Notas sobre descolonização das coleções de História Natural da Universidade de Coimbra

Notas sobre descolonização das coleções de História Natural da Universidade de Coimbra Estas breves notas centram-se principalmente em possíveis passos para iniciar a discussão sobre a descolonização, ou descolonizações, das coleções e práticas botânicas na Universidade de Coimbra. Não pretendem delimitar um percurso unidirecional e hierarquizado de atividades a desenvolver e não são um roteiro fechado para uma releitura decolonial das coleções, que nos interpelam de forma constante, sempre com questões em aberto e respostas incompletas.

A ler

28.07.2023 | por António Carmo Gouveia

Um tour pelo inferno migrante da selva do Darien: aventura garantida, para contar aos seus netos

Um tour pelo inferno migrante da selva do Darien: aventura garantida, para contar aos seus netos A “aventura da sua vida”, descreve, num dos lugares mais macabros, perigosos e mortais para milhares de migrantes que tentam cruzar da Colômbia para o Panamá, no caminho para o norte rumo aos Estados Unidos. À margem da realidade alucinada do “Panama Jungle Tour” (assim se chama o “caminho pela selva mais infame da América do Sul em caminhos de contrabandistas”) vive-se uma das maiores crises humanitárias do mundo.

Jogos Sem Fronteiras

24.07.2023 | por Pedro Cardoso

Por ocasião do 48º aniversário da proclamação da República de Cabo Verde livre, independente e soberana

Por ocasião do 48º aniversário da proclamação da República de Cabo Verde livre, independente e soberana      sem a diária interiorização do mal-estar devido à localização geográfica da ilha onde se nasceu, se cresceu e se almeja permaneça envolta exclusivamente em salitre e espuma marítima dos mares incógnitos ondulando navegados pelas naus portuguesas das descobertas, assaz distante da Europa, por demais próxima das terras dos pretos da Guiné e dos demais gentios da restante Costa de África, sem as crenças, a farda, o bivaque, o s de Salazar incrustado aos cinturões dos exercícios para-militares da Mocidade Portuguesa, sem os inspectores, os agentes e os torcionários da PIDE-DGS

Mukanda

23.07.2023 | por José Luís Hopffer Almada

Declaração do Porto: reparar o irreparável

Declaração do Porto: reparar o irreparável Inscrevendo-se numa constelação histórica por reparações, tão antiga quanto o colonialismo e a escravatura, e tendo nascido de um contexto específico para acomodar distintas vontades e realidades sócio-políticas, a Declaração do Porto: Reparar o Irreparável será sempre um documento inacabado e, por isso mesmo, nele não se encerra.

Mukanda

21.07.2023 | por várias

Comemoração verde e prática não-invasiva - o caso de “O Salgueiro da Ester”

Comemoração verde e prática não-invasiva - o caso de “O Salgueiro da Ester” Jason Francisco falou da sua experiência de percorrer os sítios com memórias judaicas em toda a Europa onde faz recolha de plantas. Por sua vez, Daniela Naomi Molnar reiterou o que Francisco dissera e evocou também a recolha de plantas dos sítios com passado pesado como materiais para usar com as cores nas suas pinturas. A apresentação da Marta Sala parece-me o mais pertinente da conversa, pois o seu caso pode provocar a contradição de “práticas não-invasivas”. Trata-se da plantação de uma árvore, ou seja intervenção física, que é, ao mesmo tempo, verde.

Vou lá visitar

18.07.2023 | por Cheong Kin Man

‘A prática, porém, encarregar-se-ia de desbloquear a situação’: Cinema e antropologia a partir da obra visual de Ruy Duarte de Carvalho

‘A prática, porém, encarregar-se-ia de desbloquear a situação’: Cinema e antropologia a partir da obra visual de Ruy Duarte de Carvalho A partir da revisitação da sua filmografia, em particular da série documental Presente Angolano, Tempo Mumuíla (1979) e da ficção Nelisita (1982), bem como através da análise das reflexões encetadas pelo autor no ensaio O Camarada e a Câmara (1984), o presente artigo procura contribuir para a discussão teórica em torno das possibilidades de um encontro entre cinema e antropologia para além do filme etnográfico.

Ruy Duarte de Carvalho

18.07.2023 | por Sofia Afonso Lopes

Banlieu

Banlieu Disseste-me que sou um idiota por ter queimado a Biblioteca. Um verme por ter grafitado aqueles prédios com as placas de Alojamento Local na zona cinzenta da cidade. Depois, chamaste-me capitalista, porco, burro e incoerente porque parti as vitrinas da NIKE, do LIDL, por ter trazido uns Airmax e sacos de comida para o bairro.

Cidade

16.07.2023 | por Francisco Mouta Rúbio

Queer, impreciso e aqui.

Queer, impreciso e aqui. Precisamos de uma crítica queer, ainda, por nos encontrarmos numa relação de curto-circuito causal com as instituições que governam o conjunto das relações sociais. O ciclo de acomodação e assimilação, pela sua lógica aditiva e integrativa, colocará sempre a racionalidade da instituição primeiro. Eventualmente, esta poderá atualizará a sua retórica, o seu reportório: as fórmulas da sua representação. No limite, talvez seja impactada, a um nível menos percetível, pelos princípios e pautas políticas às quais dedica apenas a mais performativa das atenções.

Corpo

16.07.2023 | por Salomé Honório

'Os Sons da Nação', História Política e Social da Música Urbana de Luanda: 1945-2002 - excerto

'Os Sons da Nação', História Política e Social da Música Urbana de Luanda: 1945-2002 - excerto Eu defendo que é na e pela música popular urbana, produzida esmagadoramente nos musseques de Luanda, que os homens e mulheres angolanos forjaram a Nação e articularam expectativas sobre o nacionalismo e sobre a soberania política, económica e cultural. Fizeram-no pelas relações sociais que se desenvolveram em torno da produção e do consumo de música. O conteúdo lírico e o som musical importavam, mas o público e os músicos davam-lhes um significado dentro do contexto. Por outras palavras, a música, no fim da Angola colonial, moveu as pessoas para uma Nação e de encontro ao nacionalismo, porque as aproximou de novos espaços urbanos, de novas maneiras, através de linhas de classe e etnia, através da política íntima e pública do género.

Palcos

13.07.2023 | por Marissa Moorman

Avanço evangélico ameaça religiões afro em quilombos de Pernambuco

Avanço evangélico ameaça religiões afro em quilombos de Pernambuco Umbandistas resistem à pressão pela conversão em quatro comunidades tradicionais de Betânia (PE), onde há nove igrejas. Entre as imagens de Santa Luzia, Cosme e Damião, São Jorge, Nossa Senhora da Conceição, Preto Velho, Iemanjá e da Cabocla Jurema, Abel José, 43 anos, sacerdote da Umbanda, acende algumas velas, apanha suas guias de proteção e acomoda o seu chapéu de palha na cabeça. Ele se prepara para atender quatro pessoas de povoados vizinhos, que vieram à sua casa em busca de ajuda espiritual e para tratar de problemas de saúde. 

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11.07.2023 | por Géssica Amorim

À editora Routledge: Indisponibilidade para venda do livro “Sexual Misconduct in Academia”

À editora Routledge: Indisponibilidade para venda do livro “Sexual Misconduct in Academia” A publicação do livro foi determinante para que nos organizássemos em coletivo e para a decisão de juntarmos provas testemunhais e documentais que corroboram os diversos tipos de abusos descritos naquele capítulo. Nesse sentido, verificamos com muita preocupação a indisponibilidade para venda do livro “Sexual Misconduct in academia: informing an ethics of care in academia” e a informação de que está em processo de revisão.

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10.07.2023 | por várias

Quarta Parte : Lealdade bipartida, cissiparidade pátrida, dupla pertença identitária e política e diáspora caboverdiana

Quarta Parte : Lealdade bipartida, cissiparidade pátrida, dupla pertença identitária e política e diáspora caboverdiana Amiúde acossados pela intolerância do assimilacionismo, do racismo, da heterofobia e da xenofobia, mas também fertilizados pela autenticidade das seivas ancestrais e das expressões actuais de uma cultura que os pais, longamente expatriados do solo mátrio e telúrico, procura (va)m adaptar às exigências, sempre novas, e às condições, por vezes severas e, até, hostis, da Terra-longe, esses descendentes de i(e)migrantes - também nossos contemporâneos - vêm vivendo e engendrando inéditos dilemas e opções identitários e fecundando novas experiências cosmopolitas de hibridização cultural nos países de acolhimento dos seus pais (e)imigrantes.

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09.07.2023 | por José Luís Hopffer Almada

Diasporic Bodies. Irineu Destourelles Videoart

Diasporic Bodies. Irineu Destourelles Videoart Através do olhar oscilante que a diáspora lhe proporciona, a obra de Irineu Destourelles oferece um ponto de reflexão sobre as ambiguidades da dialética entre o eu e o outro, o dentro e o fora, o colonizador e o colonizado e sobre a sua atividade artística. Tendo como ponto de partida a sua vídeo-instalação Subtitulizar/Subtitling, 2012, focarei aqui o modo como o vídeo do artista procede a uma meta-reflexão sobre a diáspora, através de uma ironia poética, explorando o abismo entre as diferentes traduções do mundo, entre o eu e o outro, entre a vertigem da loucura; a persistência da remodelação da multiplicidade; o questionamento da condição humana.

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06.07.2023 | por Ana Nolasco

Terceira Parte: Pan-africanismo, nacionalismo caboverdiano e pátria africana no projecto paigcista de unidade Guiné-Cabo Verde de Amílcar Cabral

Terceira Parte: Pan-africanismo, nacionalismo caboverdiano e pátria africana no projecto paigcista de unidade Guiné-Cabo Verde de Amílcar Cabral Conceito operatório chave no seu pensamento, por suicídio de classe entendia Amílcar Cabral a plena identificação do sector revolucionário da pequena burguesia intelectual e burocrático-administrativa com os interesses das classes trabalhadoras e das categorias sociais laboriosas mais humildes do povo e o seu consequente empenhamento nacionalista e revolucionário na defesa dos respectivos interesses. Fim essencial do suicídio de classe seria coarctar as naturais tendências da classe intelectual e burocrático-administrativa de serviços para o aburguesamento e para a concomitante construção de laços económico-sociais, políticos e culturais de dependência neo-colonial em relação às classes dominantes do centro desenvolvido e imperialista e/ou à potência economicamente atrasada, subdesenvolvida e sub-imperialista que era então Portugal.

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02.07.2023 | por José Luís Hopffer Almada