ANATOMILIAS de Paulo Kussy

ANATOMILIAS de Paulo Kussy A necessidade ou dependência do homem do nosso tempo em relação à máquina e a frieza constatada na ausência de sensibilidade face a situações de doença, miséria, desemprego, guerra e outros problemas sociais actuais são o centro da produção artística do jovem criador angolano Paulo Kussy. Nas suas telas habitam seres híbridos, intrigantes, fundidos numa só figura, homem, mulher e máquina fazem num casamento inusitado, esteticamente conseguido. A transfiguração: homens que são mulheres e que também são máquinas, um retrato interessante da vida contemporânea, que podemos encontrar em qualquer cidade do mundo, em Luanda ou Joanesburgo, Lisboa ou Paris

Cara a cara

31.05.2010 | por Benjamim Sabby

Marrabenta: evolução e estilização 1950-2002

Marrabenta: evolução e estilização 1950-2002 A Marrabenta é o principal ritmo musical de Moçambique, bem no coração da sua identidade. Ritmo urbano, a sua estilização deve-se a pessoas urbanizadas que, distantes do seu meio social e cultural e sujeitos à influência da cultura ocidental, criaram este ritmo, pegando noutros já existentes como a Magika, Xingombela e Zukuta. Começou no final dos anos 30, mas será na década 50 que se tornaria popular com conjuntos como Djambu, Hulla-Hoope Harmonia.

Palcos

31.05.2010 | por Rui Guerra Laranjeira

Condição humana - o fotógrafo José Cabral

Condição humana - o fotógrafo José Cabral José Cabral chegou por uma via original a essa história colectiva, praticando com um pai amador de fotografia e cinema – e, por sinal, também teve um homónimo avô paterno que foi governador (1910-1938) e um parque com o seu nome na velha capital (hoje Parque dos Continuadores). Começou pela fotografia de cinema e aliou a prática de foto-repórter a programas documentais menos determinados pela urgência. A seguir, terá sido o primeiro a distanciar-se da dinâmica jornalística, e tornou muito claro esse desafio com a escolha das obras para a exposição "Iluminando Vidas"

Cara a cara

28.05.2010 | por Alexandre Pomar

GAR

GAR “Geo-archaeological research” (GAR) é uma investigação que teve início em Weimar, Alemanha, e que apresenta já outras fases e locais de pesquisa e trabalho de campo. Esta investigação tenta compreender determinados fenómenos geológicos intercontinentais, propondo a hipótese de uma falha geológica na Europa com várias outras repercussões.

A ler

28.05.2010 | por Tânia da Fonte

“Crioulo”: usar com cuidado

“Crioulo”: usar com cuidado Os Crioulos são línguas plenas, com um grau de complexidade, de dinamismo e de eficácia que em nada as distingue das restantes línguas naturais, como o Português, Inglês, Japonês ou outra, cujos recursos infinitos garantem a total satisfação das necessidades de comunicação dos seus falantes. Apesar disso, ainda vão existindo demasiados equívocos quanto à competência destas línguas, nascidas há poucas centenas de anos do contacto entre línguas europeias e africanas.

A ler

28.05.2010 | por Fernanda Pratas

Sítios e instituições de memória do mundo negro

A história de África subsaariana foi marcada, por volta do fim do primeiro milénio da nossa era, por um interminável movimento de deportação de mão-de-obra cativa, embarcada ao longo da costa suaheli para o intra ou o além-Oceano Índico. Este fenómeno de expatriação forçada e de submissão social teria a sua réplica nas regiões sahelianas ou sub-sahelianas, onde centenas de milhares de homens, de mulheres e de crianças seriam instalados no setentrião do continente.

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27.05.2010 | por Simão Souindoula

Nova Luanda embalada - Paulo Flores

Nova Luanda embalada - Paulo Flores Paulo Flores é um cantor angolano e uma referência na geração de jovens artistas que trabalham a música popular moderna. Falámos com ele quando lançou «ExCombatentes», três discos que marcam uma viragem na sua carreira. Flores mergulha o Mundo em Angola e leva a música mais longe do que poderíamos esperar.

Cara a cara

27.05.2010 | por Carla Isidoro

Libertação nacional e cultura

Libertação nacional e cultura Centraremos a nossa conferência num problema essencial: as relações de dependência e de reciprocidade entre a luta de libertação nacional e a cultura. Se conseguirmos convencer os combatentes da libertação africana e todos os que se interessam pela liberdade e pelo progresso dos povos africanos da importância decisiva deste problema no processo da luta, teremos rendido uma significativa homenagem a Eduardo Mondlane.

Mukanda

27.05.2010 | por Amílcar Cabral

A lusofonia é uma bolha

A lusofonia é uma bolha Que identidades culturais partilham estes países para além da especificidade da língua (que já é muito) e do destino de emigração ser a antiga metrópole? Porque têm de ser tomados em conjunto, como um pacote de países, estas diferentes culturas a quem aconteceu terem sido esquartejadas em países colonizados pelo mesmo poder central? E de que se trata quando se pretende fortalecer a “nossa forma de estar no mundo”? Que olhar é esse nosso olhar? Quem é este nós? À partida um ‘nós’ é feito de coisas muito diversas e, se referido ao português, devia ser o oposto de um motivo de orgulho.

Jogos Sem Fronteiras

26.05.2010 | por Marta Lança

O sincretismo de Gregory Maqoma

O sincretismo de Gregory Maqoma Gregory Maqoma, bailarino e coreógrafo sul-africano, utiliza a sua origem para a construção de uma identidade artística. “Beautiful Me”, coreografia apresentada em Luanda (2009) numa interpretação a solo, traduz as suas preocupações sobre a sociedade sul-africana e os poderes político nos destinos do mundo.

Cara a cara

25.05.2010 | por Joana Simões Piedade

Filmografia Ruy Duarte de Carvalho

Filmes realizados pelo autor.

Ruy Duarte de Carvalho

24.05.2010 | por Buala

Já dizia Jacques Rigaut: "pensar é uma ocupação de pobres"

Já dizia Jacques Rigaut: "pensar é uma ocupação de pobres" A hora agora é a de detonar um novo Big Bang do norte ao sul da dimensão que nos apreende, mas de mansinho. Passarão meses, anos, ou talvez séculos e milénios até as cinzas se tornarem húmus, o húmus se tornar pedra, e a pedra se desfazer em petróleo. Quando isso acontecer já não serão cinzas nem haverá caras que custem a recordar, serão finalmente alicerces de um mundo discrepante, orfão de outras perguntas e respostas. Neste tempo de Ubus, aproveitemos enquanto o sangue ainda for inflamável; desperdicemo-lo no teatro.

Palcos

24.05.2010 | por Andreia Farinha

A desmedida de Kiluanji Kia Henda - da Trienal de Guangzu à Experimenta Design: dois projectos

A desmedida de Kiluanji Kia Henda - da Trienal de Guangzu à Experimenta Design: dois projectos Kiluanji Kia Henda tem vindo a expor internacionalmente – de Guangzhou à Cidade do Cabo, de Nairobi a Veneza - o que desvincula o seu trabalho de uma legitimação que passaria exclusivamente pelas capitais da arte contemporânea do Ocidente. Outro dos traços singulares do seu percurso é que até agora, a apresentação do seu trabalho não tem passado pela legitimação no “pequeno” mundo da “ex-metrópole”, Lisboa. Enquanto artista de nacionalidade angolana, e portanto, de um país hoje independente, o seu art world’s tem estado alheio a um conjunto de políticas culturais que têm a língua portuguesa como ligação, e que insistem em mostrar a arte e respectivos artistas em circuito fechado, itinerando pelas ex-colónias e a ex-metrópole.

Cara a cara

23.05.2010 | por Marta Mestre

Dança contemporânea africana: uma oposição criativa às imagens estereotipadas da africanidade

Dança contemporânea africana: uma oposição criativa às imagens estereotipadas da africanidade De que modo a dança africana e a corporalidade considerada africana são usadas enquanto meio estético em práticas culturais comuns à Europa? Que imagens da dança e performance africanas são criadas pelo discurso europeu? Na perspectiva africana, aborda-se as (re)acções e escolhas individuais dos bailarinos e coreógrafos africanos face a vários desafios. Terá o discurso europeu grande influência nas decisões dos bailarinos e coreógrafos africanos?

Palcos

23.05.2010 | por Nadine Siegert

Que África escreve o escritor africano?

Que África escreve o escritor africano? Os intelectuais africanos não têm que se envergonhar da sua apetência para a mestiçagem. Eles não necessitam de corresponder à imagem que os mitos europeus fizeram deles. Não carecem de artifícios nem de fetiches para serem africanos. Eles são africanos assim mesmo como são, urbanos de alma mista e mesclada, porque África tem direito pleno à modernidade, tem direito a assumir as mestiçagens que ela própria iniciou e que a tornam mais diversa e, por isso, mais rica. É preciso sair dessa armadilha.

Mukanda

23.05.2010 | por Mia Couto

Nós matámos o cão tinhoso!

Nós matámos o cão tinhoso! Quantos destinos nos abandonam ao entrarmos no caminho dos homens? Quantos caminhos abandonamos no destino que seguimos? Invocamos o coro e a estrutura das tragédias para traçar o conflito que a todos nos percorre. O conflito que se ergue entre aquilo a que aspiramos e aquilo que fazemos, entre o que lembramos e o que crescemos, entre o que amamos e o que tememos. Pois ao olharmos o cão tinhoso vemos também o cão que somos, o cão do medo, o cão da guerra, o cão colonizado, o cão colonizador, o cão coragem, o cão da decadência, o cão de fantasia, o cão da ingenuidade, o cão criança adulta, o cão fatalidade. Porque todos os gestos que desenhamos no exterior já aconteceram antes disso dentro de nós. E aquilo que ao mundo damos, seja morte ou seja amor, só a nós oferecemos em silêncio. Mas quando o destino nos escolhe, qual é o destino que escolhemos?

Palcos

23.05.2010 | por teatro o Bando

Entre o movimento negro e marxismo: genealogia intelectual de uma época

Entre o movimento negro e marxismo: genealogia intelectual de uma época É útil traçar uma genealogia do internacionalismo negro para ajudar perceber o processo da sua formação. As independências de África, além da acção de africanos e africanos na diáspora, devem-se a um conjunto de mudanças estruturais. Se colocarmos a emergência do internacionalismo negro numa perspectiva mais vasta isso permitir-nos-á compreender a mudança de paradigma operada entre os finais do séc. XIX e princípios do séc. XX.

A ler

22.05.2010 | por António Tomás

Fui lá visitar artistas... contextos artísticos nos Camarões

Fui lá visitar artistas... contextos artísticos nos Camarões África é transmitida como uma imagem sobredeterminada. Quer isto dizer, um lugar capaz de plasmar a abundância dos discursos que circulam, os desígnios para o continente, e as situações de natureza traumática. Dentro e fora, na disseminada geografia que a designa, África tem sido um espaço de ambivalência que ainda polariza questões fundamentais como os direitos humanos, a igualdade racial, o apartheid, a subalternidade, a hibridização, a mixagem, a deslocação de pessoas e culturas.

Vou lá visitar

20.05.2010 | por Marta Mestre

Tendência do Teatro em Cabo Verde - com os pés nas ilhas e os olhos nas estrelas

Tendência do Teatro em Cabo Verde - com os pés nas ilhas e os olhos nas estrelas O Festival Mindelact, todos os Setembro em S. Vicente, é a época alta da temporada teatral cabo-verdiana. Em duas semanas, pode ver tantos espectáculos como nos restantes meses, e das 9 ilhas habitadas do arquipélago! Os grupos em actividade, sendo já conhecidos e tendo conquistado um público adepto, são cada vez exigentes. Mindelo, é, pois, o centro catalizador do teatro em Cabo Verde, ponto de encontro e confronto de diferentes caminhos traçados por uma paixão comum.

Palcos

20.05.2010 | por João Branco

Dar a ver o que tem andado a dar a ler, Ruy Duarte de Carvalho

Dar a ver o que tem andado a dar a ler, Ruy Duarte de Carvalho O ciclo dedicado a Ruy Duarte de Carvalho, em Fevereiro de 2008, tornou mais visível o caso raro de “um grande escritor de língua portuguesa, cuja obra se distribui por diversos campos de actividade – permitindo uma abordagem multidisciplinar ao seu universo.”, como referiu Mega Ferreira, seu impulsionador.

Ruy Duarte de Carvalho

18.05.2010 | por Marta Lança

"Família Alcântara" – a saga de uma produção cinematográfica

"Família Alcântara" – a saga de uma produção cinematográfica Comecei a sofrer com a falta do ensino da história da África e dos afro-descendentes na faculdade. Já trabalhava como assistente de produção cinematográfica e, se desde criança me incomodava muito a (ausência da) representação dos negros nos meios de comunicação brasileiros, como produtora isso passou a me incomodar muito mais. Para sair daquela letargia, senti que tinha que perseguir o sonho de realizar meus próprios filmes. Mas... por onde começar?

Afroscreen

17.05.2010 | por Lilian Solá Santiago

“Catembe” ou queixa da alma jovem censurada

“Catembe” ou queixa da alma jovem censurada Filmado em 1965, “Catembe”, é um documentário de ficção realizado por Manuel Faria de Almeida sobre o quotidiano de Lourenço Marques. O transgressor da obra foi ter sido a primeira interpretação crítica da realidade colonial portuguesa. Após a censura da obra original – com 103 cortes e destruição da parte censurada - a segunda versão foi proibida. Dos seus 2400 metros originais restou metade pelo que figurou no Guinness Book of Records como o filme alvo de mais cortes por parte da censura na história do cinema.

Afroscreen

16.05.2010 | por Maria do Carmo Piçarra

Reverberações lusotropicais: Gilberto Freyre em África 1 - Cabo Verde

Reverberações lusotropicais: Gilberto Freyre em África 1 - Cabo Verde O episódio mais controverso de "Aventura e rotina" foi a breve visita realizada por Gilberto Freyre a três ilhas do arquipélago, S. Vicente, Santiago e Sal. Esta visita era aguardada com grande expectativa por parte da intelectualidade cabo-verdiana aglutinada em torno da revista Claridade. (...) Pouco tempo depois da publicação de Aventura e rotina, Baltasar Lopes refutou ponto por ponto as observações feitas por Gilberto Freyre nas questões do Criolo, a identidade cultural cabo-verdiana, gastronomia, arte popular, a caracterização do tipo de mestiçagem que houve no arquipélago, assim como a comparação cultural feita por Freyre entre Cabo Verde e as Antilhas.

A ler

16.05.2010 | por Fernando Arenas