Se a lusofonia é uma tão polémica utopia, a 1ª edição do Roça Língua, residência de escrita criativa, parece dar-lhe alguma consistência nas áreas que pode ser mais interessante: a cultura e a História. Encontrado o lugar certo para implantar uma residência de escrita e partilha, a ilha de S.Tomé, através da Roça Mundo, recebeu estas gentes ligadas à palavra que viveram numa espécie de música de fundo permanente de estórias e risos.
07.11.2011 | por Marta Lança
A praça Yon Gato, na cidade de S.Tomé, situada em frente ao gabinete do primeiro-ministro, transformou-se, nestes dias da 6.ª Bienal Internacional de Arte e Cultura, ao acolher a exposição URB.STP, num palco para as artes plásticas. O evento está na rua, próximo dos cidadãos comuns, e procura interagir com as centenas de pessoas que cruzam diariamente o local nos seus afazeres.
07.11.2011 | por Juvenal Rodrigues
"Incorporações" exposição comissariada por Roberto Conduru para o Festival Internacional de Artes da Europa -Europalia. Brasil 2011- , em Bruxelas, apresenta obras que, em diferentes meios, articulam-se a dimensões africanas da cultura brasileira. Descontinuidade e impureza caracterizam este variado conjunto, elaborado por artistas, afrodescendentes ou não, de variados contextos do país, a partir de diferentes princípios artísticos e visões de mundo.
26.10.2011 | por Roberto Conduru
A exposição “Uma geração – Várias Linguagens” induz-nos à necessidade de novos referenciais para se pensar o país e o mundo contemporâneo, cada vez mais interdependente devido às transformações produtivas, financeiras, demográficas e tecnológicas que caracterizam a globalização.
18.10.2011 | por Benjamim Sabby
Qual é o efeito do marketing comercial onde há elevados níveis de pobreza? O que faz com que as empresas inseridas num contexto de fragilidade social, económica, e de escassez de recursos tais como a energia eléctrica, água potável, com a maioria da população vivendo com menos de dois dólares por dia e com a incerteza de receber o salário mensal escolham o sector de telecomunicações para investirem?
12.10.2011 | por Alexandre Na Lamba, Lucy Monteiro e Miguel de Barros
Actualmente é notório, em várias sociedades, o preconceito no que diz respeito ao cabelo natural dos negros. Na sociedade angolana, à semelhança de várias outras, o preconceito e a pressão exercida sobre quem usa o cabelo natural é gritante há vários anos e tende a ser cada vez maior.
10.10.2011 | por Hindhyra Mateta
Eu noto sobretudo que a Liga árabe abandonou Kadafi muito depressa ao passo que a União Africana, de pois de ter trabalhado sem sucesso para uma solução política, procurar impor a si mesma um prazo decente agora que tudo parece perdido. Isso significa que a guerra civil líbia poderia marcar uma reviravolta nas relações entre a África subsariana e o mundo árabe. Estas relações nunca foram simples, todos o sabem, ainda que por pudor se tenha evitado sempre olhá-las de demasiado perto.
03.10.2011 | por Boubacar Boris Diop
Quis mostrar uma visão de fora sobre os angolanos que nunca são vistos nas notícias, nas capas dos jornais, ou na imprensa cor de rosa. Não pertencem ao Jet Set, nem vivem na miséria que se pensa. São pessoas comuns, em várias situações do seu dia a dia, algumas pousando, outras entrando no momento certo no enquadramento ideal, e outras ainda a meio do seu trabalho ou lazer.
18.08.2011 | por Joost De Raeymaeker
Alta de Lisboa, Miratejo, Arrentela, Cova da Moura. Nas duas margens do Tejo multiplicam-se bairros, fortemente marcados por difíceis condições de vida, em que os jovens ensaiam formas de organização colectiva que reforçam as comunidades em que se inserem. O associativismo, nomeadamente ligado ao hip-hop e ao rap, enfrenta também o desafio do relacionamento com projectos de instituições exteriores aos bairros.
18.08.2011 | por António Brito Guterres e Frederico Ágoas
Como é um alivio não ter que gramar com anúncios photoshop. É descansativo para a cabeça.
Cada um pinta na parede o que tem para oferecer e pronto. E há um verdadeiro mercado de especialistas em pintura de anúncios de parede, e há pátios cheios de chapas de madeira e metal com anuncios de corte de cabelo e venda de unhas de gel prontos a colocar. Entrar num centro de implantação de dentes postiços na penumbra e perceber que está forrado de pinturas do tecto ao chão pode ser um espantamento.
08.06.2011 | por Manuel Bivar
Com ousadia, embora em condições bem diferentes, cada vez mais jovens brancos se aventuram na África do século XXI. Ignorando pacotes de férias que trancam os turistas em resorts esterilizados, deambulam nas suas próprias explorações, num improviso preparado com informação das redes e guias de bolso. Mochila às costas, circulam por países em paz que admitem algum atrevimento. Esta forma de viajar permite conhecer de perto os africanos e as suas vidas, em vez de se ficar apenas pela convivência com o mar cristalino e os animais selvagens.
04.06.2011 | por Nuno Milagre
Como vão as relações da arte portuguesa com o passado colonial de Portugal e o pós-colonialismo? "Carlos Cardoso - directo ao assunto", a exposição de Ângela Ferreira na Galeria Filomena Soares , não oferece respostas, mas reaviva uma velha e por vezes esquecida discussão. Muito bem-vinda numa altura em que o país suspira de novo pela sua Europa.
02.06.2011 | por José Marmeleira
Praia Pop são agrupamentos juvenis sociais semi-estruturados, ligados pela (contra) cultura e solidariedades colectivas, detentores de estilos de vida anti-sistema, estigmatizados e criminalizados. Provocadores sociais, denunciadores públicos dos males sociais, guiados por flashes de adrenalina e de afirmação identitária.
10.05.2011 | por Dudu Rodrigues e Redy Wilson Lima
Entre os acontecimentos artísticos do verão de 2011 no Rio de Janeiro, pode ser destacado um conjunto de eventos não previamente articulados entre si, deflagrador de um breve e esparso, porém significante, 'momento' África.
Conjunto cujas conexões podem ser facilmente delineadas, mas que ficam mais perceptíveis a partir da atração exercida por um pólo de força: a programação Terceira Metade. Realizado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com curadoria de Luiz Camillo Osório e Marta Mestre, Terceira Metade possibilitou ao público brasileiro ver 'Celebrações/Negociações – Fotógrafos africanos na coleção Gilberto Chateaubriand', com obras de Seydou Keïta, Jean Depara, J. D. 'Okhai Ojeikere, Malick Sidibé e Ambroise Ngaimoko, com a curadoria de Cezar Bartholomeu e Marta Mestre.
07.05.2011 | por Roberto Conduru
As obras de Seydou Keïta, Jean Depara, J.D. 'Okhai Ojeikere, Malick Sidibé e Ambroise Ngaimoko, presentes na coleção Gilberto Chateaubriand, constituem um recorte intrigante da ‘era de ouro’ da fotografia africana. As obras expressam projetos estéticos de qualidade que consolidam um olhar sobre a mentalidade e cultura africanas. Entretanto, é preciso compreender que a coesão das obras resulta, sobretudo, de condições semelhantes de produção. Nesse sentido, o título indica a necessidade de posicionar-se emotiva e criticamente, pondo em questão o mito da unidade do continente africano a partir da ambiguidade que caracteriza a fotografia: arte e ciência.
04.05.2011 | por Cezar Bartholomeu
Extrapolando a crítica às demandas do mercado de arte e da indústria cultural com relação à África, esses artistas - Romuald Hazoumé, Dominique Zinkpé e Gérard Quenum - se mostram irrestritos ao ensimesmamento da arte contemporânea, embora não alheios à sua problemática. Assim, não deixam de questionar os processos nos quais as realizações de artistas da África, em geral, e do Benim, em particular, se inserem e são assimiladas nos sistemas de arte e cultural
02.05.2011 | por Roberto Conduru
As ruas do Brasil estão cheias de soluções de design surpreendentes, feitas por pessoas levadas apenas por pura necessidade humana. Adélia Borges escreve sobre um novo espaço de exibição que celebra uma cultura de design de diversidade.
29.04.2011 | por Adélia Borges
a Cidade do Cabo parece viver dentro do slogan para carros dos anos 60 que mostrava a ligeireza da vida de uns poucos sul-africanos: barbecues, rugby, sol, Chevrolet… Porém, fora da África funcional que cuidadosamente afastou a miséria lá para os confins, por detrás da luz que desce das montanhas com nome de mesa (Table Mountain), desalojando os pobres do centro, a realidade é outra. Percebemos o sentimento de Mandela quando, nos anos 40, descobriu o sofrimento da exploração na golden city Joanesburgo e entregou o peito à luta política. E agora, nesse mesmo país de Nadine Gordimer e de J. M. Coetzee, africanos ou, antes, os kwerekwere – termo ultrajante para «estrangeiro» são queimados e mortos.
27.04.2011 | por Marta Lança
No país que tem uma Kalashnikov na bandeira, percorríamos um longo caminho a pé, íamos ao encontro de um músico para gravar temas seus para a banda sonora de um documentário. Tobias Dzandiwandira, talento praticamente desconhecido, ou não vivesse ele com a sua extensa família a hora e meia de caminho da estrada mais próxima, no centro oeste de Moçambique, já perto do Zimbabué.
21.04.2011 | por Nuno Milagre
Partindo da ideia do universalismo do conceito de “amizade” e “viagem”, dois artistas, um escritor e um fotógrafo, um português e um angolano, propõem-se passar sete noites e um dia atravessando algumas províncias angolanas. Em busca de materiais visuais, humanos e de escrita.
18.04.2011 | por Ondjaki e Jordi Burch