Arquivos, filmes e memórias: ingredientes para lembrar e esquecer o passado

Arquivos, filmes e memórias: ingredientes para lembrar e esquecer o passado A condição de Funes serve de contraponto a Tudo passa excepto o passado, um encontro internacional em torno das políticas da memória, promovido pelo Goethe-Institut, que teve lugar durante alguns dias de Setembro na Culturgest em Lisboa, em articulação com um ciclo de cinema, Reimaginar o arquivo pós-colonial. Ao contrário do caso de Funes, tratou-se aqui de reflectir sobre a relação entre lembrar e esquecer o passado.

Afroscreen

18.02.2020 | por Inês Ponte

Com a mala na mão contra a discriminação – uma viagem pela história dos nossos direitos

Com a mala na mão contra a discriminação – uma viagem pela história dos nossos direitos Projeto piloto de educação antirracista que pretendeu promover, com os alunos, a reflexão crítica dos processos que conduziram e conduzem atualmente ao racismo interpessoal e institucional. Sem a preocupação com a formação dos mais novos não há preocupação com a sustentabilidade da cidade, logo do próprio Estado. O grupo alvo deste projeto é reflexo claro desta multiculturalidade.

A ler

17.02.2020 | por Ariana Furtado

A Ética do Género e a Verdade do Nome

A Ética do Género e a Verdade do Nome Descobri recentemente que Disforia temos todos, ou seja, um estado latente de várias condições não contempladas pelo estreito, bem estreitíssimo, traço imperialista dos Estados Unidos em modo regiões económicas, onde até a China se constipa de morte. Disforia Intelectual, Social, Económica, Moda e até Médica (foi a mais surpreendente). Disforias que nos deixam a braços com uma vida em teia de mecanismos de cope ou coping ou aguentamento lol. Um colossal trabalho de compensação imaginada, mas sentida e sofrida, ausência de um instrumento de adequação cultural que sabemos estar em falta desde sempre.

Jogos Sem Fronteiras

16.02.2020 | por Adin Manuel

Angolanos ilegais a caminho dos Estados Unidos - os afogados

Angolanos ilegais a caminho dos Estados Unidos - os afogados A rota de migração ilegal de africanos que parte do Equador para os Estados Unidos e Canadá segue de Quito para o Caribe colombiano. No extremo norte do país, o mar é cemitério. Os migrantes angolanos Luzia, Ana e João passam agora por águas e praias onde, há precisamente um ano, crianças angolanas afogaram-se ao tentar cruzar num barco ilegal para o Panamá.

Jogos Sem Fronteiras

14.02.2020 | por Pedro Cardoso

“O nosso trabalho é uma balança”, conversa com Benjamin de Burca e Rayne Booth

“O nosso trabalho é uma balança”, conversa com Benjamin de Burca e Rayne Booth Quando outras pessoas fazem um retrato é um outro negócio mais complexo. Entra-se num contrato entre quem faz o retrato e o retratado. Este contrato é um jogo, uma discussão, um diálogo. Portanto, o retrato que a Bárbara e eu fazemos não é igual e nem tenta imitar o auto-retrato que eles próprios fazem. Talvez, o nosso até seja um pouco mais distante, mas não é tão distante que mude de forma. É uma escolha delicada entre a aproximação entre ambos, ou seja, não é tão perto que mostre tudo, mas não é tão distante para ser outra coisa. Fica a meio caminho.

Cara a cara

13.02.2020 | por Hugo Dinis

Ele estendeu-me a mão e fui

Ele estendeu-me a mão e fui Contei-lhe este episódio já na cama, antes de adormecermos. Ele contou-me que também se perdeu da mãe em menino, o que eu tinha esquecido. Desejei ter-me perdido também, o que nunca me aconteceu. Mas pareceu-me uma imagem da liberdade: uma criança que consegue encontrar o caminho de volta, no meio dos vultos de uma Estocolmo escurecida, entre o tráfego da hora de ponta e a indiferença dos adultos.

Mukanda

12.02.2020 | por Djaimilia Pereira de Almeida

As coisas fundadas no silêncio

As coisas fundadas no silêncio O programa As coisas fundadas no silêncio — verso de Sophia de Mello Breyner — apresenta nove atividades, em Lisboa, para explorar este tema na sua relação com o corpo, com o tempo, com a linguagem, a música, o cinema e com as artes plásticas.

Vou lá visitar

11.02.2020 | por Marta Rema

A Eterna Leveza do Anacronismo: os guardiães do consenso e o regime da cordialidade

A Eterna Leveza do Anacronismo: os guardiães do consenso e o regime da cordialidade A emergência de novos atores sociais, com destaque para os sujeitos racializados, cujas intervenções na sociedade portuguesa sempre existiram mas nunca foram reconhecidas pelas instâncias legitimadoras das narrativas culturais e historiográficas, constitui um fator decisivo na quebra da hegemonia lusotropical. Outro contributo narrativo e representacional é dado pela internacionalização da universidade, o incremento da mobilidade dos académicos portugueses e o crescente interesse de estrangeiros nos arquivos coloniais portugueses.

Mukanda

09.02.2020 | por Patrícia Martins Marcos, Inês Beleza Barreiros, Pedro Schacht Pereira e Rui Gomes Coelho

Bahia dinheiro curto mas sonho comprido. E Angola?

Bahia dinheiro curto mas sonho comprido. E Angola? Onde foi que nos perdemos de nós? Deitamos fora o tempo, não mais nos sabemos direito. Uns para um lado. E outros sem ele. Não insistimos no que nos pertence... e por aqui nos “vence” com estórias que são as nossas. Fazemos nada por ser parecido, quando se é igual. A vida passa ao lado. Nada nos amola. A festa não rola. O que foi que nós fizemos? O que foi que permitimos que nos fizessem?

Cidade

09.02.2020 | por Isabel Baptista

E o muro o vento levou

E o muro o vento levou Na linha da fronteira, a terra tem a mesma cor, os rios correm na mesma direção. Ainda que não pareça. Entre o México e os Estados Unidos, a frontera-border é um livro surpreendente de histórias. Mais que os mortos do Rio Bravo, as crianças migrantes enjauladas ou a cidade-pecado de Tijuana. Muito mais. Um anedotário mexicano que, com galhofa e bazófia, resiste ao avançar da sombra.

Jogos Sem Fronteiras

07.02.2020 | por Pedro Cardoso

política do cultivo

política do cultivo Um ataque contra sua autonomia (inclusive a sua ciência). Bruxa, feiticeira, curandeira, mágica – esses xingamentos atravessaram os séculos e ainda são usados hoje. Seu objetivo? Controlar a desordem expressada pelos corpos rebeldes, seus saberes e suas alianças. Dominar as mulheres, a natureza e os lobos. Na caça às bruxas que marca o início desse período histórico, uma minoria de condenados era de homens. Qual era a acusação? Eram lobisomens!

A ler

06.02.2020 | por Jean Tible

Ser apenas negra, feminista radical e gaga

Ser apenas negra, feminista radical e gaga cada vez mais fico com a sensação de que um dos desafios que a condição pós-colonial coloca a pessoas como eu é de sermos melhores europeus do que os próprios europeus, pois estes, por deixarem que sejam seus porta-vozes pessoas sem noção do importante legado intelectual e moral que a sua nacionalidade implica, abdicam dum projecto normativo que, apesar de tudo, tinha (e ainda tem) tudo para dar certo.

Mukanda

05.02.2020 | por Elísio Macamo

Cinema Silencioso

Cinema Silencioso É este gesto de experimentação a partir do tempo presente, que complexifica o debate em torno das imagens das “atualidades” dos irmãos Botelho. Mais do que ao cinema de arquivo, este debate diz respeito à própria natureza da imagem, e aos seus usos políticos. “Que escolhas e implicações estão em jogo nesse gesto?” pergunta-nos a professora Andréa, enquanto o ar condicionado pinga no meio da sala.

Afroscreen

04.02.2020 | por Rita Brás

De açaí a punk rock. A arte como prática de aquilombamento, conversa com Marcos Lamoreux.

De açaí a punk rock. A arte como prática de aquilombamento, conversa com Marcos Lamoreux. Uma conversa com Marco Aurélio - pedagogo e pesquisador sobre cinema e relações étnico raciais - sobre a sua trajetória artística, suas conquistas e planos futuros. Passando por assuntos como produção audiovisual, arte, estética e política, mas também falando sobre o companheirismo do fazer cinema no aquilombamento, açaí e viagens.

Cara a cara

31.01.2020 | por Marco Aurélio Correa

Os invisíveis: migração de angolanos para os Estados Unidos

Os invisíveis: migração de angolanos para os Estados Unidos  Desde 2014, centenas de angolanos estão em marcha desesperada pela selva, montanhas e desertos da América, em migração clandestina para os Estados Unidos ou Canadá. Fogem da insegurança e da crise económica no país, num caminho perigoso onde vários angolanos já perderam a vida.

Jogos Sem Fronteiras

29.01.2020 | por Pedro Cardoso

Tufo: património cultural de Moçambique

Tufo: património cultural de Moçambique A dança foi Introduzida há vários séculos na costa de Moçambique por comerciantes arabes-swahili. Possui forte raízes religiosas. Na origem, era apenas praticada em rituais e momentos festivos associados à religião muçulmana, mas com o tempo a dança foi-se massificando.

Palcos

29.01.2020 | por Hélio Nguane

Rituais de uma memória fraturada

Rituais de uma memória fraturada A memória fraturada irlandesa mostra outros contextos de memória dilacerada e conflituosa em que, do trânsito geracional, pode emergir um lugar de elaboração comunitário com as gerações testemunhais e além delas. E pode também emergir um outro modo que permita ultrapassar a escassa moralidade da memória e, assim, fundar, através de rituais renovados, uma ética coletiva das relações memoriais que mostre como o uso do passado fraturado deve ocorrer a partir de um sentido de responsabilidade público e não privado, presente e não passado.

A ler

28.01.2020 | por Roberto Vecchi

A Associação dos Músicos de Moçambique (AMMO) como zona libertada

A Associação dos Músicos de Moçambique (AMMO) como zona libertada Num Moçambique cada vez mais aberto para o capital internacional neoliberal, entendedor da cultura como entretenimento e empreendedorismo, o direito dos músicos de se reconhecerem como trabalhadores, se fortalecerem a partir de um coletivo e se expressarem da forma como consideram adequados é um caminho de resistência política e transformação social.

Palcos

28.01.2020 | por Priscila Dorella e Matheus Pereira

La grande bellezza: breve apontamento sobre a cultura, hoje

La grande bellezza: breve apontamento sobre a cultura, hoje O problema é que dentro de um sistema desse tipo, poucos e quase nada exercem um verdadeiro ofício crítico útil para a sociedade, vindo-se assim a esgotar qualquer função civil da cultura. Acaba assim por se construir na cena cultural uma contra-narrativa apenas superficial do populismo e do racismo reinante, que exerce uma função auto-reconfortante alimentada pela constante autopromoção do que se escreve, se filma, se pinta, se encena etc.

A ler

27.01.2020 | por Lívia Apa

Reparar no olhar: Lisboa anos 90

Reparar no olhar: Lisboa anos 90 A cidade surge, no livro, frequentemente perspectivada a partir das periferias, ou mostrada a partir de espaços intersticiais no que diz respeito à representação, hoje tão claramente tipificada, do centro histórico, (e ali praticamente ausente, tal como as Avenidas Novas). “O que é que pomos no nome Lisboa?”, questionou-se a dada altura na conversa, referindo-se também que a sua paisagem (e aqui inclui-se os ditos espaços verdes), surge em muitas das imagens na condição de espaço desabitado ou circunscrito ao olhar de um único indivíduo.

Cidade

24.01.2020 | por Ana Gandum