano Allen Isaacman irá apresentar no ICS-UL a sua pesquisa mais recente, num seminário intitulado: “Invisible Histories: Clandestine Migration from Mozambique to Zimbabwe 1900-2000”.

Allen IsaacmanAllen IsaacmanTrabalhando sobre a história de Moçambique, Isaacman é um dos mais importantes investigadores do colonialismo português nos séculos XIX e XX. Ao longo da sua obra, parcialmente escrita em conjunto com Barbara Isaacman, Allen Isaacman oferece uma visão historiográfica fundadora sobre a sociedade moçambicana. Analisa as estruturas políticas e sociais africanas, o processo de ocupação colonial portuguesa, as principais características do seu modelo colonizador e o modo como afetou a vida das populações . O seu livro sobre a cultura forçado do algodão  (Cotton is the Mother of Poverty:  Peasants, Work and Rural Struggle in Colonial Mozambique 1938-1961) é um dos melhores exemplos deste trabalho historiográfico. Apoiante da luta pela libertação do território, Issacman envolveu-se pessoalmente na formação da nova nação moçambicana.

Nas suas obras, que listamos à frente, há uma preocupação constante com a realização de uma historiografia preocupada com os processos no terreno, nomeadamente com a intenção de trazer para o primeiro plano da análise historiográfica as práticas, expectativas e visões do mundo das populações locais.

Livros publicados

Mozambique: The Africanization of a European Institution, The Zambezi Prazos, 1750-1902 (University of Wisconsin Press, June 1972)

The Tradition of Resistance in Mozambique: The Zambezi Valley, 1850-1921  (Heinemann and University of California Press, 1976)  Translated into Portuguese in 1979.

A Luta Continua: Creating a New Society in Mozambique (Fernand Braudel Center, SUNY, 1978)

Mozambique: From Colonialism to Revolution: 1900-1982 (Westview Press, 1983), written jointly with Barbara Isaacman

Confronting Historical Paradigms: Peasants, Labor, and the Capitalist World System in Africa and Latin America, Co-authored with Fred Cooper, Florencia E. Mallon, Steve J. Stern, and William Roseberry (University of Wisconsin Press, 1993)

Cotton is the Mother of Poverty:  Peasants, Work and Rural Struggle in Colonial Mozambique 1938-1961 (Heinemann, 1996)

Slavery and Beyond: The Making of Men and Chikunda Ethnic Identity in the Unstable World of South Central Africa, 1750-1920 (Heinemann, 2005), written jointly with Barbara Isaacman. Translated into Portuguese published 2009 in Mozambique.

Dams, Displacement, and the Delusion of Development: Cahora Bassa and Its Legacies in Mozambique, 1965-2007  (Ohio University Press, 2013), written jointly with Barbara Isaacman. Translated in to Portuguese and  to be published Fall 2016 by the Universidade Eduardo Mondlane Press

12.10.2017 | por martalanca | Allen Isaacman, ics, mozambique