Kalaf Angelo, um dos entusiastas do projeto Buraka Som Sistema, um dos responsáveis pela expansão além fronteiras do ritmo kuduro, lançou recentemente o seu primeiro livro, Estórias de Amor para Meninos de Cor. Com este ensaio, o músico angolano desafia a escrita em homenagem a Lisboa, cidade mulata que o fascinou desde que nela aterrou, depois de ter deixado Luanda nos anos 90. O autor prepara já o seu próximo título: um romance.
Cara a cara
29.02.2012 | por João Carlos
Filho de portugueses, não suportava o racismo e esteve cinco anos na luta armada pelo MPLA, combatendo os próprios primos. Começou a ensinar, trocou a arma pela caneta e tornou-se um dos grandes escritores angolanos, vencedor do Prémio Camões.
Cara a cara
16.01.2012 | por Pepetela
Glossário de palavras e expressões comummente utilizadas em Angola.
A ler
28.11.2011 | por vários
Deveria ser elaborada uma política linguística abrangente e articulada, de modo a fazer da diversidade nesse domínio uma mais-valia efectiva, o que pressupõe superar conceitos subjectivos, emocionais e equivocados, assim como eliminar os factores que apenas dificultam a desejada e necessária cooperação entre as línguas africanas e a língua portuguesa, como a dupla grafia.
A ler
25.11.2011 | por João Melo
"Cartas de Angola" é um filme sobre o que foi a presença dos cubanos em Angola. Angola nunca aparece fisicamente e é apenas uma referência na capacidade de evocação dos cubanos. Ou seja, o que eles se lembram do que foi a passagem por Angola. Ouvir esses cubanos falar sobre Angola, lembra, às vezes, pessoas acabadas de acordar que contam os seus sonhos ou pesadelos. É intenso.
Afroscreen
24.10.2011 | por António Tomás
A trama aborda como seria a vida dos indivíduos sobreviventes em um mundo em que muitas das regras anteriores não fazem mais sentido. Há reflexões constantes acerca do futuro da humanidade a partir daquele reduzido grupo e suas novas condições de vida.
A ler
13.10.2011 | por Kelly Mendes Lima
No início do CVAAR, eram nove os postos de trabalho. Na sua trajectória, a organização chegaria a ter um total de 27 postos, distribuídos em quatro zonas geográficas. Estruturas criadas para apoio logístico à luta armada de libertação nacional em território de Angola e aos refugiados angolanos.
A ler
24.09.2011 | por Associação Tchiweka de Documentação
Quem quiser ter uma ideia do que de novo se está a fazer em Angola, está no local certo. A exposição Ghostbusters, patente até dia 1 de Outubro de 2011 na Galeria Savvy em Berlim-Neukölln, trata da metáfora da memória enquanto fantasma na sociedade angolana pós-colonialista, pós-socialista e do pós-guerra.
Cara a cara
23.09.2011 | por Inês Thomas Almeida
Numa Angola que passa a existir como país, mas não como nação, tudo o que articule os cidadãos nas mesmas instituições tem importância para reforçar a consciência nacional. Passamos a perceber que estamos implicados numa mesma substância nacional quando nos sentimos implicados nas mesmas instituições quer sejam formais ou informais.
Ruy Duarte de Carvalho
17.09.2011 | por Ruy Duarte de Carvalho
As relações [entre Brasil e Angola] estão mais desenvolvidas do ponto de vista político e económico, e também no trânsito de pessoas de um lado para o outro. A parte cultural é onde há menos relacionamento, e deveria ser mais intenso. É verdade que alguns escritores (angolanos) vêm ao Brasil, e escritores brasileiros vão a Angola, ainda que raramente. Às vezes vai um músico, sai um livro, aparecem algumas coisas. Mas é muito pouco, tinha que ser muito mais.
Cara a cara
14.09.2011 | por Pepetela
É com intensa guerra de repressão em Angola, particularmente no norte, corpos expedicionários a partir de Portugal para Angola, e a PIDE a procurar controlar os africanos que se encontravam a estudar em Portugal, que se dá este acontecimento extraordinário: em Junho de 1961 saem de Portugal cerca de cem jovens das ex-colónias africanas, uma parte significativa deles, em duas acções que os levaram a atravessar o rio Minho, e todo o norte de Espanha, rumo a França, e a uma participação activa na longa guerra de libertação nacional dos seus países, que os conduziu à independência. O resultado foi a incorporação nos movimentos que lutavam pela independência de jovens que viriam a ser presidentes, ministros e intelectuais.
Mukanda
02.08.2011 | por Associação Tchiweka de Documentação
No rescaldo do Dia de África, a ATD prossegue a evocação de acontecimentos de 1961 com a "Conferência dos líderes nacionalistas de países africanos não independentes" (Winneba, Ghana, 28 de Junho a 05 de Julho), homenageando assim um grande líder africano: Kwame Nkrumah (1909-1972).
A ler
21.07.2011 | por Associação Tchiweka de Documentação
Angola porém, mesmo que até aqui não se tenha manifestado muito nos terrenos da análise social, existe ainda assim e também em relação a tal esfera de interesses. Só que à sua própria medida, quer dizer, "em grande" e sempre imprevisivelmente. É desta forma que, na sequência da constituição de uma associação de antropólogos e de sociólogos angolanos, está em curso em Luanda a criação de uma revista de ciências sociais. Chamado naturalmente a filiar-me na primeira, acedi também a integrar o conselho editorial da segunda. Como antes, e inapelavelmente, estou inserido no processo. De facto, embora possa contestar o bem fundado das verdadeiras intenções que terão levado à instituicionalização da associação, matéria que não desenvolverei aqui, nada tenho, em boa verdade, contra o aparecimento de uma tal formação de classe.
Ruy Duarte de Carvalho
11.07.2011 | por Ruy Duarte de Carvalho
A génese pluriétnica da cidade de Luanda exige uma visão estratégica que promova a multiculturalidade que, no caso específico, tem sido alvo de polémica em múltiplos sectores da sociedade civil.
Cidade
15.06.2011 | por Ângela Mingas
O amanhã era já hoje e por aquelas noites fora – no Kilamba, no If, no Kandandu, no Kudissanga, no Chá, no Marítimo, em Carnaxide e depois nos Combatentes, o teu silêncio cúmplice no calor dos papos transpirados mas cheios de verdade e de vontade, faziam-me pensar, estás a ver, o Cabé é o único de nós que aprendeu ser inútil esta vida de queixas e lamúrias. A vida é para viver.
Pai (Cabé):
Cara a cara
12.06.2011 | por Carlos Ferreira (Cassé)
O «diálogo» entre portugueses e africanos nas guerras do Congo e de Angola (séculos XVI-XVII). A motivação principal para os portugueses iniciarem seus contactos com as populações da África central foi, oficialmente, a conversão dos reis autóctones ao cristianismo. De facto, a evangelização das populações autóctones fazia parte das condições impostas pelo Papa às potências ibéricas quando repartiu o «mundo» entre eles (Tratado de Tordesilhas: 1494). Ora, uma leitura mesmo superficial dos relatórios portugueses da conquista da Área Congo-Angola demonstra que as preocupações que ocupavam realmente a atenção dos conquistadores eram bem diferentes. Nos matos e nas savanas de Angola desenvolveu-se uma guerra permanente entre os portugueses, ávidos de conseguir o maior número possível de peças para a exportação, e os «reis» ou senhores autóctones, que procuravam, embora de maneira amiúde contraditória, defender a sua soberania e também, às vezes, a sua própria posição no comércio escravista.
A ler
16.05.2011 | por Martín Lienhard
Partindo da ideia do universalismo do conceito de “amizade” e “viagem”, dois artistas, um escritor e um fotógrafo, um português e um angolano, propõem-se passar sete noites e um dia atravessando algumas províncias angolanas. Em busca de materiais visuais, humanos e de escrita.
Vou lá visitar
18.04.2011 | por Ondjaki e Jordi Burch
Entrevista realizada por chat, em vários momentos e dias diferentes, pontuada por quedas constantes da linha cibernética que desenha a triangulação transatlântica e ex-colonial entre Luanda, Angola – residência de Kiluanji Kia Henda, cidade onde nunca estive; São Paulo, Brasil – minha residência temporária, local do primeiro encontro entre mim e o Kiluanji, lugar próximo da origem da série que aqui se apresenta; Lisboa, Portugal – minha residência fixa, fonte do horário apontado pelo meu computador e ex-residência temporária do Kiluanji.
Cara a cara
07.04.2011 | por Lígia Afonso
Nasci em 1947 no Dundo, centro de uma das mais
importantes companhias coloniais de Angola, a Diamang.
Ali fui feliz. Ali aprendi o racismo e o colonialismo. Agora volto, porque o Dundo é a minha única pátria, a mais antiga das minhas memórias.
Afroscreen
03.04.2011 | por Diana Andringa
Num concerto de hip hop em Luanda, denunciou a cultura do medo e incitou a plateia a vaiar o poder. Alinhou numa manifestação que não chegou a acontecer, convocada anonimamente na internet, para uma estranha hora: meia-noite na praça da independência. Luaty Beirão aka Ikonoklasta aka Brigadeiro Mata Frakuxz estava nesse pequeno grupo de manifestantes que foi preso. Mas amanhã voltarão a marchar pela liberdade de expressão em Angola. É preciso organização e vontade para desenvolver uma consciência participativa e lutar por direitos e liberdades, num país com memória da violência entranhada. A juventude angolana tem um papel fundamental para fortalecer a sociedade civil. Precisa de ser ouvida. Luaty Beirão falou bem alto desta vez.
Cara a cara
01.04.2011 | por Marta Lança