O silêncio é o estampido de uma selva farta

O silêncio é o estampido de uma selva farta Mas então porque o silêncio, por si só, é assim tão vangloriado e enaltecido, enquanto a voz, por sua vez tão demonizada, ou diabolizada como medíocre e menor? Isto ocorre justamente porque o silêncio quando não é dialético torna-se reacionário. E que este teor falacioso e unitário do silêncio, por ele mesmo, é instrumentalizado de forma equivocada e conveniente, porque o silêncio de alguns é o projeto de projeção da voz de outros.

Mukanda

29.11.2022 | por Manuella Bezerra de Melo

O kuduro no Fim do Mundo, e na cabeça, corpo, boca de Gio Lourenço

O kuduro no Fim do Mundo, e na cabeça, corpo, boca de Gio Lourenço O corte simboliza a situação do que aconteceu comigo com a minha cicatriz. Foi em Luanda. A festa é já cá em Portugal no bairro Fim do Mundo, as festas que a minha mãe fazia. A amnésia são partes em que busco coisas no subconsciente.

Cara a cara

28.11.2022 | por Marta Lança

"Resistência Visual Generalizada”: algumas reflexões críticas para recordar o passado do século XX na luta contra o presente neo-liberal

"Resistência Visual Generalizada”: algumas reflexões críticas para recordar o passado do século XX na luta contra o presente neo-liberal Se outros sistemas económicos e sociais caíram no passado, porque é que o capitalismo não pode acabar, mais tarde ou mais cedo? Porque não levantar essas questões, geralmente declaradas como "impossíveis" de resolver? Por vezes, pensamos nas organizações económico-políticas das sociedades como estruturas imutáveis, as formações guerrilheiras não o fizeram, mesmo quando tudo podia parecer perdido. Sonhando e praticando sonhos, as utopias tornam-se realidade.

Vou lá visitar

23.11.2022 | por Francesco Biagi

Caro amigo branco (da privilegiação)

Caro amigo branco (da privilegiação) Com frequência é ignorado que não és o culpado do estado das coisas, apenas um beneficiário, ativo ou passivo, de um sistema de enganos criados e estruturados para reduzir a cacos determinados fulanos quando não são brancos. E quando não fazes parte dos prejudicados, és um privilegiado. Quando não tens de lidar com uns quantos obstáculos só pelo facto de seres branco, é isso, bacano, que é chamado de privilégio branco.

A ler

17.11.2022 | por Marinho de Pina

Projeto Popular, de Ícaro Lira

Projeto Popular, de Ícaro Lira O sufocamento de vozes insurgentes está todo aqui. Nesses arquivos, fotografias, pedaços de jornal, projetos sociais e manifestações populares. São todos parte da cartografia proposta por Ícaro Lira. Dos estopins causadores das revoltas - não deixando silenciar seus respectivos processos sociais de ruptura – ao esmagamento violento por parte do Estado.

Mukanda

15.11.2022 | por Beatriz Lemos

“Para pôr som é preciso fazer a leitura das pessoas”, entrevista ao artista e Dj Lucky

“Para pôr som é preciso fazer a leitura das pessoas”, entrevista ao artista e Dj Lucky A instalação é o pretexto para falarmos da sua trajetória de vida. Equilibrista entre várias culturas, vive há 31 anos numa Lisboa agora mais aberta e diversa, abertura e diversidade para as quais pessoas como Lucky tanto contribuíram, desde construí-la a pô-la a dançar. Uma cidade de momentos duros, mas de encontros e possibilidades com os quais foi crescendo. Neste texto, são as memórias de Dj Lucky que nos conduzem, entre várias pistas de som, de quisange, semba e afroblues, e várias pistas no chão, de Kinshasa ao bairro da Graça, passando por Luanda, Cova da Moura e Bairro Alto.

Cara a cara

15.11.2022 | por Marta Lança

A Revolução Mahsa Amini

A Revolução Mahsa Amini Em resposta e apoio a esta repressão e contestação popular, a União Europeia tem o dever de agir e apoiar os direitos das mulheres do Irão, em particular e, em geral, apoiar os cidadãos deste país do Médio Oriente. A União Europeia, um dos maiores blocos económicos mundiais e líder internacional na defesa dos Direitos Humanos e da Democracia, tem à sua disposição várias ferramentas que podem colocar em ação o quanto antes.

Jogos Sem Fronteiras

08.11.2022 | por Rui Martins

Tela d'Pano Terra: Mostra Inédita de Cinema Caboverdiano chega a São Paulo pela mão do Nicho 54

Tela d'Pano Terra: Mostra Inédita de Cinema Caboverdiano chega a São Paulo pela mão do Nicho 54 A quarta edição do festival negro de cinema NICHO Novembro acontece na cidade de São Paulo de 4 a 13 de novembro de 2022. Este ano, o festival inclui como país convidado, Cabo Verde, com uma curadoria alargada intitulada Tela d’Pano Terra: Nova Onda Cabo Verde, de 7 a 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. A curadoria do Tela d'Pano Terra vem demonstrar o potencial de um setor do audiovisual pujante, ambicioso e aspiracional, ainda emergente mas apostado na disseminação do cinema de Cabo Verde e no reconhecimento e amplificação da marca desse país-arquipélago que nutre relações estreitas com o Brasil. Vem também potenciar e evidenciar os significativos impactos sócio-económicos diretos e indiretos do setor – nomeadamente na diversificação da economia e na expansão da economia do conhecimento e da cultura.

Afroscreen

05.11.2022 | por P.J. Marcellino

A internet é afropolitana, entrevista com Achille Mbembe

A internet é afropolitana, entrevista com Achille Mbembe Achille Mbembe discute a história e o horizonte da comunicação e identidade digital no continente africano com Bregtje van der Haak. Mbembe sugere que o que alguns consideram a explosão da Internet é, na verdade, apenas a continuação das antigas culturas na nova era do Afropolitanismo.

Cara a cara

04.11.2022 | por Bregtje van der Haak

Ângela Mingas: Recuperar o passado, propor para o futuro

Ângela Mingas: Recuperar o passado, propor para o futuro Quando começou a perceber a apatia que existia em relação à defesa do património de Luanda, Ângela Mingas descobriu também que o seu trabalho não teria só a ver com arquitectura. Nem sequer com história. Era uma coisa do presente e, para a qual, toda a sociedade teria que ser chamada. Fala em mudança de mentalidades e é esse o trabalho mais difícil.

Cidade

04.11.2022 | por Susana Moreira Marques

Uma impressão da Documenta Fifteen

Uma impressão da Documenta Fifteen Sempre identificada com ousadias, ou, como se verifica na imprensa internacional, marcadas com “polémicas” e mesmo “escândalos”, o evento é entre os maiores e mais importantes no mundo da arte. Esta décima-quinta edição, recentemente realizada, não foi isenta de um “escândalo”: a unanimidade da imprensa alemã no seu julgamento de anti-semitismo.

A ler

02.11.2022 | por Cheong Kin Man

Reflexões sobre “A Utopia no Romance 'Biografia do Língua', de Mário Lúcio Sousa”, de João Paulo Tavares de Oliveira - parte II

Reflexões sobre “A Utopia no Romance 'Biografia do Língua', de Mário Lúcio Sousa”, de João Paulo Tavares de Oliveira - parte II No primeiro capítulo intitulado “A Literatura Cabo-Verdiana em Face das Outras Literaturas Africanas de Língua Portuguesa”, o autor intenta contextualizar, com sucesso, o surgimento da escrita de autoria caboverdiana e, em especial, da literatura de marca identitária caboverdiana no quadro mais vasto das escritas de autoria lusógrafa africana e das literaturas africanas de língua portuguesa.

A ler

01.11.2022 | por José Luís Hopffer Almada