O papel do rap na mediação dos processos de paz no contexto da violência dos gangues de rua e contributo no processo de transformação dos gangues em organizações de rua. Por outro lado, tornou público os discursos infrapolíticos contra um sistema de Estado-bipartidário pós-colonial e nocivo aos interesses do cidadão comum e serviu de fundo sonoro às grandes movimentações de rua que marcaram o país nos últimos anos.
Cidade
05.08.2020 | por Redy Wilson Lima
o bairrismo tende a agudizar-se em tempos de COVID-19 e na discussão do EEP, ou seja, tanto do ponto de vista das relações sociais como político , na base de instituições jurídicas e políticas, bem como os modos de pensar e as respectivas ideologias ao estruturar a sociedade caboverdeana.
Cidade
26.07.2020 | por Elsa Fontes
Seria bom que houvesse uma sensibilização política nacional, pilotada pelo Governo ao mais alto nível, para que todas as instituições públicas se envolvam. É ideal que haja uma recomendação expressa para que todos se engajem na execução dos seus programas culturais. Essa nova postura não precisa de incentivos fiscais ou ajuda financeira pública extra. Basta que aconteça com os meios que já estavam e estão previstos, e que estejam disponíveis, mas com a concepção de que, em vez do público ir aos eventos, agora os eventos vão ao público
A ler
25.06.2020 | por Mário Lúcio Sousa
A carta que hoje traz o assunto da remoção dos símbolos esclavagistas e colonialistas, à qual acrescento o fim da reprodução da prática morgadia em modo de instalação de placas de ostentação da fulanização do poder, enquadra-se na terceira vaga de protestos antirracistas e anticolonialistas com séculos de história, mas materializado em parte com a declaração simbólica da independência.
Cidade
17.06.2020 | por Redy Wilson Lima
É quase heresia falar da história da escravatura, do colonialismo e do neocolonialismo em Cabo Verde. Não se fala desses assuntos porque o Estado e a elite não gostam. Porque vamos afetar a nossa relação com Portugal, ou a Europa de forma geral. Nem se fala destas questões por sermos nós tão “específicos”, tão “especiais”, tão “ singulares”.
Cidade
14.06.2020 | por Alexssandro Robalo
Se a imagem é potência, uma vez que fixa e revoluciona pela multiplicidade de interpretações que inocula do sentimento humano, já a palavra irá fixar problematizando, porque está veiculada a uma ideia de linguagem de dominação e de autoridade – isto é, porque só escreve e fala quem é soberano no sentido da legitimação social-política.
Afroscreen
17.03.2020 | por Marta Lança e Welket Bungué
Odete Semedo e Eneida Nelly deixam seu legado propondo obras escritas em crioulo, revelando as suas vivências e exaltando a terra natal. Fazem emergir um olhar sobre dois países africanos pouco estudados no Brasil, buscando apresentar um apanhado da complexa rede de relações que compõe a literatura, a língua e a cultura de ambos os países e abrindo uma nova possibilidade de inscrição no cânone através de autoras que fazem da afirmação da língua materna sua bandeira.
A ler
13.03.2020 | por Claudia Moraes
O autor usou a voz de vários prisioneiros, todos com o mesmo nome – Pedro –, chegados em alturas diferentes de Portugal, da Guiné, de Angola e de Cabo Verde. Descreveu o terror de dentro com uma fluidez que em nada instrumentaliza acontecimentos para provar alguma coisa.
A ler
28.10.2019 | por Ana Bárbara Pedrosa
Esta experiência permitiu, ainda, reflectir sobre a política pública de habitação de Cabo Verde que, até ao momento não apresentava nenhuma acção especifica para este tipo de assentamentos que, sobretudo nas cidades da Praia e do Mindelo, são, cada vez mais, parte considerável das suas periferias.
Cidade
17.10.2019 | por Nuno Flores
Estados patológicos como «doença da terra», «doença da cabeça cansada» ou ainda «doença feita com-a-mão» aludem aos estados de ansiedade, precariedade e vulnerabilidade destas comunidades, mas também de perda de localização em relação ao espaço cultural e geográfico que os sujeitos ocupam. Traduzem igualmente o estado de negociação intensa entre as «forças sobrenaturais negativas» e as estruturas sociais e políticas desiguais, num lugar a meio caminho entre a terra de origem e a terra de chegada.
Vou lá visitar
23.09.2019 | por Rita Fabiana
é partindo desta componente africana que José Luís Hopffer Almada projecta no universal a luta e história do povo cabo-verdiano enquadrando-as nas lutas dos povos africanos contra a opressão colonial e pela liberdade.
A ler
31.08.2019 | por Adolfo Maria
Por instinto, acima de tudo, Jul’Antone é um homem que ama o arquipélago, é um puro ilhéu. Nota-se-lhe o apego plasmado a São Vicente, laços espirituais que a miséria e a falta de condições não conseguem quebrar. Nem dado de vidro abandonará em definitivo a sua terra, foi aqui que nasceu e será aqui que terminará os seus dias.
A ler
23.05.2019 | por Paulo Lima
A acção principal decorre, saltitante entre quatro ilhas de Cabo Verde - Sal, São Vicente, Santo Antão e Santiago, sendo recortada por episódios desenrolados de Norte a Sul de Portugal, e suavemente pontuada por anotações de uma Índia por descobrir, denunciando um desejo iminente de continuação do enredo pela Ásia.
Partir para voltar. Este mote, ecoando numa busca por voltar a casa, transformou-se num relato urgente de lições apreendidas, num momento de abertura total à sincronicidade do Universo. Que os Mestres de Esquina que conduziram a autora nesta jornada, possam agora acompanhar o leitor também.
A ler
12.02.2019 | por Ana Pracaschandra
Entendemos como as mulheres se tornam agentes da sua emancipação e confirma-se a necessidade de tratarmos da reconfiguração das relações no espaço privado, nas relações amorosas e, em particular, a reconfiguração das relações sob o ponto de vista masculino. Quais as controvérsias que o processo de emancipação feminina engendra em Cabo Verde? Que transformações radicais foram operadas? Que efeitos concretos foram trazidos pela entrada maciça das mulheres na vida pública?
Corpo
29.01.2019 | por Iolanda Évora
Do mesmo modo que reinventamos a nossa infância individual, criando uma narrativa – uma dentro das várias possíveis − com a qual escolhemos identificar-nos, podemos afirmar que as identidades nacionais vão sendo criadas, retrospetivamente, através de discursos nos quais os próprios cidadãos são agentes ativos.
A ler
15.10.2018 | por Ana Nolasco
O império português usou Cabo Verde como país de degredo desde que “achou” as ilhas, e a escolha deste lugar teve a ver com o isolamento, a facilidade de vigilância e a aridez desoladora, que deveria contribuir para o abatimento dos espíritos aprisionados. (...) É impossível, de facto, pormo-nos no lugar de quem aqui esteve dentro. Mas também é impossível não ver o império português, porque é isso que aqui está.
A ler
23.04.2018 | por Alexandra Lucas Coelho
A sua impregnação de um forte espírito de revolta contra as injustiças e os abusos correntes numa sociedade arcaica marcada pela escravocracia e pelo latifúndio (morgadio na linguagem dos textos e da tradição popular caboverdiana, relevando-se neste contexto os morgadios de Ribeirão Manuel e de Monte Negro) e correlativa condenação tanto moral como também em actos corajosos e efectivos de resistência colectiva ou individual.
A ler
14.03.2018 | por José Luís Hopffer Almada
Nestas comunidades de afrodescendentes há uma ansiedade de mudança. Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo, reconhece que, após mais de duas décadas de luta pelos direitos das minorias, “ficou muito por fazer. Não se entende porque, no século XXI, nós ainda, por exemplo, estejamos a discutir se a lei da nacionalidade, em Portugal, tinha de ser na base do direito de sangue ou no direito de solo”, afirma.
Cidade
19.04.2016 | por Carla Fernandes
No caso de Cabo Verde as remessas constituem um importante suporte financeiro para imensas famílias, e uma das ligações transnacionais mais importantes entre as diásporas e o país de origem, ocorrendo sobretudo no âmbito familiar. São utilizadas sobretudo nas despesas quotidianas, no ensino e na saúde, a sua utilização na estrutura produtiva continua a ser limitada, e o recurso aos canais informais é considerável, ocorrendo por vezes com metade dos migrantes.
A ler
18.04.2016 | por Cláudia Rodrigues
A entrevista com Destourelles oferece um ponto de reflexão sobre as ambiguidades da dialética entre o eu e o outro, o dentro e o fora, o colonizador e o colonizado e sobre a sua atividade artística através de um olhar oscilante que a diáspora lhe proporciona. Neste contexto, Destourelles comenta o modo como os processos de domínio, assentes nos estereótipos dicotómicos, tendem a perpetuar-se assumindo novas matizes e o modo como estes são interrogados através do seu trabalho artístico.
Cara a cara
28.03.2016 | por Ana Nolasco