O transe amazónico em diferentes tempos e lugares na cinematografia de Jorge Bodanzky

O transe amazónico em diferentes tempos e lugares na cinematografia de Jorge Bodanzky No início da década de 1970, quando Jorge Bodanzky começou a filmar o real nos territórios amazónicos, o Regime Militar brasileiro (1964-1985) promovia um imaginário irreal sobre Amazónia, com o fim de desmatar a floresta, explorar as suas terras, integrá-las num projeto colonizador megalómano. Para chamar os colonos de todo o Brasil, as campanhas da ditadura vendiam a Amazónia como uma “terra sem homens para homens sem terra” ou como “um deserto verde”. Oficialmente, a “Revolução chegava à selva” mas, de facto, o que se implementava era uma sanha destruidora que não se deteve até aos dias de hoje. Enquanto militares e empresários ampliavam fronteiras colonialistas, Bodanzky abria fronteiras através do cinema, com o registo da degradação social e ambiental em curso.

12.07.2022 | por Anabela Roque

Documentário "Suzanne Daveau" de Luisa Homem estreia no dia 21 de julho nas salas de cinema portuguesas

Documentário "Suzanne Daveau" de Luisa Homem estreia no dia 21 de julho nas salas de cinema portuguesas Suzanne Daveau traça o esboço de uma mulher aventureira que atravessa o século xx, até aos dias de hoje, guiada pela paixão da investigação geográfica. O filme circula entre os inúmeros espaços-mundo percorridos pela geógrafa e os reservados espaços-casa que acolheram a sua vida privada. “Não há ciência, nem progresso no conhecimento, sem amor, sem paixão, sem identificação, mesmo quando se trata de um tema aparentemente desprovido de vida, como a evolução de uma vertente ou a génese de um aguaceiro. Pode-se, talvez, aplicar rotineiramente uma técnica com pura objectividade, não se pode com certeza, descobrir algo de novo sem que o investigador se implique por completo no tema que tenta elucidar”.

01.07.2022 | por vários

Cenas do Gueto I Studio Bros

Cenas do Gueto I Studio Bros Conhecida como música do gueto, um novo ritmo chamado "batida" (ou afro-house) tem marcado as pistas de dança em Portugal e no mundo. Os Djs da Quinta do Mocho foram precursores nessa nova estética cosmopolita, beneficiando-se do fenómeno da digitalização da música para reinterpretar estilos e fazerem-se visíveis. Este é o caso do Studio Bros, cuja sonoridade afrodiaspórica é capaz de pôr a dançar todos aqueles que vivem nas "margens" do planeta.

01.07.2022 | por Otávio Raposo

Zoila

Zoila Zoila é uma animação, que mescla colagem, fotografia e vídeo, e se desloca entre a ficção e o documental. Inspirada na minha pesquisa sobre diásporas negras, focaliza os elementos da passagem da segunda para a terceira diáspora. A videasta senegalesa Zoila é o elo que religa Goli e Almerinda nos dois lados do Atlântico. O argumento ficcional remete ao conceito de “dupla consciência” elaborada por Willian Du Bois, em ”As almas do povo negro” e retomada por Paul Gilroy, em “Atlântico Negro”.

10.06.2022 | por vários

Cenas do Gueto I Muro de Berlim

Cenas do Gueto I Muro de Berlim Embora invisível, há um “muro” a separar a Quinta do Mocho da cidade à sua volta. Empurrados para bairros precarizados e segregados, as populações imigrantes e/ou afrodescendentes são guetizadas por políticas públicas promotoras da marginalização social. É o que explica o Sr. Vítor sobre a construção da Quinta do Mocho: “já havia a ideia de se construir um gueto”.

07.06.2022 | por Otávio Raposo

Amazónia: Os caminhos abertos pelas palavras do xamã yanomami, Davi Kopenawa.

Amazónia: Os caminhos abertos pelas palavras do xamã yanomami, Davi Kopenawa. As palavras do líder e porta-voz do povo indígena Yanomami, Davi Kopenawa Yanomami, são amazónicas; estão no livro A Queda do Céu, estão nos filmes em que participou, acompanham a exposição retrospetiva da fotógrafa Claudia Andujar, estão nos meios de comunicação social e nas redes sociais. São palavras que transmitem um conhecimento profundo dos mitos ancestrais e de como estes podem atuar na contemporaneidade; são advertências e denúncias, que se transformam em manifesto e, por vezes, em profecia. Kopenawa dirige-as ao povo da mercadoria, mas não são para trocar por estas, sugerem uma inversão de sentido no pensamento dos não-indígenas em direção à Natureza e à Amazónia, em particular.

06.06.2022 | por Anabela Roque

Cenas do Gueto I Barril de Pólvora

Cenas do Gueto I Barril de Pólvora A história do Sr. Vítor encontra muitos paralelos com a de outros imigrantes, marcada pelo trabalho nas obras, as dificuldades em continuar os estudos e a habitação precária. A história da Quinta Mocho, onde vive o Sr. Vítor, tem muitas semelhanças com a de outros “bairros sociais” da periferia de Lisboa. O modelo de realojamento ali adotado não incorporou a opinião dos moradores e acabou por reproduzir as lógicas de silenciamento, imposição e exclusão entre aqueles que vivem em regime de subalternidade urbana.

18.05.2022 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto I Street art tour

Cenas do Gueto I Street art tour Durante os tours de street art o enfoque nas obras artísticas vai para “segundo plano” diante da curiosidade dos turistas pelo quotidiano multicultural da Quinta do Mocho. Nesse processo, o guia Kally promove uma “curadoria informal”, articulando em suas falas representações alternativas sobre o bairro com elementos estéticos que não raramente dialogam com o sonho de uma sociedade mais justa.

12.05.2022 | por Otávio Raposo

Arquivo audiovisual do BUALA no Youtube

Arquivo audiovisual do BUALA no Youtube O arquivo audiovisual do BUALA está agora disponível no Youtube. Pode encontrar todos os episódios de Temos de Falar, momentos do projeto ReMapping Memories, reportagens feitas no Festival Música do Mundo e muito mais. Subscreva e não perca os conteúdos internacionais das mais vastas áreas.

28.04.2022 | por vários

Cenas do Gueto I My eyes are fucking black

Cenas do Gueto I My eyes are fucking black O ritmo é pesado, a mensagem também. Nem tudo são “flores” na Quinta do Mocho. A música é de Dollar Americanni Strong que, junto com B Fox Kamin, improvisam uma performance de desabafo e transgressão para a câmara.

22.04.2022 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto I Fé

Cenas do Gueto I Fé Com igrejas evangélicas, adventista, católica e, inclusive, uma mesquita, a Quinta do Mocho é um lugar de fé. No coração do bairro, a sua praça principal serve de local de culto, em que manifestações rítmicas e corporais traduzem a vontade dos seus participantes de se comunicar no campo espiritual.

04.04.2022 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto I Tempo para estar com os filhos

Cenas do Gueto I Tempo para estar com os filhos O tempo tem os seus contrastes na Quinta do Mocho: da mãe que de emprego em emprego pouco tempo dispõe para estar com os filhos, às densas sociabilidades entre vizinhos que fazem da entrada dos seus prédios um ponto de encontro. Com tempo ou sem tempo, uma coisa é certa no bairro: a rotina deve ser quebrada.

30.03.2022 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto | Aniversário Kebrada 55

Cenas do Gueto | Aniversário Kebrada 55 Antigo coletivo de artistas da Quinta do Mocho, Kebrada 55 tornou-se também o nome de um bar, onde DJs, rappers e kuduristas se reúnem para conviver e pôr em ação as suas inovações musicais.

17.03.2022 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto I Associação Mocho +

Cenas do Gueto I Associação Mocho + Recusando a imagem comum que associa a Quinta do Mocho a um território de pessoas incivilizadas e “sem cultura”, os jovens querem contribuir para o bem-estar do bairro.

24.02.2022 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto I Descascar o milho

Cenas do Gueto I Descascar o milho As ruas da Quinta do Mocho são locais de intenso convívio. Nelas, as tias vendem maçaroca na brasa, pastéis de milho, torresmo, frango no churrasco, e, claro, bebidas para acompanhar. O sorriso dessas mulheres sinaliza a simpatia que é comum a todo bairro.

21.02.2022 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto I Concerto

Cenas do Gueto I Concerto Da periferia ao centro de Lisboa, a música transita, e com ela reinventa-se uma cidade a partir de novos saberes, imaginários e pertencimentos promotores de uma cultura negra e africana. Em palco, PekaGboom e Bráulio Pitra saúdam os países africanos de língua oficial portuguesa, conclamando a todos a valorizarem a sua história.

17.02.2022 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto I Putos do Mocho

Cenas do Gueto I Putos do Mocho À boleia da street art, a Quinta do Mocho soube dar a volta aos estereótipos, ressignificando a vida no gueto para exaltar as qualidades do território e de seus habitantes.

24.01.2022 | por Otávio Raposo

Cenas do Gueto I A vida preta do negro

Cenas do Gueto I A vida preta do negro “Ainda somos escravizados na sociedade moderna, mas houve muitos grandes homens que morreram para hoje estarmos aqui a gozar dessa liberdade”, diz PekaGboom. Bráulio concorda, e evoca a importância do 25 de abril. As revoluções são ensinamentos e também uma urgência, pois o quotidiano de racismo, precariedade e salários indignos permanece. “Vida preta do negro” é o manifesto.

22.12.2021 | por Otávio Raposo

Nossa Senhora da Loja do Chinês

Nossa Senhora da Loja do Chinês Novo filme da Geração 80, NOSSA SENHORA DA LOJA DO CHINÊS, escrito e realizado por Ery Claver, terá sua Estreia Mundial em Janeiro de 2022, na 51ª edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdão.

22.12.2021 | por vários

Cenas do Gueto I A cor do rap

Cenas do Gueto I A cor do rap No tabuleiro do rap haverá uma cor que identifique este estilo musical? As peças de damas de PekaGboom e Bráulio estão posicionadas, uma partida que inspira reflexões sobre as origens do rap, a identidade e a cultura.

15.12.2021 | por Otávio Raposo