Álbuns de Guerra: instantâneos trocados a partir de uma criação

Álbuns de Guerra: instantâneos trocados a partir de uma criação O ponto de vista sobre a guerra não é portanto aqui o mais habitual – por ser o de mulheres do campo em Portugal, não protagonistas do palco da guerra. É o ponto de vista do impacto do acontecimento nas vidas (banais) daquelas que permaneceram em contextos rurais ou semi-urbanos em Portugal, e de como as suas vivências e sociabilidades (também) se constituíram pela guerra e pela influência, por vezes quase espectral, daqueles que para ela foram mobilizados: noivos, maridos, ou quase desconhecidos.

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31.08.2021 | por Ana Gandum

Jornalismo lento: uma questão de humanidade e profundidade no jornalismo

Jornalismo lento: uma questão de humanidade e profundidade no jornalismo Existe, sim, um espaço para o jornalismo lento, de várias páginas, assim como pessoas que o procuram ler, tal como criar. Exemplo disso é o surgimento de cada vez mais projetos de jornalismo alternativo que se têm vindo a apoiar na construção de uma comunidade de leitores. Porém, todos os órgãos de comunicação, sejam eles alternativos ou mainstream, ocupam o seu lugar na esfera mediática e todos apresentam relevância.

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27.08.2021 | por Andreia Monteiro e Sofia Craveiro

Lesther

Lesther Antes de ter a cabeça a prémio, Lesther Alemán era um estudante de Comunicação Social com o dom da palavra. Tinha 20 anos e integrava a Aliança Universitária Nicaraguense. Com o país a ferro e fogo, em abril de 2018 uma mesa de diálogo entre Ortega e os opositores tentava encontrar uma saída para o caos que se arrastava há um mês. Quando o jovem de 20 anos - óculos de armação grossa e voz grave, quase cerimonial - pegou no microfone a sala congelou.

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26.08.2021 | por Pedro Cardoso

Fuckin'Globo VII I LUANDA

Fuckin'Globo VII I LUANDA Fuckin'Globo, provavelmente, o mais ousado dos eventos de arte contemporânea que acontece na cidade, num momento em que as tensões políticas, económicas e sociais do ano pré-eleitoral, em Angola, estão à flor da pele.

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23.08.2021 | por Adriano Mixinge

Sarah Maldoror, a poesia da imagem resistente

Sarah Maldoror, a poesia da imagem resistente Esta é uma retrospetiva praticamente integral da obra de Sarah Maldoror (1929-2020), realizadora conhecida sobretudo pela dimensão mais militante do seu cinema associada às lutas contra o colonialismo, e autora de uma obra multifacetada determinante para a afirmação de uma cultura negra, que, permanecendo em grande parte invisível, assume particular relevância no contexto português pela sua ligação ao nosso passado colonial.

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18.08.2021 | por Joana Ascensão

“Em nome da moral fazem-se guerras”, entrevista a Sarah Maldoror

“Em nome da moral fazem-se guerras”, entrevista a Sarah Maldoror A câmara de Sarah Maldoror captou os primórdios da luta pela libertação de países africanos, ao lado de nacionalistas como Mário Pinto de Andrade, seu marido, Amílcar Cabral ou Agostinho Neto. "Sempre convivi com este problema da mestiçagem. Um mestiço pode ser um africano que defende uma causa. Mas também aprendi com a minha experiência que não devemos lutar pela moral. Em nome da moral fazem-se guerras. Quando me falam de moral eu calo-me. O que é a moral? Há é que falar de respeito."

Cara a cara

17.08.2021 | por Pedro Cardoso

O fogo do purgatório

O fogo do purgatório Em vez de entender um museu nacional como um repositório de objetos artísticos emblemáticos dos valores da elite ou então da sua fetishização de todos os que exclui e rejeita, os curadores aceitaram integralmente a sua responsabilidade educacional e o seu dever em contribuir para a vida cultural no presente. O que, mesmo assim, não evita de todo de nos deixar com a impressão que o fogo do Purgatório afinal ainda arde e muito há ainda a fazer para o extinguir.

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15.08.2021 | por Paulo de Medeiros

“Só consigo escrever quando me relaciono com uma alma angolana”, entrevista a Ana Paula Tavares

“Só consigo escrever quando me relaciono com uma alma angolana”, entrevista a Ana Paula Tavares O facto de eu ter frequentado a escola, ter frequentado o liceu e ter entrado na universidade não era visto, pelas pessoas que me criavam, como profundamente suspeito. Ninguém me impediu de dar um salto para a universidade e de começar um caminho de autonomia pessoal, autonomia de pensar. Ninguém se apercebeu de que a biblioteca do liceu estava à minha disposição, e que eu tinha lido tudo o que estava lá, bom e mau, tudo o que me permitia formar uma consciência das coisas, interrogar os textos, saber das histórias, saber que havia um mundo para além daquele que era um mundo liso e organizado da menina temente a Deus e bem-comportada.

Cara a cara

14.08.2021 | por Doris Wieser, Ana Paula Tavares e Paulo Geovane e Silva

Found not taken, entrevista a Edson Chagas

Found not taken, entrevista a Edson Chagas Em Luanda recicla-se tudo, ao mesmo tempo há uma cultura da abundância. Como se passa de um extremo ao outro? Tem a ver com a paz. Durante a guerra a maior parte das pessoas preservavam os objectos mesmo que já não funcionassem, hoje as pessoas têm mais poder de compra. O que também faz mudar os costumes de cada um.

Cara a cara

11.08.2021 | por Marta Lança

Hugo Vieira da Silva adapta Conrad para o século XIX angolano

Hugo Vieira da Silva adapta Conrad para o século XIX angolano A compreensão da cosmologia bantú é algo a que os portugueses não podiam aceder. O filme reflecte muito sobre a impossibilidade de tradução das culturas. Diria que a loucura das minhas personagens é gerada pela impossibilidade de compreensão do outro. Esses delírios são também os delírios provocados pela amnésia portuguesa auto-infligida, amnésia da inquisição nos trópicos, da escravatura, da violência sobre o outro.

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10.08.2021 | por Amarílis Borges

Conceptualismos do Sul (RedCSul): uma trama afetiva e ativista

Conceptualismos do Sul (RedCSul): uma trama afetiva e ativista Reconhecemos as ambiguidades que constituem formas de curto-circuito inerentes à processos coletivos de produção de conhecimento, que antes do que retenção de informação ou presunção de campos de exclusividade temática, ensaiam formas de distribuição de energias, capacidades e responsabilidades na invenção do comum. O posicionamento crítico e na fronteira dos espaços legitimados de conhecimento não supõe uma desvalorização da erudição (popular, acadêmica, indígena, militante, etc.), porém estejamos habitadxs por condições de acesso diferenciadas à distintos regimes discursivos (como os discursos hegemônicos acadêmicos ou sobre a arte, repertórios léxicos ativistas ou vozes indígenas).

Mukanda

10.08.2021 | por vários