Na senda da luta pela paz e igualdade. O contributo das mulheres guineenses

Na senda da luta pela paz e igualdade. O contributo das mulheres guineenses A condição das Mulheres guineenses num contexto mais abrangente que é o das lutas levadas a cabo pelas mulheres dentro e fora do continente africano, em busca da própria emancipação e da construção de sociedades mais justas e dignas. Este discurso terá necessariamente que partir da celebração do Dia Internacional da Mulher organizada pelas Nações Unidas em 1977, apenas dois anos após a proclamação do Ano Internacional das Mulheres e três anos após a proclamação da independência da Guiné-Bissau.

Mukanda

08.03.2013 | por Patrícia Godinho Gomes

Mural Sonoro

‘Migrações externas', as experiências transatlânticas, sempre presentes em Portugal (trazidas por países diversos que permaneceram ou permanecem cá há um tempo vital, enriquecendo-o com as suas ligações às músicas, aos instrumentos, à literatura e oralidade) sem, porém, um trabalho de campo intensivo que se disponibilizasse a entendê-las, através dos seus personagens vivos mais expressivos, e as encadeasse nesse plano de pesquisa, relacionamento e interculturalidade. E tambem faltava arquivar.

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06.03.2013 | por Soraia Simões de Andrade

A carta aberta aos portugueses

A carta aberta aos portugueses Esta "inconsciência", este impensar do passado, não num sentido automortificador mas sim com uma veia prospectiva, continua a ser sublinhada por discursos dominantes. O actual pico da literatura "leve" que evoca a "boa África colonial" ajudará, a continuidade da ideia da "lusofonia" como espaço comum (e com a sua excrescência mal-cheirosa Acordo Ortográfico) é disso motor. A ideia de que as realidades históricas eram brutais desvanece-se. E quase inexiste a ideia que essa brutalidade era sistémica, como lhe chamou Sartre. Estas coisas estão escritas, e há muito.

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06.03.2013 | por José Pimentel Teixeira

O luso-tropicalismo e o colonialismo português tardio

O luso-tropicalismo e o colonialismo português tardio Analisa-se a relação do Estado Novo português com o luso-tropicalismo no período do colonialismo tardio, com base na leitura crítica de documentos políticos. A visita de Gilberto Freyre a Portugal e às suas colónias, em 1951-1952, marca um ponto de viragem entre a rejeição e à apropriação das máximas lusotropicais para legitimar a soberania portuguesa no ultramar. Depois do início da luta de libertação em Angola, esse processo é ‘radicalizado’: paradoxalmente, o regime português esforça-se por inculcar a norma anti-racista nos portugueses e conformar o comportamento dos funcionários administrativos e dos colonos ao ideário luso-tropicalista.

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05.03.2013 | por Cláudia Castelo

“A vitória é certa” apontamentos para a História do MPLA

“A vitória é certa” apontamentos para a História do MPLA É essa filiação num movimento cultural, político e social com raízes profundas em sectores fundamentais da sociedade angolana que darão ao MPLA a capacidade de sobreviver, nos anos futuros, às duras provas que encontrará para se afirmar enquanto movimento de libertação nacional com legítimas aspirações a representante do povo angolano.

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22.02.2013 | por Ricardo Noronha

Algumas linhas sobre a urbanização colonial em Angola

Algumas linhas sobre a urbanização colonial em Angola A história das cidades conta-nos sobre seu povo e sua cultura. Entender fenômenos complexos do espaço urbano contemporâneo passa, necessariamente, por uma compreensão alargada do seu contexto histórico-político.

Cidade

15.02.2013 | por Andréia Moassab

Mali: análise de Samir Amin

Mali: análise de Samir Amin As ambições «coloniais» francesas - fazer do Mali um Estado cliente à imagem de alguns outros na região - talvez não estejam ausentes de certos responsáveis pela política maliana de Paris. A Françáfrica encontra sempre os seus porta-vozes, mas não constituem um perigo real, ainda menos maior. Um Mali reconstruído saberá também afirmar - ou reafirmar - rapidamente a sua independência. Em contrapartida, um Mali saqueado pelo Islão político reacionário seria incapaz, antes que passasse muito tempo, de conseguir um lugar honroso no tabuleiro regional e mundial. Como a Somália, arriscar-se-ia a ser riscado da lista dos estados soberanos dignos desse nome.

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15.02.2013 | por Samir Amin

Encontradas vacas sagradas de cinco mil anos em Laas Geel, na Somália

Encontradas vacas sagradas de cinco mil anos em Laas Geel, na Somália O lugar, no cruzamento de dois uádis, é conhecido pelos pastores nómadas de Laas Geel como “os poços dos camelos”. Foi ali que arqueólogos estupefactos descobriram uma constelação de pinturas, em cerca de vinte grutas. Dezenas de vacas, homens, cães e até mesmo uma girafa.

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15.02.2013 | por Marie Wolfrom

Django Unchained (2012) de Quentin Tarantino

Django Unchained (2012) de Quentin Tarantino Tarantino quer aproveitar o lado fantasioso sério do cinema para exorcizar a culpa ocidental, para matar racistas e pôr negros a chicotear brancos. Porque pensa que merecem. Porque sabe que nós sempre teremos Paris, mas também sempre teremos Candyland. É isto, ou pouco mais do que isto. E como no filme sobre os nazis, esse flashback regenerador em relação ao passado não poder ser feito a não ser no cinema. Mais uma vez estamos no centro da relação história/cinema pois não há género tão racista quanto o western. Há assim também que reabilitar a história do cinema.

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13.02.2013 | por Carlos Natálio

Estudos sobre a violência no contexto de Cabo Verde e Guiné Bissau

Estudos sobre a violência no contexto de Cabo Verde e Guiné Bissau Mais do que o comprazimento no pathos da definição, importa, sim, que os estudos sobre a violência se mostrem capazes explorar o alcance do conceito através de uma abordagem específica dos contextos diferenciados em que determinadas práticas ou comportamento, determinados actos ou discursos, certas acções e omissões, são percebidos como violentos. Só este trabalho de contextualização permite captar o carácter multidimensional do problema e, nomeadamente, evitar lugares comuns e chavões persistentes, como, por exemplo, os que localizam em certas camadas jovens ou em certos grupos étnicos ou sociais uma particular tendência ou potencial de violência, muitas vezes vistos como inatos ou como imanentemente constitutivos de uma identidade.

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08.02.2013 | por António Sousa Ribeiro

Delinquência juvenil na Praia

Delinquência juvenil na Praia A delinquência juvenil trata-se de um dos temas de maior atenção em Cabo Verde e, em particular, na cidade da Praia, pelos vários motivos que os autores referem nos seus trabalhos. Numa perspectiva mais ampla, a delinquência juvenil é, seguramente, um dos domínios mais escrutinados actualmente, associado à violência urbana e à guerra de gangs ou bandos, conforme o lugar a que se refere a análise. No que se refere aos textos sobre a cidade da Praia, considero que cumprem aquilo a que academia deve se dedicar, ou seja, propõem quadros outros de leitura da realidade e apontam os limites das leituras hegemónicas feitas até ao momento sobre a realidade cabo-verdiana.

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08.02.2013 | por Iolanda Évora

Violência na Guiné Bissau

Violência na Guiné Bissau Quando pensamos em segurança na Guiné-Bissau, a imagem que dai resulta é a da violência política e militar, dos sucessivos golpes de estado, dos assassinatos políticos e da impunidade, e do narcotráfico. Recentemente, podemos ainda acrescentar o terrorismo e o tráfico de seres humanos. Ora, por causa destas preocupações, a atenção, as políticas e os fluxos financeiros têm sido desviados para as questões da segurança e as suas dimensões internacionais. Um dos exemplos claros deste desvio é a atenção dada à Reforma do Sector da Segurança: Reformar os militares é tido como essencial para um cenário de paz e desenvolvimento na Guiné-Bissau. Isto baseado no princípio que não há paz sem desenvolvimento nem desenvolvimento sem paz. Este posicionamento tem remetido para segundo plano outras dimensões das dinâmicas sociais na Guiné-Bissau que se vão tornando invisíveis; como também tem remetido para segundo plano muitas das reais preocupações dos guineenses em matéria de segurança.

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08.02.2013 | por Ana Larcher

Um gesto que abalou o mundo

Um gesto que abalou o mundo Parecia um dia como outro qualquer, 1 de Dezembro de 1955. Uma costureira de 42 anos sentou-se no autocarro nos lugares disponíveis para “gente de cor”. Na cidade de Montgomery, no estado do Alabama, a lei dizia explicitamente que quando os brancos não tivessem lugares sentados podiam obrigar os negros a levantar-se, e se o veículo estivesse muito cheio os negros podiam ser despejados para a rua. Nesse dia vários brancos entraram no autocarro e muitos negros levantaram--se dos seus lugares. Mas não todos. Rosa Parks recusou fazê-lo. “Estou cansada de ser tratada como uma pessoa de segunda classe”, disse ao condutor.

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06.02.2013 | por Nuno Ramos de Almeida

Mizulas, chineses e mortos: reconfigurações religiosas no Baixo Congo

Mizulas, chineses e mortos: reconfigurações religiosas no Baixo Congo Centramos nossa etnografia nas migrações recentes de municípios como Matadi, Lukula e Boma, situados no Baixo Congo, complementando nosso quadro qualitativo de coleta de impressões acerca das relações entre congoleses e chineses com os imigrantes congoleses/angolanos (Baixo Congo) residentes em Lisboa. Esta última etnografia nos deu uma base importante para traçarmos uma “trajectória das percepções” dos congoleses face aos chineses, dos últimos 50 anos até hoje. Ouvimos inúmeros relatos, casos, histórias envolvendo a presença de chineses no Congo, portanto parte de nossa etnografia foi construída a partir de apontamentos da história oral dos imigrantes e suas memórias.

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06.02.2013 | por Ana Stela Cunha e José Maria Masanga Ndungi

De braços nem tão abertos

De braços nem tão abertos O crescimento da economia do Brasil vem transformando a vida de muitos brasileiros. E também atraindo imigrantes do mundo inteiro, incluindo africanos que falam português. Mas, esperando encontrar uma sociedade aberta e multirracial, ao chegarem ao país esses imigrantes descobrem um lado oculto da sociedade brasileira: o racismo. Esse é o mote do documentário Open Arms, Closed Doors (Braços Abertos, em português), que integra a série de seis documentários autorais Viewfinder Latin America, um programa que tem como objetivo revelar e treinar documentaristas independentes ao redor do mundo e veicular suas produções.

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06.02.2013 | por Juliana Borges e Fernanda Polacow

Anatomia de uma bem-sucedida guerra revolucionária: exército português versus PAIGC e o assassinato de Amílcar Cabral

Anatomia de uma bem-sucedida guerra revolucionária: exército português versus PAIGC e o assassinato de Amílcar Cabral Amílcar Cabral era já, desde essa altura, um sério problema para autoridades colonias de Bissau e da metrópole. Aliás, pelo menos desde 1972, o nome do general Spínola é falado para a presidência da República, e, por isso, não pode regressar derrotado. Era para ele imperioso tudo fazer para inverter a situação militar, pelo que não é de descartar a hipótese de que o assassinato de Amílcar Cabral se enquadrasse nessa espécie de obsessão que levaria o Exército português, no início de 1973, logo depois do seu assassinato, a realizar uma série de violentas operações militares contra as regiões libertadas e algumas bases do PAIGC no Sul que, no entanto, vieram a revelar-se desastrosas.

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04.02.2013 | por Leopoldo Amado

Território e identidade em Cabo Verde: debate sobre a (frágil) construção identitária em contextos recém independentes no mundo globalizado

Território e identidade em Cabo Verde: debate sobre a (frágil) construção identitária em contextos recém independentes no mundo globalizado Com ênfase nos seus desdobramentos no território, relacionaremos a pretendida indústria do turismo em Cabo Verde com os paradigmas do planejamento estratégico. Isto significa a valorização de parcelas específicas do território beneficiando apenas grupos investidores sem tomar em consideração os impactos sociais, culturais e territoriais de grandes empreendimentos imobiliários. A produção de “não-lugares” e o achatamento cultural da arquitetura dos grandes empreendimentos imobiliários, decorrentes deste modelo de ocupação do território, materializa uma assepsia política da questão identitária.

Cidade

31.01.2013 | por Andréia Moassab

Casa dos Estudantes do Império: berço de líderes africanos em Lisboa

Casa dos Estudantes do Império: berço de líderes africanos em Lisboa O regime do Estado Novo criou a Casa dos Estudantes do Império com o objetivo de fortalecer a mentalidade imperial e o sentimento da portugalidade entre os estudantes das colónias. No entanto, desde cedo, a Casa despertou neles uma consciência crítica sobre a ditadura e o sistema colonial, mas também a vontade de descobrir e valorizar as culturas dos povos colonizados.

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26.01.2013 | por João Carlos

A fantasia imperial numa história em imagens

A fantasia imperial numa história em imagens Esta “comunidade imaginada” era construída na metrópole, à distância. A “corrida à África” de vários impérios europeus, a partir 1870, culminou na Conferência de Berlim de 1885 e na perda de uma série de territórios ultramarinos “conquistados” pelos portugueses. Este “novo fulgor africanista” levou à organização, pela Sociedade de Geografia de Lisboa, de expedições de exploração ao interior do continente africano, como as de Serpa Pinto, e de Capelo e Ivens. Estas viagens resultaram num manancial de imagens, fotografias, mapas, artefactos recolhidos nas colónias, trazidos pelos exploradores recebidos com glória no regresso a Lisboa.

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22.01.2013 | por Raquel Ribeiro

Amílcar Cabral foi assassinado há 40 anos - conversas sobre Amílcar

Amílcar Cabral foi assassinado há 40 anos - conversas sobre Amílcar Pacientemente: como convenceu os pais, mesmo os de religião muçulmana, que as filhas, como os filhos, deveriam estudar. Como conseguiu impor, nos Comités das áreas libertadas, a presença de mulheres. Mesmo se teve de aceitar que as combatentes se limitassem à defesa das tabancas, na milícia. Foi dele, do engenheiro agrónomo conhecedor dos diferentes povos da Guiné, que veio a palavra de ordem que se seguiu ao massacre de Pidjiquiti: deslocar a luta para o campo, proceder à mobilização dos camponeses. Uma palavra de ordem que, aquando do seu assassinato, a 20 de Janeiro de 1973, estava à beira de dar os seus frutos, com a proclamação da independência.

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21.01.2013 | por Diana Andringa